

CAPA

PÁGINA 3
Editorial

PÁGINA 4 e 5
Ensino médico

PÁGINA 6
Eleição do Cremesp 2018

PÁGINA 7
Entrevista - Rodrigo Serra Pereira

PÁGINAS 8 e 9
Ressonância

PÁGINA 10
Agenda da presidência

PÁGINA 11
Instituição de Saúde - Hospitais da Fundação Padre Albino

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Eu, médico

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São Paulo

PÁGINA 14
Convocações

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Bioética

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Saúde pública

GALERIA DE FOTOS

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Eu, médico
Pediatra diz que falta de atenção primária contribui para casos de violência nos serviços
“A população precisa exigir mais dos administradores da Saúde”
Perlato: "quando atendo pacientes com dificuldades especiais, eles ficam orgulhosos por seu médico ser cadeirante"
A Pediatria no Brasil deixa a desejar na atenção primária, faltando orientações básicas para as famílias sobre doenças que podem evoluir para casos graves quando não tratadas. Esta é avaliação do pediatra Osvaldo Perlato, que há 30 anos atua em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e foi diretor do Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos - Dr. Osíris Florindo Coelho, além de ter chefiado a UBS Líder I, em Itaquera.
“Antes havia mais médicos atendendo a população. Não falta tecnologia, equipamentos ou leitos, o que falta é atendimento primário”. Perlato opina que essa falta é a que gera superlotação em serviços e o aumento da violência contra os profissionais. “As agressões existem principalmente em serviços de urgência, porque todos acham que seu caso é o pior e chegam com vários problemas acumulados, por falta de acompanhamento ambulatorial”, analisa. Segundo ele, devido à dificuldade de consultas, o paciente quer que todos os problemas acumulados sejam resolvidos de
uma vez.
Para Perlato há uma nítida polarização entre o sistema público e privado de saúde e, por isso, “a população precisa exigir mais dos administradores da Saúde”, como melhor atendimento nos locais onde moram.
Poliomielite na infância
Quando tinha 11 meses de idade, o médico foi diagnosticado com poliomielite. Em sua infância, usou aparelhos ortopédicos; depois, bengala e, hoje, por conta de comorbidades, necessita do auxílio de cadeira de rodas. Como apoio da família, formou-se em 1985, pela Faculdade de Medicina de Itajubá, em Minas Gerais. Especializou-se em Pediatria pelo Hospital São Paulo e, mais tarde, fez pós-graduação em Geriatria.
Para ele, ser médico é ser útil para alguém. “Não são todas as doenças que a Medicina consegue tratar. Às vezes, orientar e acompanhar um doente já melhora seu estado geral”, ensina. “Quando atendo pacientes com dificuldades especiais, eles ficam orgulhosos por seu médico ser cadeirante”. Considera a atuação na Pediatria uma dádiva. “É gratificante ver o reconhecimento dos pacientes quando você já não lembra mais daquela criança que cresceu”.
Casado com Solange, sua “grande companheira” e mãe dos três filhos do casal: Piero, Paolo e Bruna – a caçula que já o presenteou com o neto Enzo.
Jovens médicos
Programas ainda não se adaptaram às novas regras para Residência Médica em Pediatria
A maioria dos programas de Residência Médica em Pediatria ainda não se adequou à
nova matriz curricular proposta pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM),
vinculada ao Ministério da Educação (MEC), por meio da Resolução 1/2016.
As mudanças estabelecem o aumento da duração dos programas de Residência para Pediatria, de dois para três anos. Determinam, ainda, que as instituições têm até o fim de 2018 para adequarem seus serviços. No caso da especialização na área de UTI Pediátrica, o tempo aumenta para cinco anos.
“A maior dificuldade está nas instituições, que não têm um campus de estágio completo, com todas as subespecialidades necessárias para a complementação de mais um ano na formação. Além disso, elas não dispõem de recursos para esse aumento de gastos”, afirma Guilherme Andrade Peixoto, presidente da Associação de Médicos Residentes do Estado de São Paulo (Ameresp).
De acordo com Cláudio Barsanti, presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), uma das preocupações é que, com o aumento no tempo da Residência,
alguns serviços sejam reduzidos. “Algumas instituições, por não conseguirem comportar essa mudança, podem reduzir suas vagas de entrada, e, por consequência, o número de pediatras formados”, observa.