CAPA
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Nesta edição
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Entrevista
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Crônica
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Dossiê/Vacinas/História
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Opinião
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Hobby
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Agenda Cultural
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Medicina no mundo
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Turismo
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Resenha
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Fotopoesia
GALERIA DE FOTOS
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Hobby
Olha o passarinho!
O casal Norma e Clelgen compartilha, além da Medicina, a paixão pela natureza e pela fotografia de aves e paisagens
Fotografar pássaros não é tão simples quanto parece. “Ave não faz pose, não está com uma luz adequada, você não pode se aproximar muito, precisa ter uma lente específica. Às vezes a gente fica meia hora para fotografar um passarinho”, afirmam os médicos Norma Saldanha e Clelgen Bonetti, cujo hobby reúne a paixão pela natureza, pelos pássaros e pela fotografia.
Estão no país certo. O Brasil é o segundo no mundo em número de espécies de aves, com 1.919, de acordo com o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO), que atualiza e revisa periodicamente a lista de pássaros do Brasil, especialmente quando novas espécies são descritas pela ciência. Cantados em verso e música, os passarinhos despertam uma legião de apaixonados que gosta de vê-los livres, em seus habitats naturais. Além disso, a observação deles, a olho nu ou por binóculos e câmeras fotográficas, possibilita um contato direto com a natureza.
Foi assim que teve início o hobby de Norma e Clelgen, respectivamente médica nuclear e ortopedista. Junto há cinco anos, o casal percebeu, observando o ambiente durante as trilhas e viagens que fazem, que a fotografia era a melhor forma de colaborar para a conscientização a respeito da importância da preservação da natureza.
VIAGENS
Ambos costumam viajar praticamente todos os fins de semana. Para conciliar hobby e profissão, o segredo, afirmam, “é se programar com antecedência”. Na maioria das vezes, por conta da proximidade e do pouco tempo disponível, vão para cidades do Interior dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro ou Minas Gerais.
As viagens mais longas costumam demandar mais tempo e planejamento, mas também acontecem. “Nas nossas últimas viagens para fora do país tomamos a decisão de ir sem destino”, conta Norma, completando que os passeios são sempre uma aventura.
Os roteiros são feitos, quase sempre, apenas pelos dois, reunindo, vez ou outra, alguns amigos ou conhecendo novos colegas durante a viagem. “Aproveitamos para experimentar tudo que é típico da cidade. Gostamos de nos integrar ao local e às pessoas”, diz Norma.
Para eles, estar em contato com a natureza é um estímulo justamente para sair da “loucura da cidade grande; temos um trabalho intenso, muitas vezes desgastante, então é uma forma de esquecer um pouco isso”, comenta Clelgen.
FOTOGRAFIA
"A fotografia é a melhor forma de colaborar para a conscientização a respeito da importância da preservação da natureza.”
Apesar de fotografarem aves há aproximadamente três anos, os dois médicos já estavam ligados à fotografia desde muito cedo. Tanto Clelgen quanto Norma começaram fotografando familiares e depois evoluíram para as viagens. Hoje, o casal é membro do Fotoclube ABCClick, participando de diversas reuniões, eventos e concursos.
O interesse pelas paisagens e pássaros começou justamente por conta das viagens e, principalmente, das trilhas. “Tirávamos uma foto e víamos, com mais detalhes, que as aves eram muito mais bonitas do que conseguíamos ver pessoalmente”, observa.
Hobby e Medicina, para eles, têm em comum a imagem. Em suas especialidades, ambos os médicos fotografam muito, para documentar seus trabalhos. “Apesar de ser uma imagem técnica, de certa forma é uma ligação entre os dois mundos”, acentua Norma.
E a paixão pelas aves e pela fotografia abriu novos caminhos. O casal já realizou quatro exposições na cidade de São Paulo: no Parque do Jaraguá; em três núcleos do Parque da Cantareira (Pedra Grande, Engordador e Cabuçu); no Poupatempo Lapa; e na Universidade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz (Umapaz), no Parque do Ibirapuera.
O destaque, no entanto, está na exposição Aves Brasileiras do Estado de São Paulo, apresentada em fevereiro deste ano, na Faculdade de Biologia da Universidade de Salamanca, na Espanha, que premiou o trabalho do casal no concurso Residência Artística Fotografia 2018.
CARREIRA
Apesar da estabilidade profissional que têm hoje, tanto Norma quanto Clelgen pensaram em seguir outros caminhos no início de suas trajetórias. “No primeiro ano de Medicina quase desisti e fui fazer Arquitetura. Ainda bem que continuei”, afirma ele, que se formou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), onde também se especializou em Ortopedia.
Federal de Pernambuco (UFPE) e especializou-se em Medicina Nuclear pela FMUSP. Assim como o marido, também teve dúvidas sobre sua escolha. Após um semestre, abandonou o curso médico e começou a fazer Letras. “Logo depois me arrependi e decidi voltar para a Medicina”.
Atualmente, ela é diretora clínica do Centro de Medicina Nuclear do ABC e também trabalha no Hospital Municipal de Emergências Albert Sabin, ambos em São Caetano do Sul. Clelgen atua como ortopedista em dois consultórios, em São Caetano do Sul e São Paulo.
DICAS
A dica que o casal dá para quem tem vontade de praticar o mesmo hobby é se desafiar. “Quem tem vontade de fazer alguma coisa tem que começar a fazer”, diz Clelgen. Para ele, independente dos equipamentos disponíveis, o mais importante é fazer com o que tiver e pensar que vai dar certo.
Norma ressalta que, às vezes, a vontade de ficar acomodado pode se sobrepor à de fazer alguma atividade, diminuindo cada vez mais as perspectivas e os horizontes. “Meu conselho é: não se deixe abalar ou se abater pelo dia a dia, faça o que você pensou em fazer”, conclui.
(Colaborou Julia Martins)