

CAPA

EDITORIAL
A Saúde no Brasil. Como evitar os constantes "apagões" no setor?

ENTREVISTA
Antonio Carlos Lopes faz um RX da Residência Médica no país

ATIVIDADES DO CREMESP 1
Exame para recém-formados em Medicina: é hora de começar a discussão sobre o ensino médico no país

EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA
Módulos de Educação Médica Continuada agora podem ser acessados pela internet

ATIVIDADES DO CREMESP 2
Acompanhe os temas abordados no Encontro Nacional dos CRMs, realizado em Brasília

MOVIMENTO MÉDICO
Oficinas de trabalho preparam questões para o próximo ENEM

ATIVIDADES DO CREMESP 3
Encontrar respostas... este foi o maior desafio do II Congresso Paulista de Ética Médica

ATUALIZAÇÃO
Hepatite C: 3 a 4 milhões de brasileiros estão infectados

GERAL 1
Moacyr Scliar abrilhanta evento que homenageou as médicas do Estado

GERAL 2
Em destaque, a posse da nova diretoria da Sociedade Brasileira de Radiologia

ACONTECEU
Confira a participação do Cremesp em eventos relevantes para a classe

ALERTA ÉTICO
Dúvidas relacionadas ao plantão? Veja respostas a duas perguntas comuns...

GERAL 3
Financiamento p/o setor da Saúde é pauta de reunião na Câmara

HISTÓRIA
Complexo Hospitalar do Mandaqui: considerado um centro de formação médica

