

CAPA

EDITORIAL (JC pág. 2)
Os resultados da reforma administrativa realizada pelo Conselho nos últimos cinco anos

ENTREVISTA (JC pág. 3)
Dráuzio Varella - em entrevista exclusiva ao JC - confirma seu comprometimento com a Medicina e a Literatura

ATIVIDADES 1 (JC pág. 4)
Interesse pelos módulos de Educação Continuada do Cremesp confirma sucesso da iniciativa também no interior do Estado

ATIVIDADES 2 (JC pág. 5)
Módulos de atualização profissional do Cremesp, na capital, reúnem público recorde na grande maioria dos temas

ATIVIDADES 3 (JC pág. 6)
Destaque para o 4º Encontro Estadual de Diretores Clínicos do Estado de São Paulo

ESPECIAL (JC págs. 7-8-9)
Confira os detalhes da nova Cédula de Identidade Médica e as novidades no atendimento informatizado aos profissionais do Estado

GERAL 1 (JC pág. 10)
Manifestação em Brasília: pela defesa da implantação plena do SUS e valorização do trabalho médico

ENSINO MÉDICO (JC pág. 11)
Divulgada lista de cursos de Medicina sob intervenção do MEC

GERAL 2 (JC pág. 12)
Destaques: o dia-a-dia da médica Sônia Antonini e o sucesso da 29ª edição do Congresso da Socesp

GERAL 3 (JC pág. 13)
Conselheiros do CFM escrevem sobre escolas médicas e qualidade de ensino

ALERTA ÉTICO (JC pág. 14)
Computador para a emissão de receitas e pedidos de exames. Sim ou não?

GERAL 4 (JC pág. 15)
II Congresso de Bioética de Ribeirão Preto: evento promete repetir sucesso da primeira edição

ARTIGO (JC pág. 16)
Cirurgia Geral: Programa Avançado. Segunda especialidade cirúrgica mais procurada na FMUSP

ENCARTE SOBRE ELEIÇÕES - 1
Eleição Cremesp 2008-2013: voto por correspondência agora também na Capital

ENCARTE SOBRE ELEIÇÕES - 2
Processo eletivo será misto: médicos poderão votar por correspondência e pessoalmente

ENCARTE SOBRE ELEIÇÕES - 3
Procedimentos para registro de chapas de candidatos a membros efetivos e suplentes

ENCARTE SOBRE ELEIÇÕES - 4
A legislação brasileira impede que médico estrangeiro vote na eleição dos Conselhos. Por que?

