etica_em_homeopatia

168 para trazer soluções. Se forem científicas, melhor. Mas não é necessário que o sejam. Podem proceder de uma experiência milenar que a ciência ainda não explicou nem sequer consagrou”. A Medicina existe para prover o Ser Humano de um nascimento seguro e de uma morte confortável, proteger o sadio, curar o doente quando possível, sempre aliviar o seu sofrimento e confortá-lo, e cuidar do deficiente durante a sua vida 4. Ao longo de sua existência, foi desenvolvida, na Medicina, uma complexa organização de trabalho que levou à necessidade de criação de áreas especializadas que passaram a gerar e acumular conhecimentos e práticas relacionados aos fins da Medicina, com aprofundamento dos processos de diagnóstico e tratamento ao lado de relevância epidemiológica, as quais passaram a constituir núcleos autônomos que interagem e dialogam entre si. Não foi diferente com a Homeopatia como campo de conhecimento médico, que desde a sua criação, viu serem fundadas sociedades homeopáticas na Alemanha e nos vários países para os quais se difundiu, inclusive no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Homeopatia estava crescendo de forma vertiginosa e, em 10 de abril de 1844, foi fundada a primeira organização médica nacional dos EUA, o Instituto Americano de Homeopatia. Teve como propósitos básicos o desenvolvimento e a reformulação dos conhecimentos de matéria médica (como era então chamada a disciplina de farmacologia) e a qualificação de médicos competentes para o exercício da homeopatia de uma forma cuidadosa e habilitada. Seu acesso somente era permitido a membros que tivessem concluído estudos médicos regulares de acordo com as normas das instituições médicas da época e que houvessem sido examinados (teorica e praticamente) por membros qualificados do Instituto. Augusto Hortal Alonso 5 observou que os elementos paradigmáticos do ethos profissional, na medicina, foram estabelecidos já no Juramento de Hipócrates: compromisso com o exercício da profissão, solidariedade com os outros profissionais e seus familiares, obrigação de transmitir os ensinamentos para a geração subsequente, sigilo profissional , necessidade de delimitação ante as profissões afins e proibições éticas no exercício da profissão. Estas proibições passaram a ser formalmente incorporadas pelos códigos de ética médica, o primeiro deles escrito pelo médico inglês Thomas Percival, em 1803. A Associação Médica Americana, no momento de sua assembleia de fundação, em 1847, já aprovou seu código de ética que proibia a consulta profissional ou a

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