etica_em_homeopatia

15 A HOMEOPATIA E SUA INSERÇÃO NA MEDICINA “Escolha de preferência um médico que jamais se mostre grosseiro, que nunca se irrite, salvo à vista de uma injustiça; que não desdenhe de pessoa alguma, salvo dos lisonjeadores; que tenha apenas poucos amigos, mas amigos leais; que deixe aos que sofrem a liberdade de se lastimarem; que jamais emita opinião semmadura reflexão; que prescreva poucos medicamentos, a maioria das vezes um único, em seu estado natural; que se mantém em seu canto até ser procurado; que não dissimule o mérito de seus confrades e não faça auto-elogio; enfim, um amigo da ordem, do sossego e da beneficência. P.S: “Uma palavra mais ! Antes de escolher, observe como ele se comporta com os doentes pobres, e se ele se ocupa em casa, sem ser visto, com algum trabalho útil ! “ Parágrafo final de carta escrita por Hahnemann, em 1795, como resposta a paciente que havia se mudado e pediu orientações sobre a escolha de um médico para sua família A homeopatia — por motivos históricos, técnicos, científicos e éticos — é parte da Medicina desde o seu nascimento, dela não podendo ou devendo se desligar, sob risco de prejuízo para o sistema médico e para a humanidade. Foi criada em 1796 por um médico alemão, Samuel Hahnemann, inconformado com a desarrazoabilidade das teorias ou doutrinas médicas vigentes. Estas impunham tratamentos médicos desumanos e perigosos, como sangrias e ingestão de substâncias tóxicas, como mercúrio e arsênico, para aumentar indiscriminadamente as eliminações do organismo ou retirar as toxinas internas, esperando, assim, purificar o organismo das impurezas que o contaminavam. Com tantas eliminações provocadas artificialmente, às vezes até com sangrias diárias de mais de dois litros, era comum o óbito dos pacientes. Era, também, recorrente a afirmação médica de que os pacientes morreram curados, pois puderam eliminar ao máximo suas impurezas internas, tendo sido feito o melhor para eles. O fundador da homeopatia combateu duramente os abusos e excessos de tratamentos baseados em especulações teóricas, aplicados como panaceia, sendo a sangria o exemplo mais significativo.

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