13 Desde seu nascimento e posterior desenvolvimento, é sólido o vínculo ético da homeopatia com a boa prática da Medicina em benefício dos doentes e da coletividade A incorporação racional e organizada da homeopatia no Serviço Único de Saúde pode contribuir para o aumento da resolutividade e melhoria do atendimento humanizado aos seus usuários INTRODUÇÃO A Medicina é uma ciência da incerteza e uma arte da probabilidade, ensinou o professor de clínica médica William Osler (1849-1919). Há muito que a Medicina é vista como uma ciência aplicada, e sua prática uma arte baseada em ciência. Ela é exercida por seres humanos que cuidam de seus semelhantes. Para o Direito, os seres humanos são iguais entre si. Na Medicina, levando em conta a dimensão biopsicossocial dos indivíduos, cada ser humano é, ao mesmo tempo, semelhante a outros seres humanos e diferente dos demais, preservando sempre sua individualidade. Ao aplicar os conhecimentos técnicos, os médicos podem se valer de orientações padronizadas (protocolos), indicadas para um conjunto de casos similares, ou adotar condutas individualizantes e ajustadas a cada paciente, tanto em relação às condutas diagnósticas como terapêuticas, quanto ao diagnóstico como tratamento. Não há doença humana sem seu hospedeiro, ou seja, o indivíduo que a apresenta. As doenças podem ser semelhantes, mas os pacientes serão sempre únicos, exigindo uma atenção especial aos seus sintomas e concepções existenciais. A Medicina é, pois, uma ciência aplicada que se torna arte ao considerar cada ser humano em sua especificidade, buscando tanto explicar a doença como compreender o doente que a apresenta. Em suas decisões tomadas com autonomia — e compartilhadas com o paciente — o médico competente deve ponderar o conhecimento científico, os valores do paciente e usar sua experiência profissional, num esforço analítico e sintético que integre ética e ciência em benefício do próximo e da coletividade.
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