144 O aspecto preventivista que a especialidade oferece tem sido enfatizado tanto pela comunidade de praticantes como pela população. Não é fortuita que a escolha de muitos médicos que praticam a homeopatia no Brasil e no mundo tenham escolhido a Saúde Pública e a Medicina Preventiva como interlocutores acadêmicos privilegiados. Além da promoção da saúde e de estar alinhada com os parâmetros da vigilância epidemiológica (política de imunização, monitoramento de zoonoses, endemias, epidemias e pandemias) a Homeopatia — considerando sua forma de atuação tanto no sistema de saúde privado como no público — apresenta potencial para atuar preventivamente. Durante quase uma década, no Centro de Saúde Geraldo Paula Souza, através de um convênio entre a Associação Paulista de Homeopatia (APH) e a Faculdade de Saúde Pública, efetivou-se o atendimento ao público em ambulatório didático, onde preceptores e alunos que faziamo curso de especialização emHomeopatia frequentavam o ambulatório. Durante a experiência naquela Unidade Básica de Saúde, foi possível constatar uma atuação transdisciplinar e a integração entre áreas da clínica médica homeopática e da medicina preventiva. AHOMEOPATIANO ENFRENTAMENTODE DOENÇAS EPIDÊMICAS Foi o fundador da medicina técnica, o médico grego da ilha de Cós, Hipócrates, quem inventou a história clínica, e foram médicos que seguiram a tradição vitalista e de caráter experimental que defendiam que a Medicina deve se ocupar não apenas da doença propriamente dita, mas também da totalidade dos sintomas que os sujeitos enfermos apresentam. Portanto, não apenas limitar-se a abordar e compreender suas mazelas físicas, já que elas, invariavelmente, vêm junto com alterações do humor e do estado psíquico. Segundo Charles Lichtenthaeler4 , “a história da Medicina poderia ser resumida como retornos sucessivos a Hipócrates”. A preocupação de Hahnemann com as doenças epidêmicas sempre esteve presente nas suas obras e referencias. Sua forma de abordagem do tema incluiu adotar a expressão “ genus epidemicus”. Esta terminologia envolvia identificar e isolar os sintomas/sinais mais prevalentes em uma dada situação epidêmica. O objetivo era encontrar os medicamentos mais apropriados para cada surto epidêmico a partir da análise dos sintomas mais comumente observados entre os infectados.
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