31 INTRODUÇÃO: UMSABER E UMAARTE A Homeopatia é um saber, uma arte; quem sabe, uma ciência. A Homeopatia é uma racionalidademédica. Mas será que as pessoas a conhecemde fato? A Homeopatia atravessou vários períodos em sua turbulenta travessia de 226 anos se consideramos “Ensaio sobre umnovo princípio para investigar a propriedade natural das drogas”, de 1796, como o texto inaugural. Mas o que será que se buscava com as novas propostas? No que será que elas se inovaram nestes dois séculos? E mais, no que será que ela ainda pode nos surpreender? Achamos que tudo isso pode acontecer ao mesmo tempo. A Homeopatia usa fundamentalmente quatro alicerces para se localizar: o princípio dos semelhantes, a singularidade de cada paciente, as doses mínimas e o medicamento único. Mas quais desses conhecemos de verdade? O princípio dos semelhantes deve ser, de algum modo, familiar ao leitor. ser mais incômodos para a economia do sujeito enfermo. A Homeopatia desenvolveu, ainda, uma série de percepções relacionadas ao modo particular de adoecer e de se curar de cada ser humano. Busca respeitar o tempo e a linguagem com que cada paciente conta a sua enfermidade. Situa-se entre uma Medicina baseada em narrativas e uma Medicina baseada em provas científicas. É equivocado supor que o conhecimento homeopático somente poderá ser validado sob o cientificismo de uma positividade mensurável e quantitativista. Há, porém, uma outra forma de enxergar seu estatuto científico. A Homeopatia nasce, vive e pertence à tradição médica. Não é um corpo estranho, isolada do corpus canônico da Medicina. Busca ser o que a boa ciência médica sempre preconizou: uma Medicina com sujeito, cujo ideal terapêutico é reestabelecer o potencial e o talento com que cada ser nasceu para cuidar de si.
RkJQdWJsaXNoZXIy NjAzNTg=