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Uma viagem à capital tcheca


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Edição 75 - Abril/Maio/Junho de 2016

TURISMO (Pág. 44 a 47)

Uma viagem à capital tcheca

O melhor de PRAGA, em 3 dias

Bruna Aranguiz*



Ao alto, a Ponte Carlos. Acima, Praça da Cidade Velha


Quando comecei a pesquisar sobre as atrações turísticas em Praga, capital e maior cidade da República Checa, deparei-me com uma matéria comparando-a com Paris… mas como assim? Pode existir outra cidade tão romântica quanto Paris? Achei um pouco exagerado e preferi não criar muitas expectativas. Mas só mesmo estando lá para entender.

Praga não fica muito atrás da capital francesa quando se fala em charme e romantismo. Repleta de construções medievais, a capital checa fica ainda mais linda à noite, quando as luzes amareladas imprimem o tom e o clima do lugar. Em cada esquina você encontrará um bar ou restaurante com ar simpático e bem decorado.

Três dias foram suficientes para conhecer as principais atrações, já que a maioria delas fica na região do Centro Velho – formato clássico das cidades europeias. Fica aqui uma dica de roteiro para você não perder os mais importantes pontos turísticos da “Cidade das Cem Cúpulas”.


Ao alto, café, e acima, o Rio Vltava


Dia 1

Comece pelo começo. Ou seja, pela Praça da Cidade Velha, o principal marco de cidade e, sendo assim, um bom ponto de partida. Ali mesmo você encontrará três importantes monumentos: a torre da antiga Prefeitura, a Catedral Týn e a Igreja São Nicolau.

A torre da antiga Prefeitura abriga o belíssimo relógio astronômico. Construído no século 15, ele mostra não só as horas, mas também a posição da lua e das estrelas, os signos do zodíaco e as estações do ano. De hora em hora, uma pequena surpresa acontece: bonequinhos de madeira saem do relógio em uma celebração pela passagem do tempo. Não deixe de vê-lo também à noite, se possível, já que as luzes realçam a beleza e o dourado do relógio.

É possível ainda subir na torre por cerca de 4,5 euros. Lá de cima você terá uma das vistas mais privilegiadas da cidade. O horário de funcionamento é das 11h às 22 horas, às segundas-feiras, e das 9h às 22 horas, de terça a domingo.

Da praça, é possível ir a qualquer lugar da cidade, mas siga pela rua Pařížská, famosa pelas lojas de grife, para chegar ao antigo bairro judeu de Praga, também chamado de Josefov. Acredita-se que os judeus se instalaram por ali no século 10, mas após sofrerem ataques, passaram a viver no bairro cercado por um muro que hoje não existe mais. Na rua U Staré školy está a Sinagoga Espanhola e, ao lado dela, você verá a estátua de Franz Kafka, autor da importante obra literária A Metamorfose.

A poucos minutos dali está a elegantíssima Ponte Carlos, que, não à toa, é um dos principais cartões postais da cidade. Liberada apenas para pedestres, a ponte é palco de um aglomerado de artistas de rua e turistas que passam por ali todos os dias. Construída em 1357, pelo rei Carlos IV, em estilo gótico, ela era o único meio de atravessar o rio Vltava, também conhecido como rio Moldava.


Castelo de Praga e Catedral de São Vito (1ª imagem); Casa Dançante e relógio astrônimo (2ª e 3ª imagens, respectivamente)

 


Dia 2

Reserve o segundo dia para conhecer o outro maior cartão-postal da cidade: o Castelo de Praga. Mas, aviso: não vá esperando encontrar um castelo medieval, pois não é. O castelo é, na verdade, um palácio de aspecto mais “moderno”, digamos. No mesmo complexo está a Catedral de São Vito, que, com seu estilo gótico, surpreende os visitantes e tem entrada gratuita. Vale a pena.

O complexo do Castelo de Praga é considerado o maior do mundo pelo livro de recordes do Guinness. Ele se encontra na Colina Hradcany e, atualmente, serve como residência presidencial. Uma manhã é suficiente para passear pelo local – isso se você não pretender entrar em todos os museus e galerias que fazem parte do complexo.

Aproveite que está do outro lado do rio Vltava para conhecer o bairro de Mala Strana e tirar fotos em frente ao Muro John Lennon. Você deve estar se perguntando o que John Lennon tem a ver com Praga. Na verdade, nada. Ou, pelo menos, não diretamente. Mas, após sua morte, quando a República Checa ainda vivia sob o regime comunista, a imagem do ex-Beatle foi usada para representar a paz e a liberdade de expressão no país.

Bom, até aí a luz do dia provavelmente ainda estará dando as caras, então faça um passeio de barco pelo rio. Há uma enorme variedade deles. Infelizmente não tive tempo de fazê-lo, mas basta ir até a margem do rio para ver os estandes que oferecem o tour. O de uma hora custa em torno de 11 euros. Há também muitas agências de turismo oferecendo o pacote na Praça da Cidade Velha.


As pontes de Praga

 


Dia 3

A Praça Venceslau é outra atração importante da cidade. Na verdade, não tem nada de especial, mas é importante por já ter sido palco de grandes manifestações e eventos. Em uma de suas pontas está o Museu Nacional de Praga, assim como a Estátua de Venceslau, um antigo duque da Boêmia.

Aproveite a localização para fazer compras na rua Pirikope e depois siga para a emblemática Casa Dançante. Esse prédio de arquitetura excêntrica foi criado pelo arquiteto Vlado Milunic, em parceria com o canadense Frank Gehry, e serve como um conjunto de escritórios. No topo da construção há um restaurante e um café bem bacanas que oferecem uma vista belíssima da cidade, além de um chocolate quente que é uma delícia.

De lá, para não se esquecer da forte ligação de Praga com o escritor Franz Kafka, rume para a rua Charvátova. Em frente a uma galeria, você irá encontrar a escultura mecânica da cabeça do escritor que gira em torno de si. Bem interessante.

E, assim, acabaram-se os três dias. Você aproveitou muito bem a estadia em Praga e está pronto(a) para outro destino, ou para voltar, feliz, para casa.

 

* Bruna é jornalista, autora do blog https://1001voltas.com 


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