etica_em_homeopatia

174 do paciente, o que importa considerar outros tratamentos possivelmente mais indicados para o caso concreto. Enquanto terapêutica de auto-regulação por estímulo específico para o doente, como propõe a professora Anna Kossak-Romanach, há situações em que a prescrição da homeopatia pode ser incompatível ou até absurda em função da natureza do processo patológico ou de alterações orgânicas extensas irreversíveis. A autora adverte, ainda, que, para a atuação do medicamento homeopático prescrito segundo o princípio da semelhança, é imprescindível a existência de suficiente resposta do sistema imunológico 14. Como já descrito no capítulo 3, o próprio Hahnemann apontou como fator limitante, para o êxito do tratamento, a ausência de sintomas identificados como singulares (Organon da Arte de Curar , §165), no caso, o que demonstra mais uma vez a importância de saber a doença que o paciente apresenta para identificar os sintomas peculiares e característicos. Bastaria ao médico, para bem cumprir sua missão, seguir os requisitos do modelo IARAE2: Intenção correta, Atenção plena, Raciocínio clínico integrativo, Ação consciente e informada e Empatia associada ao Exemplo, em suas condutas de respeito e consideração com o paciente. Todo ato médico se inicia pela intenção correta, ou seja, o genuíno interesse de beneficiar quem sofre e procura ajuda médica. Não há boa medicina sem amor ao próximo, sem a intenção consciente — e o desejo inconsciente — de fazer o melhor pelos doentes. E se completa com a empatia pelo paciente e seu sofrimento ao longo de todo o processo, com exemplos de atenção, apoio, cuidado, respeito e solidariedade da parte do profissional médico 15. Há que se atentar para os direitos dos pacientes — ainda não positivados em norma legal federal — que se refletem nos deveres do médico. Por exemplo, ao direito do paciente de decidir livremente sobre sua pessoa ou sembem-estar, há o correspondente dever médico de informar o paciente, ou seus familiares, de modo claro, objetivo, respeitoso e compreensível, sobre seu estado de saúde. E de solicitar o devido consentimento, após os esclarecimentos, para a realização dos procedimentos ou condutas mais adequadas. O paciente, ao se abrir e contar ao profissional sua história pessoal de vida, inclusive informações íntimas, espera do médico que guarde o devido sigilo e, em relação ao seu prontuário, seja adequadamente armazenado e protegido de acesso por pessoas não-autorizadas. À confiança depositada pelo paciente no médico que o atende, até para seguir as condutas indicadas, o médico responde com o uso do melhor de seu

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