

CAPA

EDITORIAL (pg. 2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp

ENTREVISTA (pg. 3)
Miguel Srougi

POSSE (pg.4)
COSEMS e Ministério da Saúde

ESCOLAS MÉDICAS (pg. 5)
Instituições de ensino na mira do MEC

MAIS MÉDICOS (pg.6)
Fiscalização na Atenção Básica de Saúde

CARREIRA DE ESTADO (pg. 7)
Projeto é avaliado na ALESP

ENSINO MÉDICO (pgs 8-9-10)
Resultados continuam preocupantes

AGENDA (pg.11)
Cremesp marca presença em eventos relevantes para a classe

CFM (pg.12)
Artigos dos representantes de SP no Federal

JOVENS MÉDICOS (pg.13)
Novo canal de comunicação e informação para os médicos jovens

BIOÉTICA (pg. 16)
Maior interação com os médicos

GALERIA DE FOTOS

MAIS MÉDICOS (pg.6)
Fiscalização na Atenção Básica de Saúde
MS se nega a fornecer nomes de tutores dos intercambistas
Conselho irá recorrer às secretarias municipais e intensificará atividades de fiscalização da Atenção Básica de Saúde em SP
Umas das manifestações contrárias ao Mais Médicos, organizada pelo Cremesp e demais entidades médicas, em junh do ano passado,
na av. Paulista
O Ministério da Saúde (MS) negou o fornecimento dos nomes dos tutores e supervisores responsáveis pelos intercambistas do Programa Mais Médicos ao Cremesp, pedido feito em ofício, em dezembro de 2013. O MS alegou que no Decreto nº 8.126/13 – que dispõe sobre a emissão do registro único e da carteira de identificação para os médicos participantes do programa – não há qualquer previsão quanto ao fornecimento dos nomes e endereços dos tutores e supervisores aos Conselhos Regionais de Medicina.
De acordo com o MS, os CRMs poderiam ter acesso apenas aos dados pessoais do médico intercambista, país de obtenção do diploma e de habilitação ao exercício da Medicina, data de validade do registro único e local de atuação do profissional.
Apesar de o MS alegar não haver situação que justifique a exigência de outros documentos, além dos já previstos na legislação, o Cremesp irá oficializar o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério da Educação (MEC) sobre a negativa do fornecimento de informações. Também solicitou às secretarias municipais de Saúde que participam do Programa Mais Médicos que informem o local de trabalho e os nomes dos tutores dos intercambistas para que sejam feitas as atividades de fiscalização da Atenção Básica de Saúde no Estado de São Paulo.
Cubana faz denúncia e pede asilo ao Brasil
Ramona Matos Rodríguez, participante do Mais Médicos, profissional cubana alocada em Pacajá (PA), abandonou o programa ao descobrir que o salário pago aos profissionais de outras nacionalidades era de R$ 10 mil. Ela afirma que o valor é diferente do contrato que ela (e outros cubanos) estabeleceu com La Sociedad Mercantil Cubana Comercializadora de Servicios Medicos Cubanos, com duração de três anos.
De acordo com Ramona, em seu contrato consta remuneração equivalente a US$ 400 mensais, depositados no Brasil, e mais US$ 600 retidos em uma conta em Cuba. Ela também receberia outros R$ 750 da prefeitura de Pacajá com auxílio alimentação, além da hospedagem.
A médica chegou ao Brasil em dezembro do ano passado, e passou por um curso de capacitação em suas primeiras semanas no País. Soube da diferença salarial quando tomou contato com profissionais vindos da Argentina e Colômbia. O governo brasileiro havia divulgado apenas que o acordo com Cuba foi intermediado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que receberia R$ 510 milhões por um semestre de serviços, repassando dinheiro para Havana.
Trabalho escravo
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) levou a médica e cópia de seu contrato de trabalho ao plenário da Câmara dos Deputados, no dia 4 de fevereiro, para denunciar o trabalho escravo. Ela ficou instalada no gabinete da liderança do partido enquanto o governo não deliberava sobre o pedido de asilo ao Brasil. A médica também pediu auxilio aos estados Unidos. Caiado chegou a colocar o espaço do DEM à disposição de outros médicos cubanos que queiram se asilar. O Conselho Federal de Medicina (CFM) e os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) divulgaram nota (abaixo) pedindo às autoridades nacionais e internacionais que apurem com rigor as denúncias feitas pela intercambista.
Nota à sociedade
Em relação à situação da cubana Ramona Matos Rodriguez, intercambista de Programa do Ministério da Saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) conclamam as autoridades brasileiras, universidades, imprensa e todos os movimentos da sociedade civil organizada a se posicionarem contra qualquer agressão aos direitos humanos, individuais e do trabalhador.
Os Conselhos de Medicina solicitam que as denúncias feitas por esta intercambista sejam apuradas com rigor pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Supremo Tribunal Federal (STF). O CFM e os CRMs lembram ainda que Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), ambas já acionadas pelas entidades médicas, também devem ser chamadas a se manifestar contra situações de abuso aos direitos humanos, assegurando direitos e responsabilidades legais em termos de emprego e condições de trabalho.
Finalmente, o CFM e os CRMs ressaltam que o respeito à dignidade da pessoa humana é um princípio do Estado Democrático de Direito, o qual deve ser observado para permitir o exercício pleno da cidadania em todos os seus aspectos.
Brasília, 5 de fevereiro de 2014.
Conselho Federal de Medicina (CFM)
Conselhos Regionais de Medicina (CRMs)
Apenas 6,83% foram aprovados no Revalida
Os resultados da segunda fase do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) – divulgados em dezembro pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – apontam que apenas 6,83% dos participantes foram aprovados.
Nesta edição, o Revalida contou com a participação de 1.595 médicos. Na primeira fase (provas objetiva e discursiva), somente 155 do total de participantes foram classificados para a segunda etapa (habilidades clínicas), na qual realizaram simulações de atendimento médico. Destes, 111 fizeram o exame, porém 109 tiveram aprovação e o diploma revalidado.
A maioria dos profissionais médicos recém-habilitados a trabalhar no País é composta por brasileiros (50). Com relação à origem do diploma, Bolívia, Cuba e Paraguai tiveram 33, 14 e 14 diplomas revalidados, respectivamente. Eles representam 55% do total de aprovados na avaliação de habilidades clínicas do Revalida 2013.