GALERIA DE FOTOS

ENSINO MÉDICO (JC pág. 11)
Divulgada lista de cursos de Medicina sob intervenção do MEC
Enade desaprova 17 cursos de Medicina em todo o País
Entre os que apresentaram baixo desempenho, três são de universidades privadas do Estado de São Paulo
De um total de 103 cursos de medicina públicos e privados avaliados, 17 apresentaram resultados insatisfatórios no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD). Os 17 obtiveram conceitos 1 ou 2 (do máximo de 5) nas duas avaliações. Dos cursos que apresentaram baixo desempenho, quatro são de universidades públicas federais – da Bahia, do Amazonas, do Pará e de Alagoas. Do Estado de São Paulo, três instituições privadas estão na lista dos 17 – são elas, a Universidade Metropolitana de Santos, a Universidade de Ribeirão Preto e Universidade de Marília.
Alguns diretores de escolas alegaram a possibilidade de o mau resultado ter sido provocado pelo boicote dos estudantes de algumas instituições.
As avaliações do Enade e do IDD foram realizadas em 2007 e anunciadas em 29 de abril último pelo Ministério da Educação. As instituições serão notificadas pelo MEC e terão prazo de 10 dias para explicar o baixo desempenho. Além disso, terão de apresentar um relatório com medidas para sanar as deficiências identificadas.
O ministro Fernando Haddad, da Educação, anunciou um novo processo de supervisão dos cursos de medicina, a exemplo do que foi feito com os de direito e de pedagogia. Segundo Haddad, passarão a ser exigidas garantias de qualidade compatível com as funções exercidas pelos profissionais. Uma comissão, nomeada pelo MEC e presidida pelo ex-ministro Adib Jatene, também poderá realizar vistorias e sugerir medidas para aperfeiçoar a qualificação profissional e a infra-estrutura. Será assinado um termo de compromisso para as melhorias. Quando não houver acordo, o MEC poderá abrir um procedimento administrativo – que pode culminar com o corte de vagas, como ocorreu com os cursos de direito, que tiveram cerca de 20 mil vagas fechadas. As sanções incluem ainda a suspensão temporária de prerrogativas de autonomia da instituição. As medidas são válidas apenas para os vestibulares posteriores, não afetando os alunos já matriculados.
O Enade é uma avaliação por amostragem que considera o desempenho de ingressantes e concluintes dos cursos de graduação e o IDD avalia o quanto de conhecimento os cursos agregam aos alunos. Os conceitos 1 e 2 são considerados baixos; 3, regular e 4 e 5, altos. Abaixo os cursos que obtiveram baixo conceito:
Cursos de medicina avaliados insatisfatoriamente
Nome da instituição - Município UF - Rede - Enade/IDD
Universidade Metropolitana de Santos - Santos SP - Particular - 2/2
Faculdade de Medicina do Planalto Central - Brasília DF - Particular - 2/2
Centro Universitário Serra dos Órgãos - Teresópolis RJ - Particular - 2/2
Universidade de Uberaba - Uberaba MG - Particular - 2/2
Universidade Federal de Alagoas - Maceió AL - Pública - 2/2
Universidade Severino Sombra - Vassouras RJ - Particular - 2/2
Universidade Federal do Pará - Belém PA - Pública - 2/2
Universidade Federal da Bahia - Salvador BA - Pública - 2/2
Centro de Ensino Superior de Valença - Valença RJ - Particular - 2/2
Centro Universitário de Volta Redonda - Volta Redonda RJ - Particular - 2/2
Universidade Luterana do Brasil - Canoas RJ - Particular - 2/1
Universidade de Ribeirão Preto - Ribeirão Preto SP - Particular - 2/1
Universidade Federal do Amazonas - Manaus AM - Pública - 2/1
Centro Universitário Nilton Lins - Manaus AM - Particular - 1/2
Universidade Iguaçu - Itaperuna RJ - Particular - 1/2
Universidade de Marília - Marília SP - Particular - 1/1
Universidade Iguaçu - Nova Iguaçu RJ - Particular - 1/1
Novos cursos terão exigências mais rigorosas
Cremesp foi pioneiro na luta contra abertura indiscriminada de escolas médicas
Também em abril, o Ministério da Educação (MEC) baixou um conjunto de normas mais rigorosas para a abertura de novos cursos de medicina, entre elas a exigência de que instituição disponha de hospital de ensino próprio ou conveniado, por um período mínimo de dez anos, localizado na cidade do curso e que tenha programas de residência médica.
O crescimento do número de cursos de medicina fez com que os mecanismos de autorização e avaliação tivessem de ser revistos. Nos últimos doze anos, os cursos na área dobraram, passando de 82, em 1996, para os atuais 173.
O Cremesp foi pioneiro na denúncia e na luta contra abertura indiscriminada de escolas médicas, encabeçando o manifesto e dossiê das entidades médicas, realizado pela primeira vez em 1999, intitulado Por que somos contra a abertura de novos cursos de Medicina. Desde então, o Conselho produziu sucessivos dossiês e liderou campanhas denunciando a proliferação desordenada e a má qualidade de faculdades de medicina.
Representantes do Cremesp e demais entidades médicas estaduais e nacionais solicitaram, em inúmeras audiências com os ministros que ocuparam a pasta da Educação durante a última década, a definição de critérios para a abertura de cursos de medicina. Além disso, o Exame de Avaliação do Cremesp, que vem sendo aplicado há três anos, desde 2005, vem apontando o desempenho cada vez mais baixo dos egressos dos cursos de medicina e a necessidade de políticas públicas de controle da qualidade das escolas médicas.
De acordo com as novas regras, o MEC vai considerar três fatores básicos para a abertura dos novos cursos: organização didático-pedagógica (com 12 indicadores e 30% de peso na avaliação geral); qualidade do corpo docente (mais 12 indicadores e outros 30% de peso) e a qualidade das instalações físicas da faculdade como bibliotecas e laboratórios (12 indicadores e 40% de peso). Um dos critérios, na parte didático-pedagógica, levará em conta a demanda por médicos na região Os novos cursos de medicina serão prioritariamente autorizados para faculdades que já tenham outros cursos bem avaliados na área da saúde e que possuam algum tipo de integração com o Sistema Único de Saúde (SUS) do novo curso.
De acordo com o ministro Fernando Haddad, além da supervisão desses cursos, que passarão, em seguida, pela renovação de reconhecimento, outras duas ações estão em andamento: o teste de um do novo instrumento de autorização de novos cursos e o reconhecimento dos cursos que foram autorizados recentemente e que ainda não têm alunos concluindo a formação em medicina. As mudanças foram determinadas após uma série de estudos e consultas entre o MEC e o Ministério da Saúde, entidades sociais, incluído também uma comissão presidida pelo ex-ministro Adib Jatene.
Para o diretor e conselheiro do Cremesp, Bráulio Luna Filho, “as novas regras anunciadas pelo MEC são muito bem-vindas pelas entidades médicas, entre elas o Cremesp, que há quase uma década vêm denunciando insistentemente o crescimento desordenado de novas vagas em cursos de medicina e reclamando por providências. É uma vitória da sociedade, já que a má-formação em escolas resulta em médicos despreparados no mercado de trabalho”.