

CAPA

EDITORIAL (JC pág. 2)
Para Bacheschi, no haverá sistema de saúde sem recursos suficientes e sem que os médicos sejam tratados com dignidade

ENTREVISTA (JC pág. 3)
Haino Burmester fala sobre a 2ª edição do Manual de Gestão Hospitalar, do qual foi organizador

ATIVIDADES 1 (JC pág. 4)
Encontro buscou maior alinhamento dos objetivos internos da instituição

ATIVIDADES 2 (JC pág. 5)
Exame Cremesp 2010: inscrições podem ser feitas presencialmente ou pela internet

ATIVIDADES 3 (JC pág. 5)
Alimentos transgênicos: segurança e consumo na visão de um especialista no assunto

ATIVIDADES 4 (JC pág. 7)
Encontros sobre Bioética Hospitalar reúnem público recorde na capital e no interior

XII ENEM (JC págs. 8 e 9)
Representantes médicos de todo o país unidos pela qualidade na saúde

ARTIGO (JC pág. 10)
A missão, função e compromissos dos médicos conselheiros

GERAL 1 (JC pág. 11)
A substituição do papel no preenchimento do prontuário médico

CFM (JC pág. 12)
Representantes do Estado no CFM se dirigem aos médicos e à sociedade

GERAL 2 (JC pág. 13)
Acompanhe a participação do Cremesp em eventos importantes para a classe

ALERTA ÉTICO (JC pág. 14)
Análises do Cremesp ajudam a prevenir falhas éticas causadas pela desinformação

