etica_em_homeopatia

175 conhecimento e tirocínio para que todos os meios técnicos e científicos para diagnóstico e tratamento, disponíveis no local e apropriados às circunstâncias da assistência, sejam utilizados em benefício do paciente, sem discriminação ou exploração de qualquer natureza (econômica, política, religiosa). Na esteira da relação de confiança, cabe ao médico acompanhar atentamente a evolução clínica do paciente para que possa atuar, de modo tempestivo e eficaz, tão logo seja detectada alguma alteração que necessite intervenção médica. A relação médico-paciente é nitidamente assimétrica, estando de um lado o enfermo que está sofrendo e porta algum grau de vulnerabilidade e, do outro, o médico do qual se espera uma atuação competente e postura empática, que se traduza num atendimento com civilidade e respeito à dignidade humana. O mesmo se aplica ao paciente, apesar do seu sofrimento, mesmo que seja uma alta autoridade. Conta-se que, na ausência do seu médico oficial, um poderoso marechal alemão, afetado por uma forte dor lombar, foi atendido por um médico substituto, que passou a fazer as perguntas usuais para diagnosticar o problema. De pronto, o marechal cobrou a terapêutica, sem querer responder às perguntas domédico. Este teria respondido de imediato que, nessa condição, seria melhor chamar o médico veterinário. Se saiu vivo, ninguém se atreveu a contar o final. Não há espaço para abuso de poder na relação médico-paciente, devendo o médico respeitar, exceto em casos de iminente risco de morte, a liberdade do paciente (ou representante legal) de decidir sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, sem exercer sua autoridade para limitar as escolhas do paciente. É natural que, em doenças crônicas, o médico especialista em homeopatia faça uma completa anamnese, como descrita nos livros de semiologia médica, com perguntas sobre todas as funções orgânicas, usando técnicas adequadas de inquirição. Alguns pacientes, na primeira consulta homeopática, devem ser informados logo no início do procedimento-padrão, para evitar reações de resistência que poderão comprometer a adesão e efetividade do tratamento. Independentemente da complexidade ou localização da doença, é indispensável conhecer o paciente em sua totalidade biopsicossocial. A recomendação de consulta posterior a sítios informativos sobre a homeopatia, como o da Associação Médica Homeopática Brasileira, ou a livros 16,17 que descrevem a teoria e a prática da homeopatia, em linguagem simples, pode ser útil em tais casos. Os pacientes querem ser tratados como pessoas, merecedoras de atenção e

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