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A desigualdade na distribuição geográfica de médicos é uma realidade no Brasil, atestada mais uma vez pela pesquisa Demografia Médica 2018. Para preencher esses vazios no atendimento à saúde da população – geralmente, nesses casos, a mais necessitada –, há tempos este Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo defende a implantação de planos de carreira junto às várias esferas do poder público.
Presentes em algumas cidades e Estados, esses planos nem sempre atendem, contudo, às reivindicações dos médicos. Em muitos outros lugares, não há qualquer planejamento na gestão da carreira dos profissionais da Saúde, que seguem com baixíssimos salários, acompanhados de gratificações que nada resolvem e prejudicam a aposentadoria.
Um dos planos que mais avançou na direção desejada pela categoria foi o da Prefeitura de São Paulo, implantado em 2013. Porém, a experiência demonstra que outras iniciativas devem ser tomadas para reforçar a presença de médicos nas regiões de difícil provimento. Apenas salários mais altos não resolvem, dizem os especialistas. Por isto, esta edição da Ser Médico propõe- se a debruçar-se sobre esse desafio, trazendo um debate esclarecedor sobre o assunto.
Também essencial é a entrevista do dr. Augusto Cury, considerado o psiquiatra mais lido no mundo. Seus livros nos ensinam habilidades intelecto-emocionais, como pensar antes de reagir, ser empático, resiliente, proteger a mente e gerir a emoção. Habilidades estas cada vez mais raras em um mundo no qual o estresse atinge até mesmo nossas crianças, e em que os pais andam perdidos em relação à melhor educação para seus filhos.
Cury tem uma mensagem especial para nossos colegas médicos: “precisam cuidar de sua saúde emocional. São ótimos para os outros, mas carrascos de si mesmos; colocam-se em um lugar indigno de sua própria agenda”. Apropriadamente, ressalta que “ser médico é ser poeta da vida, um ser humano que talvez não escreva poesias, mas vive ou deveria viver sua vida como uma poesia”.
Os progressos mais recentes da cirurgia bariátrica são abordados no excelente artigo do dr. Almino Cardoso Ramos. Ele descreve as diversas técnicas possíveis, algumas minimamente invasivas, para enfrentar a complexa e multifatorial doença da obesidade, “a maior epidemia não infecciosa já conhecida”.
Outras matérias e seções informativas e reflexivas valem, também, a leitura. Recomendamos!