161 para encontrar algo que estivesse “além” do conhecido pelas teorias que fundamentam a patologia, especialmente das moléstias crônicas e do restitutio ( recuperação e convalescença). Esta é a passagem do vitalismo ciência para o saber terapeuticamente orientado da Medicina. Várias escolas surgidas dentro das linhas vitalistas de investigação tornam-se formas científicas distintas de uma mesma aspiração investigativa: conseguir demonstrar que o fenômeno vital é uma característica do ser vivo, por leis que se auto-regulam, expressando-se através de suas propriedades materiais que, fracionadas, não poderiam explicar satisfatoriamente, nem como o conjunto mantém sua integridade, nem como esta é abalada a ponto de determinar a falência do ser. Ainda segundo Ayres: “Desta forma, passaram a ser cada vez mais estranhas às ciências médicas institucionalizadas tanto a percepção de outras possibilidades de compreender as totalidades orgânicas de que trata, os corpos humanos, quanto, e isso é da maior relevância, outras possibilidades de manejar teórica e metodologicamente determinismos de moldes não causalistas28.” CONSIDERAÇÕES FINAIS As medicinas integrativas, entre as quais aqueles que praticam a homeopatia, abraçaram um viés antropológico que levanta aspectos importantes no quesito prevenção e envolve tanto medicina pública como a prática privada. Uma medicina de base antropológica requer uma medicina do especificamente humano, uma medicina do sujeito29. Este é um lugar de cuidado que jogar luz sobre a questão ética do sujeito. O médico precisa ter a garantia de autonomia preservada para poder tomar as decisões mais apropriadas para os pacientes. Esta liberdade está condicionada não apenas às regras da perícia, mas também do princípio da não maleficência e do respeito aos códigos de ética vigentes. Muitas vezes, há controvérsias sobre qual tipo de conduta deve ser ou não aceitável, merecedora ou não de sanções legais. No caso específico da homeopatia, é importante e essencial saber que existe uma técnica a ser seguida. Mas mesmo na obediência aos critérios técnicos, é importante reconhecer que existe pluralidade metodológica. Cada paciente, cada sujeito, é repleto de perspectivas e, portanto, receptivo e susceptível a vários tipos de abordagem terapêutica.
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