etica_em_homeopatia

78 Para o médico homeopata, o ser humano reage como uma totalidade, e tambem como uma individualidade, revelando sintomas idiossincrásicos que lhe dão a chave para a prescrição terapêutica. Diante de qualquer paciente, a obrigação do homeopata, como deveria ser a de qualquer médico, é explicar a doença e compreender o doente. O paciente é um todo indissociável, um ser biopsicossocial, e assim deve ser abordado e tratado. Em função de características próprias, a avaliação da eficácia terapêutica da Homeopatia remete à análise de alguns aspectos diferenciais em relação aos ensaios clínicos clássicos. De maneira resumida, estes podem ser assim sumariados: • necessidade de individualizar a terapêutica·para cada paciente, requerendo ensaios clínicos com controle terapêutico aberto; • necessidade demédicos com suficiente competência técnica emprescrever homeopaticamente para o tratamento de cada paciente; • necessidade de avaliar a evolução do caso (especialmente em doenças crônicas) tanto sob a ótica do psiquismo e condições gerais, como da patologia focal, localizada5. Infelizmente, ainda persiste nos dias atuais a deplorável e retrógrada animosidade e intolerância entre alguns médicos homeopatas e alopatas, radicalizando posições que, antes de beneficiar o doente, estão sedimentadas em bases movediças e sem a desejada consistência teórica. Assim se expressou, respondendo a uma pesquisa perceptual sobre a homeopatia, distribuída durante a realização do XX Congresso Brasileiro de Educação Médica, um graduado professor de farmacologia: "A minha visão do assunto é objetiva, porque desmascara; verdadeira, porque sei distinguir entre ciência real e mistificação, embora esta mantida através de decênios; clara, porque sei das enormes somas que estão sendo carreadas aos bolsos dos fabricantes de ‘medicamentos’ homeopáticos, assim como dos profissionais ‘médicos homeopatas’; descrente, pelas evidências absurdas, supostamente experimentais que me foram fornecidas até hoje, toda vez em que tive a ingenuidade de inquirir a quem faz da mé fé e do embuste uma regra de vida profissional — o médico homeopata”. Alguns farmacologistas, por outro lado, estão repensando a questão da validade terapêutica da Homeopatia. Admite um deles, em recente artigo, que "minha visão sobre o assunto é aceitar que a Homeopatia pode ter efeito benéfico em certas eventualidades, efeito este que não se consegue interpretar

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