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Cremesp reprova 40% dos médicos formandos


O Globo - 25/01/2007 - País - Coordenador de exame alerta que má qualidade de ensino fez crescer denúncias contra médicos em 150% de 1995 a 2005.

Carol Knoploch - São Paulo.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) concluiu, após fazer um exame de avaliação dos estudantes de sexto ano de medicina no estado, que cerca de 40% dos formandos não têm condições de exercer a profissão.

Dos 688 alunos que prestaram o exame em 2006, 427 (62% do total) avançaram à segunda etapa - era preciso acertar o mínimo de 60% das 120 questões. O índice de reprovação cresceu sete pontos percentuais comparado com o de 2005, quando 69% dos alunos foram aprovados. Esse é o segundo ano que o Cremesp aplica o exame.

"É melhor não ficar doente", disse, irônico, o cardiologista Bráulio Luna Filho, coordenador do exame de avaliação. "Cerca de 40% dos formandos em medicina não têm condições de exercer a profissão. E pior: a porta de entrada para o mercado de trabalho é a emergência médica, onde os pacientes estão no limite. Não se pode errar. Os médicos, principalmente nessa área, são jovens e despreparados", disse Luna Filho, formado pela Universidade Federal da Bahia e livre-docente na Escola Paulista de Medicina (Unifesp).

Entre os 427 aprovados na primeira fase, 265 compareceram à segunda fase e todos foram aprovados. Os demais não fizeram o exame até o fim.

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É preocupante se levarmos em consideração que a prova não é obrigatória. Participam os melhores alunos e os mais aplicados", analisa Luna Filho.

Provas deste tipo só são obrigatórias para os bacharéis em direito que pretendem exercer a advocacia. São aplicadas pela OAB e também reprovam grande número de recém-formados.

Para exercer a medicina, não é preciso passar por um exame como esse.
"Nos EUA, é preciso prestar exame para ganhar o registro.
Aqui, basta ter o diploma para reivindicar o CRM. E não vejo nenhuma universidade reprovar aluno", alerta Luna Filho, para quem a expectativa de aprovação na prova era de 80%.

Segundo ele, há muitas escolas de medicina em atividade em São Paulo. São 29, sendo que seis delas não têm nem seis anos de vida. O resultado é excesso de médicos no estado: há um médico para cada 474 habitantes em São Paulo e um médico para cada 263 habitantes na capital paulista.

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São Paulo não precisa de mais médicos. Precisa de bons médicos."

Falta de laboratórios prejudica o ensino

Luna Filho diz que a quantidade de denúncias contra médicos cresceu 150% de 1995 para 2005 (de 1.509 denúncias para 3.660), e o problema está relacionado à qualidade do ensino. Segundo ele, as universidades com pior desempenho no exame do Cremesp e no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) têm o maior número de médicos denunciados. O coordenador aponta a falta de laboratórios nas universidades e de vagas para residentes como os vilões do ensino.

A pior universidade no exame do Cremesp foi a Universidade do Oeste Paulista, de Presidente Prudente. O Cremesp não divulga um ranking do desempenho das universidades devido à participação heterogênea dos alunos, que não são obrigados a fazer o exame.

A Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo teve a melhor média. Segundo Luna Filho, Unicamp e Unesp boicotam o exame.




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