

CAPA

EDITORIAL
Editorial: não ao aumento da imposto ao médico, na condição de pessoa jurídica

ENTREVISTA
Wilma Madeira mostra a relação médico-paciente quando a internet entra em campo

ATIVIDADES DO CREMESP 1
Custos em assistência médica. Veja o que diz a respeito o conselheiro Antonio Pereira Filho

ATIVIDADES DO CREMESP 2
Conflitos na Saúde: encontro avaliou crises nas Santas Casas de Franca e Ubatuba

ATIVIDADES DO CREMESP 3
EMC - Módulo VIII chega à cidade de Santa Fé do Sul com temas como HA, IM, diabetes e neoplasias

ATIVIDADES DO CREMESP 4
Recadastramento: prazo se estende até 30 de abril. Impreterivemente.

ENSINO MÉDICO 1
Problemas sobre a educação profissional foram destaque especial do Fórum sobre a formação médica

ENSINO MÉDICO 2
Acreditação das Faculdades e Residência Médica foram alguns dos temas do Fórum sobre Formação Médica

ATUALIZAÇÃO
HPV: as novas vacinas segundo três especialistas

GERAL 1
Médicos psiquiatras se reúnem no HSPE para discutir a reforma da Saúde Mental no país

GERAL 2
Novos cursos de Medicina agora na mira do Conselho Nacional de Saúde (CNS)

ACONTECEU
Acompanhe a participação da presidência e da diretoria em eventos importantes para a classe

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GERAL 3
Medicamentos: cresce movimento contra a propaganda em todo o território nacional

