etica_em_homeopatia

172 em Vivências, resultante da aprendizagem experiencial gerada diariamente pelo contato atento e direto com o paciente. Já o médico italiano Josef Gazola (1661-1715), em obra publicada postumamente 8, escreveu, de modo pragmático, que o enfermo valorizaria mais o médico que eliminasse o mal com um remédio ajustado do que um outro que conjecturasse donde poderia ter se originado. Ao citar o aforisma de Plínio (a experiência é o mestre mais eficaz), afirmou que “não há no mundo mestre mais certo do que a experiência e, nas Artes conjecturais, é a prova que decide toda disputa”. Sem o seu componente ético, a prática médica se despe do seu sentido principal . A deliberação ética racional em Medicina impõe, portanto, a combinação de conhecimentos científicos úteis e válidos com a reflexão crítica centrada em valores e experiências individuais, exigindo em cada decisão o recurso à filosofia moral. A tomada de decisões médicas e, mais ainda, o julgamento da eticidade de decisões médicas por outros médicos, é uma tarefa complexa, como bem alertou Hipócrates, há mais de 2.000 anos, com seu famoso aforisma: "A vida é curta, a arte é longa, a oportunidade fugaz, a experiência falaciosa e o julgamento difícil". DEVERES DOMÉDICO ESPECIALISTA EMHOMEOPATIA A responsabilidade profissional (de respondere, responder) consiste no conjunto de obrigações que o médico assume ao responder ao problema que lhe é trazido pelo doente. Por obrigação, entende-se o dever ou necessidade a que se está sujeito de cumprir ou fazer alguma coisa, ou se abster dela, em virtude de que a vontade do ser humano é submetida a um princípio superior. Na área clínica, o ato médico se configura na relação com o(a) paciente, seguido do diagnóstico e prescrição do tratamento e das suas conseqüências, representadas pelas obrigações do médico9 . O antigo aforisma de que o médico cura algumas vezes, alivia frequentemente e conforta sempre, serve para caracterizar em linhas gerais as obrigações do médico para com o doente. Entretanto, cumpre escolher, em cada caso e de forma precisa, quais são os objetivos e os resultados esperados com o tratamento. Em 1985, Sackett, Haynes & Tugwell 10, definiram os seis objetivos abaixo, isolados ou combinados, para abranger as finalidades de um tratamento: “1. Curar (e.g., matar omicróbio, retirar o tumor, dessensibilizar o paciente fóbico)

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