GALERIA DE FOTOS

GERAL 1
Moacyr Scliar abrilhanta evento que homenageou as médicas do Estado
Moacyr Scliar para mulheres
Scliar entre Desiré Callegari e Ieda Therezinha
Médico e escritor faz palestra sobre as médicas na história da civilização em evento do Cremesp
O médico e escritor Moacyr Scliar apresentou palestra sobre As Mulheres na Medicina, em evento promovido pelo Cremesp, que homenageou as médicas do Estado, dia 29 de março. Na conferência, Scliar discorreu sobre a presença da mulher na medicina na história da civilização, estabelecendo como marco inicial o Egito, mais de dois mil anos antes de Cristo. O escritor afirmou ser uma honra apresentar palestra às suas colegas médicas. “Aliás, colega é uma palavra ótima para se referir às médicas, porque não tem sexo”, brincou ele.
“A participação das mulheres na medicina é uma longa história. Mas não é a história da medicina científica ou da profissão regulamentada – que é uma decorrência da modernidade”, apontou Scliar. “Na antiguidade, era uma profissão mal definida que não tinha caráter científico”, destacou. “A medicina tinha por missão cuidar do doente e dar conselhos; baseada no suposto conhecimento de plantas”, completou o escritor.
Segundo Scliar, a primeira mulher médica surgiu no Egito. Chamava-se Peseshet e viveu entre 2.350 a 2.320 a.C. “A medicina egípcia se desenvolveu bastante devido aos cuidados que tinha com o corpo, sendo um núcleo avançado da civilização. Diante do doente, Peseshet tomava uma de três posições: ‘conheço essa doença e a tratarei’, ‘conheço essa doença e tentarei tratá-la’ ou ‘desconheço essa doença e não poderei tratá-la’. É uma lição de sabedoria que atravessou milênios sendo válida até hoje”, considerou o palestrante.
Scliar também falou sobre o papel feminino na medicina grega antiga, citando as filhas de Asclépio, Higéia e Panacéia, respectivamente, deusas da higiene e da cura. “Na antiguidade, a presença da mulher na medicina não causava nenhuma estranheza. Curiosamente, à medida que a profissão ganha status e se torna importante para a humanidade, as mulheres passam a ser marginalizadas. Surge um conflito de interesses, evidentemente, trata-se de evitar a concorrência”, analisou.
O escritor abordou ainda o período moderno e contemporâneo, lembrando que até recentemente as médicas só podiam atuar em determinadas especialidades – pediatria e ginecologia, entre elas – sendo discriminadas por pacientes em áreas como a cirurgia. Por último, Scliar falou sobre a contribuição das mulheres em pesquisas que resultaram em prêmios Nobel de Medicina.
Homenagem a médicas
A conferência de Scliar foi um dos pontos altos do evento A Medicina e a Condição Feminina, alusivo ao Dia da Mulher (8 de março). Devido à agenda das outras entidades médicas, o Cremesp optou por fazer a sua comemoração na última semana do mês de março.
Na ocasião, o Conselho prestou homenagem às médicas Elza Utino (Presidente Prudente) e...
Francy Patrício Reis (Capital) pelos relevantes serviços prestados à Medicina.
O evento, coordenado pela conselheira Ieda Therezinha Verreschi, contou com a participação do presidente da Casa, Desiré Callegari, e do conselheiro Henrique Liberato Salvador – que fez um pequeno discurso para apresentar a homenageada Elza Utino. Liberato Salvador destacou a atuação da médica para organizar o ensino de pediatria e para reduzir a incidência de desnutrição na região de Presidente Prudente.
Estiveram presentes na mesa de abertura do encontro, a diretora da APM, Mara Gândara, e a diretora do Sindicato dos Médicos (Simesp), Stela Maris Grespan. Representando a Sociedade Brasileira de Mulheres Médicas, participaram sua presidente honorária e ex-presidente, respectivamente, Berta Sbrighi e Jocelyne Rosenberg.
Justiça nega registro a médicos estrangeiros
Decisão reconhece o papel do Cremesp em zelar pela qualificação dos profissionais
A Justiça Federal de São Paulo negou os pedidos de registro definitivo no Cremesp a quatro médicos formados no exterior. O pedido foi indeferido por quatro juízes diferentes, de forma autônoma e independente. Em uma das decisões, a juíza Elizabeth Leão, da 12ª Vara Cível Federal manifestou: “Cabe ao Conselho Federal de Medicina zelar pela higidez profissional dos seus integrantes, mantendo a qualificação dos profissionais de medicina, tão prejudicada pela disseminação indiscriminada de faculdades no país”.
Na avaliação de Desiré Callegari, presidente do Cremesp, haverá riscos à população caso o Conselho seja obrigado pela Justiça a conceder registro a médicos estrangeiros sem os necessários exames de suficiência profissional e proficiência em língua portuguesa.
Callegari avalia também que não seria justo conceder tratamento privilegiado aos estrangeiros em relação aos cidadãos brasileiros. “Todos os médicos formados no Brasil devem, obrigatoriamente, ter seus diplomas registrados no MEC, pré-requisito para o registro nos CRMs. Da mesma forma, todos os estrangeiros e brasileiros formados em escolas médicas do exterior são obrigados por lei a revalidar seus diplomas em universidades públicas brasileiras reconhecidas pelo MEC”, explica o presidente.
Callegari afirma, ainda, que a posição do Cremesp nada tem a ver com xenofobia ou reserva de mercado, conforme têm sustentado os advogados dos médicos. “O Conselho tem reiterado seu respeito e reconhecimento aos médicos estrangeiros; tanto é que cerca de 1.800 profissionais de várias nacionalidades estão registrados no Cremesp e exercem a profissão no Estado de São Paulo, prestando relevantes serviços em assistência, ensino, pesquisa e gestão”, completa.
TISS: CFM acata o formulário
mas sem preenchimento do campo da CID
Após negociação com a Agência Nacional de Saúde (ANS), o Conselho Federal de Medicina decidiu, juntamente com os CRMs de todo o país reunidos em Encontro Nacional, em Brasília (veja matéria na página 6), acatar o prenchimento do formulário TISS (Troca de Informação em Saúde Suplementar). Contudo, conforme foi estabelecido na negociação, os médicos não devem preencher o campo da CID (Classificação Internacional de Doenças) ou outros relacionados à doença do paciente.
“Fica claro que o preenchimento da TISS deve ser feito, porém o campo da CID ou campos relacionados à doença do paciente, não são obrigatórios, considerando o direito de privacidade do mesmo”, assegurou Jussara Macedo, gerente Geral de Integração com o SUS, da ANS.
O formulário deve ser adotado até 31 de maio por todas as operadoras de saúde do país, que ficarão responsáveis por sua distribuição a todos os médicos credenciados. Algumas já têm o formulário eletronicamente, porém, as que não o possuem devem encaminhar o formulário de papel.