

CAPA

EDITORIAL (pág. 2)
Mauro Gomes Aranha de Lima - Presidente do Cremesp

ENTREVISTA (pág. 3)
Adilson Soares

INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 4)
Raiva humana

CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA (pág. 5)
Revisão do CEM

SETEMBRO AMARELO (pàg. 6)
Campanha contra o suicídio

ÉTICA MÉDICA (pág. 7)
Comitê de Bioética Hospitalar

SUS (págs 8 e 9)
Sistema público de saúde

EXAME DO CREMESP (pág. 10)
Avaliação acadêmica

AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Congresso Nacional e Internacional de Direito Homoafetivo

EU MÉDICO (pág. 12)
Cristiane Barbieri

JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Residência Médica

CONVOCAÇÕES (pág. 14)
Editais

BIOÉTICA - (Pág. 15)
Judicialização

GALERIA DE FOTOS

SETEMBRO AMARELO (pàg. 6)
Campanha contra o suicídio
Prevenção reduz número de mortes por suicídio
Cremesp participa da campanha e ilumina sua sede
Consolação com luzes amarelas
A cada ano crescem os casos de suicídio em todo o mundo. Atento a essa tragédia silenciosa, o Cremesp apoia – ao lado do Centro de Valorização da Vida (CVV) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) – o movimento Setembro Amarelo, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e International Association for Suicide Prevention (Iaps), que instituiu o Dia Mundial para Prevenção do Suicídio em 10 de setembro.
Iniciada no Brasil em 2014, a campanha incentiva o uso de luz amarela durante todo o mês de setembro como alerta para o aumento de casos. Números oficiais relatam que 32 brasileiros se suicidam por dia, taxa superior às mortes por Aids e pela maioria dos tipos de câncer. Um dos fatores que potencializa esse problema é o tabu que envolve o assunto.
De acordo com a OMS, nove entre dez casos de suicídio seriam evitados com mais informação, conscientização e discussões abertas. Com essa preocupação, a entidade lançou uma série de manuais dirigidos a diversos grupos sociais e profissionais, como médicos, conselheiros e jornalistas.
Segundo o psiquiatra e presidente do Cremesp, Mauro Aranha, as formas mais eficazes de evitar que uma pessoa renuncie à própria vida é a prevenção primária dos transtornos mentais, que envolve atividades relacionadas à promoção geral da saúde e da integração e participação social dos cidadãos; e a prevenção secundária, monitorando clinicamente pessoas já acometidas por transtornos mentais, principalmente os de humor e psicóticos, e uso nocivo ou dependência de drogas.
“Quando o indivíduo sofre de transtorno mental, é importante que seja acompanhado pelos profissionais de saúde e familiares em relação aos riscos de cometimento de suicídio”, esclarece. “Num primeiro momento, a pessoa pode mencionar que, se morresse, deixaria de sofrer (ideia vaga de morte). Embora possa não haver ainda a intenção suicida, é um alerta, que pode evoluir para o desejo (ideia de suicídio) e a intenção, sem planejamento em um primeiro momento e, depois, com planejamento e método”, alerta.
Aranha também observa que tanto profissionais como familiares não podem ter medo de perguntar se a pessoa já pensou em suicídio. “A preservação e aprofundamento de vínculos sociofamiliares também podem contribuir para a redução do número de suicídios”, diz.
Segundo a OMS, mais de 800 mil suicídios foram registrados em 2015 em todo o mundo, dos quais 75% em países de média e baixa renda. Com mais de 12 mil casos anuais, o Brasil ocupa a 8ª posição no ranking de países com maior incidência de suicídios. Nos últimos 10 anos, essa taxa cresceu mais de 40% entre brasileiros de 15 a 29 anos.
CVV
Como um dos principais mobilizadores do Setembro Amarelo, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma entidade sem fins lucrativos, que atua gratuitamente na prevenção do suicídio desde 1962. É membro fundador do Befrienders Worldwide e ativo junto à Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (IASP), à Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (Abeps) e de outros órgãos internacionais que atuam pela causa. “O CVV, como sempre, continua oferecendo apoio emocional a quem precisa, 24 horas, todos os dias – e, especialmente no Setembro Amarelo. E se une a muitas outras organizações para que o assunto possa ser discutido com a clareza e abertura que merece”, declara Robert Paris, diretor nacional da entidade. O CVV atende pelo telefone 141, por e-mail ou bate-papo na internet, no endereço www.cvv.org.br.
Taxa entre médicos é maior
Considerado grave problema de saúde pública, o suicídio acomete pessoas de qualquer idade, gênero, profissão ou classe social. Estudo realizado pela American Foundation for Suicide Prevention, em 2008, aponta que o risco entre médicos é 70% maior do que na população em geral. Entre mulheres médicas esse índice é ainda mais alarmante: 400% maior. Os transtornos mentais, o uso de drogas e transtornos relacionados ao álcool, além da pressão profissional, são fatores de risco. “O alto número de horas trabalhadas, o estresse profissional e a responsabilidade de lidar com tragédias humanas geram ansiedade e podem desencadear depressão”, diz Aranha.
ESCLARECIMENTO
Termo “maconha medicinal” não reflete estágio
de conhecimento para aprovação de terapêutica
O Cremesp divulgou nota pública para esclarecer que o termo “maconha medicinal” não reflete o atual estágio do conhecimento científico aceito nacional e internacionalmente, para a aprovação de uma terapêutica. O texto foi aprovado em reunião plenária do Conselho, de 30 de agosto de 2016.
Veja a seguir a íntegra da nota:
Nota pública sobre “maconha medicinal”
Nos últimos anos, o interesse pelos usos da cannabis vem tomando maiores proporções no cenário nacional. As perspectivas de abordagem do assunto multiplicaram-se, levando muitas vezes a confusões conceituais que turvam a boa compreensão dos desafios ligados ao uso da substância.
Assim, compete ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) posicionar-se sobre as crescentes manifestações na sociedade a respeito do uso da chamada “maconha medicinal”. Cabe esclarecer que o termo “maconha medicinal” embora tenha apelo cultural, não reflete o estado atual do conhecimento e o uso conforme esta designação não respeita os passos necessários, aceitos nacional e internacionalmente, para a aprovação de uma nova terapêutica.
A maconha contém diversos princípios ativos, dentre os quais apenas alguns apresentam indicações preliminares terapêuticas específicas. O Cremesp foi pioneiro no apoio à liberação do uso do canabidiol (canabinoide não psicoativo) para populações portadoras de epilepsias graves e refratárias da infância. No entanto, o Cremesp afirma não haver comprovações científicas de que haja algum uso efetivamente medicinal da maconha. O desenvolvimento de novos estudos que ofereçam evidências para a eventual utilização terapêutica de canabidiol ou outros canabinoides receberá apoio do Cremesp. Contudo, a aprovação, neste momento histórico, de usos na Saúde de derivados de cannabis, para os quais os procedimentos consagrados para liberação de medicamentos não foram respeitados, merece repúdio e grande preocupação deste Conselho.
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo