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S E R M É D I C O • 1 N E S TA E D I Ç Ã O ACUPUNTURA PODE UN I R O CONHEC IMENTO MI LENAR E A C I ÊNC I A OC I DENTAL ais do que discutir sobre a especialidade, o tema principal desta edição da Ser Médico busca suscitar uma reflexão a respeito da importân- cia de se praticar a acupuntura sob a ótica da ciência médica. A Medicina ocidental contem- porânea oferece à população o que antes era inimaginável: desde a erradicação de doenças, como a varíola, até a possibilidade de viver anos com órgãos transplantados. O caminho até se chegar a essas conquistas não foi fácil, e somente começou a prosperar no século 17, quando pensadores, como o filóso- fo inglês Francis Bacon, passaram a defender o método científico. Paralelamente, o contato entre o Oriente e o Ocidente também foi se intensificando, ao longo dos últimos séculos. Os chine- ses, mesmo possuidores de uma medicina tradicional milenar, ti- veram a perspicácia de estudar, sob a ângulo da ciência médica, o que antes fora descrito por meio de inferências. Um dos maiores exemplos disso foi a descober- ta da artemisinina,cuja história abordamos na seção Medicina no Mundo. Não somente na medici- na os chineses souberam aplicar o método científico, hoje o país é uma potência mundial em ciência. A entrevistada é uma ortope- dista, atleta de alto rendimento, fi- lantropa e mãe, que inspira muitas outras médicas a superar limites. A Crônica traz a doação de órgãos e a história do pequeno Davi em sua batalha contra conflitos familiares. Em Hobby, mostramos a paixão de um médico pela música. Quanto à seção de Tecnologia, divulgamos inovações, que podem ser aplica- das à Medicina. A educação mé- dica é o tema da seção Opinião e, na Agenda Cultural, ampliamos as sugestões para o Interior, e apre- sentamos opções para os mais diferentes gostos, do clássico ao contemporâneo, do tradicional ao alternativo. Boa leitura!  Edoardo Filippo de Queiroz Vattimo Coordenador da Assessoria de Comunicação O Brasil poderia seguir os passos da China, mas, infelizmente, muitos de seus políticos buscam um enfra- quecimento das ciências médicas e a relativização e deturpação de conceitos científicos. Assim surgiu o Projeto de Lei nº 1549/2003, que prevê a prática da Acupuntura por não médicos, contra o qual o Cre- mesp vem se opondo no Congresso Nacional. Permitir essa indiscrimi- nação significa afastar a especiali- dade do caminho de um tratamen- to com maior evidência científica, pois a aplicação do raciocínio clíni- co e da nosologia médica permite que sejam criados protocolos de estudo racionalmente fundamen- tados, bem como sua aplicação se- gura aos pacientes. Sendo também médico conhecedor da medicina ocidental, o especialista em Acu- puntura pode reconhecer em que momento apenas a medicina chi- nesa não basta e outros tratamen- tos são necessários. Esperamos que a matéria sirva, também, para reforçar esses con- ceitos junto à sociedade. Além do tema da capa, explo- ramos ainda assuntos culturais, como o do cirurgião que decidiu empreender na área de culinária oriental; e apresentamos uma re- senha de livro que aborda ques- tões da sociedade chinesa. M

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