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ATIVIDADES DO CREMESP 1
Custos em assistência médica. Veja o que diz a respeito o conselheiro Antonio Pereira Filho
RELAÇÃO COM A UNIMED
Mesa de abertura, coordenada pelo presidente do Cremesp Desiré Callegari
Encontro reuniu, na sede do Cremesp, entidades médicas e Unimed para discutir, entre outros temas, o estado de disponibilidade e a CBHPM
O pagamento do estado de disponibilidade (Resolução Cremesp 142), a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), a uniformização da gestão “Sistema Unimed” e convênios com funerárias foram alguns dos temas debatidos em um workshop realizado pelo Cremesp em 16 de março. Os temas geraram debates acalorados, principalmente em relação à CBHPM. Ficou decidido que as entidades médicas e a Unimed aprofundarão o diálogo sobre alguns itens da Classificação.
Participaram do encontro, pelo Cremesp, o presidente, Desiré Carlos Callegari, Luiz Alberto Bacheschi (vice-presidente), os diretores Henrique Carlos Gonçalves, Antonio Pereira Filho, Renato Azevedo Jr, Marli Soares e Rui Telles Pereira, e o conselheiro Renato Françoso. A APM foi representada por Jorge Machado Curi (presidente), Ruy Tanigawa, Tomás Patrício Smith -Howard, Marcos Pimenta, Caio Fábio Câmara Fogliuolo, Lacildes Rovella Jr e Florisval Meinão. Pelo Sindicato dos Médicos (Simesp), participaram Cid Célio Carvalhaes (presidente), Maria das Graças Souto, Otelo Chino Júnior, Guiomar Silva Lopes e Zeid Rassaln.
A Unimed foi representada pelos médicos Eudes de Freitas Aquino (presidente da Federação do Estado de São Paulo), Telma Regina da Cunha Gobbi (Bauru), Rodolfo Pinto Machado de Araújo (Sorocaba), Waldemar D´Ambrósio Filho e Paulo de Conti (Centro-Oeste Paulista); e Orlando Fittipaldi Junior (Lins).
Encontro nacional dos CRMs
A cidade de Brasília-DF receberá, de 11 a 13 de abril, os conselheiros de CRMs de todo o país para o primeiro Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2007. Durante o evento os representantes dos CRMs pretendem discutir uma série de temas importantes para a classe médica, como os critérios para a abertura de novos cursos de medicina, revalidação de diplomas de médicos formados fora do país, além de temas voltados à residência médica, especializações e mercado de trabalho. O ponto alto da reunião será a solenidade de posse da nova diretoria do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Simesp recebe visita do Cremesp
Conselheiros realizaram plenária na sede do sindicato
O Cremesp fez, no dia 20 de março, sua plenária de conselheiros semanal na sede do Sindicato dos Médicos de São Paulo, na capital paulista. Participaram da reunião, 14 membros do Simesp, 33 conselheiros e dois funcionários do Cremesp. Cid Carvalhaes, presidente do Simesp, redigiu uma carta ao Cremesp agradecendo a visita e manifestando o “desejo que a reunião tenha sido a primeira de várias”. A realização da plenária no Simesp, assim como já havia sido realizado na sede da Associação Paulista de Medicina, insere-se na política de unidade das entidades médicas.
Opinião do conselheiro
Custos em assistência médica
O desafio que se impõe para equacionar o problema envolve sacrifícios
Antonio Pereira Filho
Conselheiro do Cremesp
O tema custos envolve diversos atores, com interesses muitas vezes conflitantes, tais como médicos, pacientes, gestores, fabricantes de medicamentos e equipamentos médicos, cientistas, advogados e juízes. Mobiliza sentimentos, vocações, obrigações e fortes interesses financeiros, além de princípios bioéticos e jurídicos. Trata-se, sim, de uma discussão difícil, que não pode mais ser ignorada ou postergada.
Se retroagirmos 50 anos na história, vamos encontrar uma medicina quase singela, para a qual a questão dos custos era periférica. Dispunha-se de poucos recursos diagnósticos e terapêuticos. A medicina era barata, mesmo porque os principais atores de então eram o médico e seu paciente, que interagiam de forma mais humanizada. O que se viu nessas cinco décadas foi uma explosão de novas tecnologias, associada ao empresariamento da saúde e da doença. Os expressivos investimentos realizados pelas indústrias farmacêutica e de equipamentos médicos exigiram também pesados investimentos estatais e privados para absorver toda essa parafernália tecnológica emergente. Foi assim no mundo inteiro.
Esse novo panorama permitiu a realização de diagnósticos progressivamente mais precoces e precisos, e tratamentos cada vez mais eficientes, levando a humanidade a viver mais e melhor. Paralelamente, no mesmo período, ocorriam fatos importantes no mundo, como a consolidação de Estados democráticos, a conquista de Direitos Humanos, de Direitos do Consumidor e a globalização da economia. Aconteceu que o custo das novas técnicas não foi acompanhado do suficiente aumento de recursos para estendê-las a todos os cidadãos.
O Estado passou a investir cada vez mais na assistência médica, chegando aos atuais 8% a 9% do PIB nos países desenvolvidos. A iniciativa privada buscou compartilhar os custos, sobretudo no seguro saúde em grupo. Mas, nem o Estado, nem a iniciativa privada suportaram o impacto dos novos custos. Estabeleceu-se, portanto, um conflito entre médicos e pacientes, de um lado, e gestores dos sistemas de saúde de outro. Esse conflito tem como parte interessadíssima a indústria farmacêutica e de equipamentos médicos e é mediado por advogados das partes e juízes.
O desafio que se impõe para equacionar a questão é gigantesco e envolve sacrifícios para todos os envolvidos. Para os médicos, recomenda-se comedimento no uso da tecnologia e a aplicação individualizada para cada paciente dos princípios bioéticos da beneficência, não-maleficência, autonomia e justiça. Faz-se necessário aprimorar a anamnese e exame físico para formular hipóteses diagnósticas mais precisas e conseqüentemente solicitar menos exames complementares. Além disso, é necessário atualizar os conhecimentos e instituir terapêuticas baseadas em evidências clínicas.
As tarefas são duras, mas necessitam ser encaradas para que se amplie o acesso das pessoas à tecnologia, dentro dos recursos econômicos disponíveis.