GALERIA DE FOTOS

ATIVIDADES 4 (JC pág. 7)
Encontros sobre Bioética Hospitalar reúnem público recorde na capital e no interior
Simpósios do Cremesp levam a Bioética ao contexto hospitalar
Público lota auditório do Hospital Cármino Caricchio, no Tatuapé
Os médicos estão empenhados em levar a Bioética para a beira do leito. Prova disso é o sucesso que tem alcançado a série de Simpósios sobre Bioética Hospitalar, realizada em várias instituições paulistas, e promovida pelo Cremesp, em parceria com a Sociedade de Bioética de São Paulo: invariavelmente o auditório conta com um número significativo de participantes, interessados nesses dilemas tão frequentes na realidade dos hospitais.
Esse cenário foi observado nos mais recentes encontros do gênero, realizados no Hospital Municipal Cármino Caricchio, no Tatuapé, em 16 de junho; Hospital Oswaldo Cruz, em 26 de junho, e no Hospital das Clínicas da USP, em Ribeirão Preto, em 5 de julho. Juntos, os três eventos contaram com uma plateia de cerca de 350 pessoas, dispostas a discutir assuntos que incluíram, entre outros, Reanimação de Crianças em Fase Terminal de Vida; Comunicação e Informação no Âmbito da Saúde e a Responsabilidade Ética dos Residentes nos atos Cirúrgicos e Anestésicos.
Na opinião de Luiz Alberto Bacheschi, presidente do Cremesp – que compareceu a dois dos três eventos citados, – cabe às comissões de Bioética dos hospitais a tarefa de escolher os assuntos mais debatidos pelo respectivo corpo clínico, daí a variedade temática. “Os temas não têm se repetido, pois dizem respeito a peculiaridades locais”, avalia o presidente, para quem uma das principais vantagens dos eventos é aproximar o debate bioético do ambiente de trabalho dos médicos, profissionais tradicionalmente ocupados.
Evolução
A ideia de se promoverem simpósios de bioética hospitalar surgiu da necessidade de ampliar as discussões sobre o tema entre os profissionais de saúde justamente no local para onde convergem duas categorias historicamente envolvidas com a bioética: médicos e enfermeiros, como explica Reinaldo Ayer de Oliveira, coordenador do projeto e conselheiro do Cremesp.
Reinaldo Ayer: a tendência são os simpósios temáticos
O primeiro desses encontros aconteceu em meados do ano passado. “Trata-se de um projeto em evolução, que tem trazido muita satisfação às entidades envolvidas e aos presentes nos debates”, explica Ayer.
No decorrer do ano, o projeto foi se aperfeiçoando: entre as novidades estão a tendência a simpósios temáticos, como aconteceu recentemente no Hospital Oswaldo Cruz, direcionado à Comunicação em Saúde; e no Tatuapé, destinado, em grande parte, a dilemas do final da vida. Este último incluiu, entre outros palestrantes, Gabriel Oselka, coordenador do Centro de Bioética do Cremesp, que trouxe à discussão dois casos clínicos relacionados a pacientes pediátricos.
Oselka, no Hospital do Tatuapé: casos clínicos
O primeiro caso, baseado em estudo acadêmico, expôs que muitos profissionais optam por não reanimar os pequenos pacientes em situações específicas e gravíssimas, mas anotam o contrário no prontuário. O segundo abordou o residente que, por força da hierarquia, é obrigado a realizar as chamadas “medidas fúteis” de prolongamento de vida, ainda que acredite no contrário. “Existem muitos temores infundados sobre limitar tratamentos a pacientes em fase terminal, sem chances de cura. Não há sequer um médico processado por parar de insistir inutilmente, desde que, antes, tivesse obtido concordância da família”, declarou Oselka.
Residentes
Os jovens médicos também foram foco da mesa-redonda Treinamento de Residentes em Procedimento Cirúrgicos e Anestésicos, coordenada pela conselheira Maria do Patrocínio Tenório Nunes, no simpósio em Ribeirão Preto. “Com certeza, os jovens profissionais demonstram bastante interesse em ética e bioética. Eles têm a oportunidade de reflexões que muitos médicos de gerações anteriores não tiveram”, disse ela.
Para Isac Jorge Filho, também conselheiro do Cremesp – que na ocasião, falou sobre bioética e meio ambiente –, “o colega Reinaldo Ayer teve uma excelente ideia ao criar e estimular eventos em bioética hospitalar: em uma época em que o exercício da medicina se torna cada vez mais tecnológico e menos humanístico, é fundamental que se tenha uma reação forte no sentido da busca do equilíbrio”.
Mais detalhes sobre os simpósios no site do Centro de Bioética
Secretário de Saúde Barradas Barata morre em São Paulo
O médico sanitarista Luiz Roberto Barradas Barata, secretário de Estado da Saúde de São Paulo, faleceu dia 17 de julho, vítima de infarto do miocárdio, aos 57 anos de idade. Após sentir-se mal em casa, deu entrada no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia já com parada cardíaca. Foi atendido pela equipe médica, que iniciou as manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Submeteu-se ainda a um procedimento de cinecoronariografia (cateterismo de urgência), quando foi constatada obstrução completa do tronco coronário principal. Apesar dos esforços realizados, o secretário não reagiu aos procedimentos. O corpo foi velado na Santa Casa de Misericórdia.
Formado em Medicina pela Santa Casa de São Paulo em 1976, Barradas Barata foi um dos fundadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Em sua gestão na Secretaria de Estado da Saúde, entregou 31 novos hospitais, implantou o modelo de Organizações Sociais de Saúde para gerenciamento de unidades públicas de saúde, criou o programa Dose Certa para distribuição gratuita de medicamentos básicos à população, construiu o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, entregou duas novas fábricas de remédios, construiu uma fábrica de vacinas, idealizou e operacionalizou os AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades), realizou mutirões de consultas e exames, desenvolveu os Centros de Referência do Idoso, construiu o primeiro hospital público de transplantes do Brasil, idealizou a lei antifumo, humanizou o atendimento nos hospitais e reorganizou a rede de atendimento no Estado de São Paulo, entre outras iniciativas.
Em nota oficial, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão lamentou a notícia da morte do colega e ressaltou os serviços prestados por Barradas Barata à saúde pública brasileira, pelos quais foi condecorado com a medalha de Mérito Oswaldo Cruz.