CAPA
PONTO DE PARTIDA (Pág. 1)
Mauro Gomes Aranha de Lima
ENTREVISTA (Pág. 4 a 9)
Maria Elizete Kunkel
CRONICA (Pág. 10 e 11)
Tati Bernardi*
SINTONIA (Pág. 12 a 15)
Literatura & Medicina
DEBATE (Pág. 16 a 22)
Diretivas Antecipadas de Vontade
LIVRO DE CABECEIRA (Pág. 23)
Caio Rosenthal*
EM FOCO (Pág. 24 a 27)
Rodolpho Telarolli Junior*
HISTÓRIA DA MEDICINA - (Pág. 28 a 31)
Edgard Roquette-Pinto
GIRAMUNDO (Pág. 32 e 33)
Avanços da ciência
PONTO COM - (Pág. 34 e 35)
Mundo digital & tecnologia científica
HOBBY (Pág. 36 a 39)
Médico & Fotógrafo
CULTURA (Pág. 40 a 43)
Cultura maia
TURISMO (Pág. 44 a 47)
Uma viagem à capital tcheca
FOTOPOESIA (Pág. 48)
Guilherme de Almeida
GALERIA DE FOTOS
HOBBY (Pág. 36 a 39)
Médico & Fotógrafo
Dos bisturis às lentes
Fotografar durante suas viagens, registrando o cotidiano de vários
lugares do mundo, é o hobby do coloproctologista Ricardo Rozo Japur
”Medicina e fotografia são extremamente parecidas, na medida em que ambas necessitam conhecimento técnico, mas o feeling pessoal também tem muita importância”, opina o coloproctologista e fotógrafo, Ricardo Rozo Japur. O interesse pela Medicina começou cedo. “É um legado familiar”, desde seu bisavô aos tios e primos atuantes na área médica, conta. Surgiu, assim, uma grande admiração pela profissão, que o influenciou na época do vestibular. Com a fotografia, foi diferente. O encanto surgiu durante uma viagem de férias com a esposa, Ana Paula, a Paris, em 2008. Com apenas uma câmera compacta, o médico se apaixonou pela cidade e, principalmente, pelo ato de registrar momentos e lugares. Após a experiência, o que era um simples hábito tornou-se hobby e, assim, começaram os investimentos em cursos de fotografia e equipamentos melhores.
“Devorei livros, revistas e sites especializados, que me forneceram certo conforto técnico para desenvolver a parte mais artística da fotografia”, afirma. A partir daí, começou a se inspirar em renomados fotógrafos, como Henry Cartier-Bresson, Valerie Jardin, Haroldo Paolo Júnior e Flávio Damm. Sebastião Salgado também teve um lugar de destaque em suas pesquisas e estudos e, coincidentemente, o consagrado fotógrafo brasileiro fez também seus primeiros “cliques” em Paris.
Carioca, pai de duas filhas, Ana Carina (6) e Ana Carolina (16), e casado com Ana Paula, arquiteta paisagista e designer de interiores, Japur graduou-se em Medicina pela Fundação Souza Marques, no Rio de Janeiro, e fez duas Residências, uma em Cirurgia Geral, no Hospital Geral da Polícia Militar; e outra em Coloproctologia, no Hospital de Ipanema, ambos também no Rio. Atualmente, trabalha em seu consultório, em São Carlos, no Interior de São Paulo, além de atender no Hospital Unimed e em um Posto de Saúde.
Arte abrangente
Para o médico, “a arte fotográfica é apaixonante por ser abrangente”. Por isso, como a maioria dos fotógrafos, ele desenvolveu uma preferência por uma vertente, no seu caso, a fotografia de viagens. “Por ser desafiadora é o meu tema preferido. Nela, o fotógrafo tem que dominar diversas técnicas diferentes, se quiser contar bem a história do lugar, já que envolve diversos elementos, como paisagem, retrato, street shot (cotidiano) e até mesmo arquitetura”, explica.
Com grande capricho, o coloproctologista costuma imprimir suas melhores imagens e montar álbuns de viagens. Mas não para por aí. Ele já teve algumas fotos suas publicadas nas revistas Fotografe Melhor e Interarq e participa de exposições conjuntas em São Carlos, além de vender algumas imagens e realizar ensaios de noivas, grávidas e crianças. “Ter uma foto publicada é um grande reconhecimento do meu hobby, mas o que mais gosto nelas é que são a expressão verdadeira do que senti no momento em que cliquei. Quando consigo passar isso adiante, acho que consegui alcançar meu objetivo”, ressalta.
“Uso equipamento digital e procuro sempre manipular o mínimo possível as imagens, evitando esse excesso que vemos nas fotos contemporâneas. Arrisco dizer que uma boa foto tem 10 passos: o primeiro deles é o olhar do fotógrafo e o décimo é o equipamento”, comenta Japur (confira box, abaixo).
Sobre as dificuldades encontradas no processo de aprendizagem, ele destaca como maior obstáculo o desenvolvimento do olhar fotográfico, uma visão artística e até mesmo uma linguagem própria. “As questões técnicas que envolvem a fotografia são de domínio público e ajudam na formação do profissional. Mas é um erro comum acreditar que o equipamento fará a foto por você”, observa.
Eternizando momentos
Muito mais do que apertar o botão da câmera, para o coloproctologista fotografar é um exercício que exige muita técnica e paciência. “É aprisionar um instante de tempo que todos viram passar, mas que só os grandes fotógrafos conseguem mostrar de maneira única”, diz.
Com pouco tempo livre, Japur faz questão de viajar com a família e, claro, aproveitar para tirar algumas fotos. Mesmo seu hobby sendo motivo de orgulho das filhas e da esposa, o médico prefere separar os momentos para aproveitar ao máximo cada um deles. “Quando viajo com a família procuro não gastar tempo demais em busca dos melhores ângulos, mas com um pouco de prática, consigo registrar bem nossos destinos. Em determinados casos, viajo sozinho ou com outros fotógrafos, somente para clicar e aí consigo dedicar mais tempo às composições ou esperar pela melhor luz”, explica. O resultado de toda essa dedicação está exposto nas imagens que ilustram esta matéria, alguns exemplos da extraordinária coleção do médico.
Passos técnicos e subjetivos para fazer uma bela foto
Ricardo Japur e família
- olhar do fotógrafo;
- sorte de encontrar algo interessante, fotografável;
- escolha do momento exato de clicar;
- informação que a imagem passa;
- emoção contida na foto;
- domínio da luminosidade (exposição perfeita);
- composição dos elementos;
- força das linhas imaginárias ou reais que guiam o olhar pela foto;
- nitidez;
- bom equipamento (só melhora o aspecto físico da foto).
Outras fotos de Ricardo Japur podem ser vistas na internet, no endereço:
www.flickr.com/photos/ricardojapur
(Colaborou: Ana Clara Scarabelli)