

CAPA

EDITORIAL (Pág.2)
Mauro Gomes Aranha de Lima

ENTREVISTA (Pág. 3)
Jorge Kalil

INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág.4)
Saúde da mulher

FORMAÇÃO MÉDICA (Pág. 5)
Cremesp Educação

SAÚDE PÚBLICA (Pág. 6)
Fosfoetanolamina

SAÚDE PÚBLICA 2 (Pág. 7)
Influenza

H1N1 - (Pág. 8)
Oseltamivir

DSTs - (Pág. 9)
DSTs

JOVENS MÉDICOS (Pág. 10)
Ameresp

EU MÉDICO (Pág. 11)
Horas da Vida

AGENDA DA PRESIDÊNCIA (Pág.12)
Bráulio Luna e Mauro Aranha

GESTÃO (Pág.13)
Rodízio de diretores

EDITAIS (Pág. 14)
Convocações

BIOÉTICA - (Pág. 15)
Aborto: limites e proibições

GALERIA DE FOTOS

SAÚDE PÚBLICA 2 (Pág. 7)
Influenza
Surto inesperado de H1N1 antecipa
vacinação em São Paulo
Foram notificados 324 casos e 42 óbitos até março por SRAG no Estado, atribuídos ao vírus Influenza
Grupos prioritários, como o dos idosos, foram vacinados
no início de abril
A ocorrência inesperada de um novo surto da gripe H1N1, em São Paulo, levou a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) a antecipar a vacinação em todo o Estado para o início do mês de abril. As doses – disponibilizadas com 27 dias de antecedência pelo Ministério da Saúde (MS) – protegerão a população contra os vírus do inverno de 2016 (A/California (H1N1), A/Hong Kong (H3N2) e B/Brisbane), beneficiando cerca de 3,5 milhões de paulistas nessa etapa da vacinação. A SES-SP divulgou um informe técnico sobre a situação epidemiológica de influenza no Estado de São Paulo e no País (veja na pág. 9).
Foram notificados 324 casos e 42 óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Estado de São Paulo, atribuíveis ao vírus Influenza, de janeiro a 22 de março. Desse total, 260 casos e 38 óbitos foram relacionados ao vírus A (H1N1). Em todo o ano de 2015, foram notificados 342 casos da SRAG decorrente do vírus Influenza no Estado, sendo 190 relacionados ao tipo A (H3N2). Conforme diretriz do ministério, apenas os casos graves de gripe caracterizados como SRAG devem ser notificados obrigatoriamente pelos serviços de saúde.
“Provavelmente o início precoce da doença se deve à vinda de pessoas infectadas em maior número do Hemisfério Norte, que tiveram contato com suscetíveis”, presume Marcos Boulos, infectologista, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP) e conselheiro do Cremesp.
Vacinação em São Paulo
A antecipação da imunização – que estava programada pelo MS somente para o final do mês de abril – ocorreu após o surgimento de casos de gripe H1N1 na região de São José do Rio Preto, no noroeste paulista, no mês de março, com alto índice de pessoas diagnosticadas com SRAG.
Na Capital e região metropolitana da Grande São Paulo, inicialmente foram imunizados profissionais de saúde de hospitais públicos e privados. Posteriormente, foram vacinadas crianças maiores de seis meses e menores de cinco anos, gestantes e idosos, totalizando quase 3 milhões de pessoas imunizadas.
Nas outras cidades do Estado e demais públicos-alvo – doentes crônicos, puérperas, indígenas, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade –, a campanha de vacinação contra a gripe segue o calendário nacional, com início previsto para o dia 30 de abril.
De acordo com a SES, em razão da prevalência no número de casos, desde o dia 23 de março, os 67 municípios da região de São José do Rio Preto iniciaram uma vacinação extra contra a gripe, com doses remanescentes de 2015. No entanto, a secretaria orienta que, neste caso específico, quem tomou a vacina desse lote não estará desobrigado de também tomar a da campanha nacional, uma vez que são vacinas diferentes.
Campanha nacional
De acordo com o Ministério da Saúde, nos três primeiros lotes da imunização, os Estados receberão, ao todo, 25,6 milhões de doses. Ao Estado de São Paulo serão destinadas 5,7 milhões de vacinas. O cronograma de distribuição aos Estados é elaborado de acordo com a entrega da vacina pelo laboratório produtor – Instituto Butantan, em São Paulo. Segundo o ministério, cabe a cada Estado definir estratégias de contenção, conforme suas análises de risco, para atingir toda a população-alvo, durante a campanha oficial, que permanece no período de 30 de abril (Dia Nacional de Mobilização) a 20 de maio.
Doença tem maior propagação no outono e inverno
O Influenza A H1N1 é um dos vírus que pode causar a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma espécie de variante da pneumonia, que requer internação e pode matar. A doença tem maior propagação no outono e inverno, devido ao hábito das pessoas de permanecer em lugares fechados.
Na avaliação do infectologista e conselheiro do Cremesp, Caio Rosenthal, trata-se de um novo surto, atípico para esta época do ano. “Não sabemos se será passageiro”, diz. Segundo ele, está ocorrendo uma antecipação dos surtos que habitualmente surgem nos meses em que as temperaturas são mais amenas. “Ainda não há explicação para o atual aumento de casos entre nós, já que isso é esperado no Brasil em meses mais frios.”
Transmissão
O contágio da gripe ocorre por meio das secreções das vias respiratórias da pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. O vírus também é transmitido da forma indireta, por meio das mãos, que podem levar o agente infeccioso direto à boca, olhos e nariz, após contato com superfícies recém-contaminadas por secreções respiratórias. Os sintomas incluem coriza, tosse, febre, diarreia, náusea ou vômito, dores no corpo; e a medicação é feita com os princípios ativos fosfato de oseltamivir e zanamivir.
“Enquanto aguardamos a vacina, devemos estar atentos para fazer a suspeição do diagnóstico, isolar os casos confirmados, efetuar a lavagem das mãos, com o uso mais frequente de álcool gel, e manter a ventilação adequada dos ambientes fechados. É importante também lembrar de prescrever oseltamivir, tanto para casos confirmados como suspeitos, sobretudo se tiver risco de doença mais séria. Está indicado também para os contactantes com risco aumentado”, orienta Rosenthal.