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Notícias
14-01-2019 |
Fake news |
Cremesp ressalta a importância de médicos e profissionais da saúde participarem do combate às notícias falsas |
O compartilhamento de fake news está cada vez mais recorrente nas redes sociais. Por isso, a temática teve grande enfoque na última edição da Revista Ser Médico. Confira: As redes sociais têm tido um papel de grande influência em comportamentos de massa nos últimos anos. A velocidade com que disseminam informações, de forma viral, permite que opiniões se propaguem de forma quase instantânea. O resultado pôde ser sentido, por exemplo, em eleições recentes, em todo o mundo. Não é diferente em relação a outros temas, como a saúde pública. A exemplo de qualquer outra ferramenta, seu uso pode ser feito tanto para o bem, quanto para o mal. Contudo, não há dados consolidados comprovando a relação causal entre as redes sociais e recentes surtos de doenças, como sarampo, nos EUA e na Europa. Já, no Brasil, a cobertura vacinal tem sido afetada por outros motivos, como cortes na saúde decorrentes da recessão econômica de 2015 e 2016, além da crise humanitária na Venezuela, entre outros fatores. Outro exemplo do impacto da desinformação disseminada em redes sociais é consubstanciado por dados mais consolidados. A recente pandemia do vírus Zika deixou claro o papel de robôs ao alterar a percepção da população sobre o tema, criando pânico e rumores. É fato que a associação emergente do Zika com graves consequências, como a microcefalia, levou a questão ao topo das manchetes globais, o que por si só gerou pavor entre a população e fez a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretar, em 2016, a pandemia como emergência de saúde pública internacional. Porém, o próprio desconhecimento da comunidade científica a respeito do vírus abriu espaço para que boatos emergissem e fossem disseminados nas redes, como a falsa informação de que não seria o vírus o responsável pela microcefalia, mas sim um larvicida. Nem mesmo as vacinas foram poupadas. Alguns boatos tentaram atribuir a microcefalia às vacinas distribuídas pelo governo brasileiro. O impacto negativo desses boatos é preocupante, pois pode dificultar o controle do vetor e a cobertura vacinal. Além de ações legislativas, as próprias plataformas das redes sociais podem fiscalizar a presença de robôs na disseminação de fakenews, tornando explícito o responsável por eles. As mesmas redes podem ser usadas também como oportunidade para corrigir os boatos e propagar conhecimento verdadeiro. Por exemplo, poderiam ser criados algoritmos que ofereçam ao usuário a opção de ver “histórias relacionadas” ao assunto ao qual ele foi exposto, trazendo informação verificada pela comunidade científica e evitando práticas agressivas de censura. As instituições de saúde também devem combater ativamente a desinformação. É necessário um esforço intenso para entender a natureza do problema, quais os reais agentes por trás dele e o conteúdo falso disseminado. Autoridades, como o Ministério da Saúde (MS), devem fortalecer campanhas com estratégias de comunicação agressiva nas redes sociais, que sensibilizem a população sobre o impacto das fakenews. Um bom exemplo foi a recente campanha do MS, que buscou sensibilizar indivíduos influenciados por notícias falsas contra vacinas, disseminadas nas redes, colocando-os em contato com uma pessoa portadora de sequelas de poliomielite, que contraiu a doença por não ter sido vacinada. É sabido que a informação falsa é mais difícil de ser combatida conforme o tempo passa, pois, à medida em que é replicada e difundida, tende a se “cristalizar” como se fosse verdade. As intervenções para combatê-la devem ser, portanto, rápidas e dinâmicas, capazes de se adaptar à velocidade das redes sociais. Parcerias com as plataformas são necessárias, mas devem vencer as desconfianças que apresentam, no contexto político, ao se despirem de qualquer viés que não sejam os critérios técnicos e científicos. Todas essas ações são mais eficazes do que censuras, que podem alimentar teorias da conspiração. Propomos, portanto, o fortalecimento de iniciativas de instituições e autoridades que se contraponham às notícias falsas, priorizando sempre uma curadoria de excelência do conteúdo que difundirem, sempre pautados por critérios técnicos e científicos. Divulgar informação de qualidade e reportar boatos, podem ter, assim como as fakenews, um efeito em cascata, de “manada”, com impactos positivos na saúde pública. Principais pontos
Ministério da Saúde disponibiliza número de WhatsApp para denúncias de notícias falsas Para combater as fake news sobre a saúde, o Ministério da Saúde disponibiliza um número de WhatsApp pra envio de mensagens da população. Qualquer cidadão poderá enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando. O número é (61) 99289-4640 *Por Edoardo Filippo de Queiroz Vattimo - Coordenador do Departamento de Comunicação do Cremesp Referências: Sharma, M., Yadav, K., Yadav, N., & Ferdinand, K. C. (2017). Zika virus pandemic—analysis of Facebook as a social media health information platform. American JournalofInfectionControl, 45(3), 301–302.
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