etica_em_homeopatia

179 conduta terapêutica de acordo com a etiologia. Algumas décadas atrás, se o paciente apresentasse duas crises em um ano, já seria candidato à tonsilectomia, inclusive pelo risco de ser submetido a tratamento inadequado e vir a desenvolver posteriormente febre reumática, caso o problema estivesse associada ao estreptococo do Grupo A. Alémdo exame físico, podemser necessários outros exames, tais como um leucograma ou uma cultura de material retirado do local com antibiograma para o correto tratamento. O médico, portanto, pode diagnosticar e saber o que está tratando, prevenindo riscos futuros ao paciente, pois pode investigar o caso e indicar a antibioticoterapia indicada no caso de infecção pelo estreptococo do Grupo A, complementada, pelo especialista em homeopatia, com o tratamento prescrito, levando em consideração o diagnóstico clínico para separar os sintomas peculiares ou singulares. Já nos demais casos, a homeopatia pode ser o tratamento de eleição, reduzindo os episódios agudos e evitando procedimentos cirúrgicos como mostrou estudo realizado no Ambulatório de Otorrinolaringologia da Universidade Federal de São Paulo 20. Os medicamentos homeopáticos são bastante seguros, sendo muito baixos os seus riscos diretos, conforme apontamas revisões sistemáticas 21,22 23 . Deve-se prestar atenção, porém, aos riscos indiretos consequentes ao atendimento prestado por médicos sem a necessária diligência ou prudência e, talvez de modo mais amplo, por profissionais de saúde ou leigos, sem as prerrogativas para o devido monitoramento clínico do doente, postergando um tratamento necessário ou deixando a doença evoluir, algumas vezes com sequelas irreversíveis. Estes profissionais não se submeteram à qualificação exigida para os médicos, e ao prescreverem embasados apenas nas queixas do doente sem o cotejamento fundamental com os sintomas da doença, desobedecemà regra de ouro, fixada por Hahnemann, para seleção dos sintomas que serão comparados às informações da matéria médica homeopática. Ou seja, estariam a praticar uma má homeopatia e contribuindo negativamente para o desenvolvimento da terapêutica. Conforme o relatório Demografia Médica24 (2023), dos 2.973 médicos registrados como especialistas em homeopatia nos CRMs, 2.602 (93%) estão qualificados também em outra especialidade médica. São profissionais que investiram tempo, esforço e recursos financeiros para sua capacitação, e que estão preparados para realizar um atendimento dentro do padrão esperado de um especialista. Em menor escala, é possível que exista um outro grupo de médicos que estudou homeopatia mas não se interessou em se submeter ao exa-

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