etica_em_homeopatia

48 conhecem da prática, que leram nos livros de outros, ou que estão nos textos à sua frente. Tudo o que ensinam está errado”. No Brasil, a primeira escola médica criada em 1808 foi chamada Escola de Cirurgia da Bahia, sendo posteriormente renomeada em 1815 como Academia Médico-Cirúrgica da Bahia. A Homeopatia nasceu como resposta e contraponto à doutrina e práticas terapêuticas nocivas de sua época, em particular daquelas ditas alopáticas e propostas por eminentes médicos, como James Gregory (1753-1821) e John Brown (1735-1788), na Inglaterra, François Broussais (1772-1838), na França, e Benjamin Rush (1745-1813), nos Estados Unidos. A designação de Homeopatia foi cunhada pelo médico alemão Samuel Hahnemann para o tratamento apoiado no uso do princípio hipocrático dos semelhantes (homeos, de semelhante), tendo chamado de enantiopatia (enantios = contrário) a prática terapêutica embasada no princípio hipocrático dos contrários, à qual não se opôs. Entretanto, foi um tenaz adversário dos médicos que utilizavam o sistema terapêutico que chamou de alopatia (alos, prefixo grego, que significa outro), sem base explicativa sólida e que se valia de sangrias ou ingestão de substâncias tóxicas, como mercúrio e arsênico, para produzir eliminações orgânicas por todas as vias e, assim, desintoxicar ou purificar o organismo, práticas por ele consideradas como irracionais e especulativas. Inobstante sua ampla aceitação pela população — e emmenor escala pelos médicos —continua a ser objeto de controvérsias históricas ao longo dos seus dois séculos de existência. Como será mostrado no capítulo seguinte, a homeopatia sofreu, e ainda sofre, forte resistência por parte de farmacologistas, gerando desinformação e deformação na educação dos discentes. Enquete feita com estudantes de Medicina que participaram de encontro científico apurou desconhecimento, preconceito ou desinformação sobre aspectos básicos da Homeopatia5 . Na década de 90, em levantamento com professores de Medicina no Brasil, apesar de 60% dos docentes admitirem um baixo conhecimento sobre a terapêutica, 80% reconheceram uma razoável ou grande utilidade da homeopatia, e 54% concordaram que seria efetiva e resolutiva para alguns dos problemas de saúde6 . Entre estudantes de Medicina, participantes num congresso brasileiro de educação médica, 96% opinaram que o ensino da homeopatia deveria ser realizado de forma obrigatória ou opcional nas faculdades de Medicina7 . Já com a alopatia, observou-se um fenômeno contrário. Com o passar do

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