73 se efetua uma psicoterapia. Muitos dos fármacos que se acham à disposição do médico são de fato medicamentos falsos, porém, apesar disto (ou quiçá por causa disto), se utilizam frequentemente. Observando as limitações indicadas anteriormente, não existe em princípio objeção alguma frente ao uso de placebos, porém deve se fazer uso de substâncias completamente indiferentes, que não tenham ações colaterais farmacodinâmicas. Desde este ponto de vista, podem ser recomendados os medicamentos homeopáticos, visto que não possuem nem ações principais nem efeitos colaterais, sendo prescritos de forma intensamente sugestiva e ingeridos com grandes esperanças"9 (p.·301) [Este era um dos livros-textos recomendados pela Organização Pan-Americana de Saúde para o ensino de Farmacologia na América Latina]. In ROCHA E SILVA, M. Fundamentos da Farmacologia e suas aplicações à terapêutica, edição de 1973. - "Alopatia e Homeopatia: Nas suas origens, a Farmacologia se confunde com a terapêutica e, ainda no começo do século passado, o estudo da ação das drogas era uma ciência altamente empírica, dominada por aventureiros e charlatães. Hoje, tem-se o hábito de chamar alopatas aos médicos que fazem Medicina no sentido exato, científico, em oposição aos homeopatas que seguem as doutrinas duvidosas formuladas por Hahnemann, em fins do século XVIII. No entanto, quando foi criado o termo alopatia, tinha ele uma significação radicalmente diferente da que se lhe atribui hoje. O campeão da doutrina alopática foi o médico inglês Gregory, falecido em 1821. Ele preconizava tratamentos tão drásticos, por meio de sangrias e purgativos, que os sintomas eram, por assim dizer, abafados pela violência do tratamento. Geralmente, era o colapso, a forma final de abafar os sintomas e era frequente a expressão: ' Il est mort gueri". A Homeopatia, embora sem fundamento científico aceitável, desenvolveu- -se rapidamente como uma tendência natural para corrigir os excessos dos alopatas. Compreende-se que, se em vez dos métodos violentos usados pelos alopatas, o paciente recebia apenas água pura, a natureza tinha melhores oportunidades para exercer a sua vis medicatrix e o doente de escapar à sanha dos seus curadores. A ideia fundamental de Hahnemann era a de utilizar, contra a doença, medicamentos que produzissem no indivíduo normal sinto-
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