CAPA
PONTO DE PARTIDA (pág. 1)
Bráulio Luna Filho - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 4)
Kátia Maia - diretora da Oxfam Brasil
CRÔNICA (pág. 10)
Lusa Silvestre*
ESPECIAL (pág. 12)
Médico humanista - Aureliano Biancarelli
SINTONIA (pág. 19)
Medicina translacional
EM FOCO (pág. 22)
Complexo Industrial-militar, por Isac Jorge Filho*
CARA NOVA (pág. 25)
Nova Ser Médico
MÉDICOS NO MUNDO (pág. 26)
Ana Letícia Nery
GIRAMUNDO (pág. 30)
Medicina & Ciência
PONTO.COM (pág. 32)
Mundo digital & Tecnologia científica
HISTÓRIA DA MEDICINA (pág.34)
Das Misturas e Poderes das Drogas Simples
LIVRO DE CABECEIRA (pág. 37)
Antonio Pereira Filho*
CULTURA (pág. 38)
Histórias de vidas anônimas
TURISMO (pág. 42)
Turquia/Curdistão
CARTAS & NOTAS (pág. 47)
Espaço dos leitores
FOTOPOESIA (pág. 48)
Mensagem de Ano Novo
GALERIA DE FOTOS
LIVRO DE CABECEIRA (pág. 37)
Antonio Pereira Filho*
A história do Brasil em 50 frases
Quem nunca ouviu a frase “não existe pecado do lado de baixo do Equador”? Ou “serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história”? E ainda, “o cheirinho do cavalo é melhor que o do povo”? Ao lado de várias outras – ditas e repetidas popularmente –, são frases que fazem parte da história brasileira. E agora quem as ouviu, ou não, pode se deliciar conhecendo o contexto em que foram escritas ou faladas e os personagens que as pronunciaram, alguns também famosos, outros nem tanto, por meio do livro A história do Brasil em 50 frases, do jornalista Jaime Klintowitz.
Na obra é possível conhecer os sentimentos de Charles Darwin ao escrever “dou graças a Deus e espero nunca mais visitar um país de escravos”, ao se despedir do Brasil. Ele permaneceu por aqui alguns meses quando viajava a bordo do veleiro HMS Beagle, cujo objetivo era mapear a costa da América do Sul, mas que foi fundamental, mesmo, para o então jovem naturalista desenvolver sua Teoria da Evolução. Além das impressões nada agradáveis em relação à cultura brasileira, anotadas em seu diário, o autor do livro cita os comentários indignados de Darwin ao ter contato com um fazendeiro escravocrata e a realidade de seus escravos.
“Se algures na Terra existe o paraíso terrestre, não pode ele estar longe daqui!”, do florentino Américo Vespúcio, é outra delas. Ele era, segundo o autor do livro, um “reles tripulante” da expedição posterior às de Cristóvão Colombo e Pedro Álvares Cabral, mas ficou com os louros de dar o nome à nova terra descoberta – que passou a se chamar América – por ser escritor, além de explorador, financista, navegador e cartógrafo. Suas cartas, em uma das quais escreveu a frase que ficou famosa, descreviam com talento o novo território.
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte”, de Euclides da Cunha; “Le Brésil n´est pas un pays sérieux”, que não é de Charles de Gaulle; “Em matéria de política, sou uma vaca fardada”, do general Olympio Mourão Filho; “Brasil, país do futuro”, de Stefan Zweig; “Nem tão depressa que possam pensar que estou com medo, nem tão devagar que possa parecer provocação”, do senador Pinheiro Machado; e “De onde menos se espera, dali é que não vem nada”, do Barão de Itararé, são algumas das outras sentenças comentadas na obra, com detalhes sobre como e quando foram ditas e a respeito de seus autores.
Klintowitz explica que deu preferência às frases “que pegaram e se tornaram de uso corrente, a ponto de sua origem deixar de ter importância para quem as usa no cotidiano”. Outras, “foram escolhidas por terem brilho próprio”. E acrescenta: “a interpretação sagaz de um acontecimento, a graça peculiar, a proeminência de seu autor contribuem para fazer de uma sentença um marco de sinalização da trajetória nacional”.
Os capítulos do livro podem ser lidos aleatoriamente. Mas quando nos damos conta, já o lemos por inteiro, pois cada uma das frases traz, de fato, um pedaço interessante e saboroso da história brasileira. Recomendo.
*Antonio Pereira é conselheiro e diretor de Comunicação do Cremesp