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Edição 71 - Abril// de 2015

CRÔNICA (págs. 10 a 11)

Sady Ribeiro*

Pecados do Chico

 

Ando pensativo, confuso e preocupado... Tudo porque agora tenho um cachorro chamado Chico. Necessidade de um homem que está ficando velho e precisa de um amor incondicional, que só cachorros são capazes de dar.

Mas por que então esse estado mental? Vou explicar. Primeiro foi o Dalai Lama, cuja entrevista assisti em um documentário. Ele disse com palavras bem claras: “um cachorro, dependendo do seu comportamento, pode voltar numa próxima vida como um humano ou como outro animal inferior na escala biológica. Humanos correm o mesmo risco”.

Naquela noite tive um pesadelo. Chico voltaria como um rato e eu como um gato malvado. No dia seguinte, acordei com dores no estômago e gosto de carne na boca… Nem pude trabalhar.

Quando estava melhorando, veio o nosso querido argentino – esse que nós brasileiros gostamos com a mesma intensidade com que o odiamos, Maradona – dizendo que um bom cão pode ir para o céu. Imagino, então, que um mau cão poderia ir para o inferno.

Tenho de confessar que minha fé é escorregadiça. Não sei se seria convidado ao reino de Deus. E o Chico?

Vou contar, com muito constrangimento, e não quero faltar com o respeito a ninguém, muito menos aos leitores desta crônica: Chico é um masturbador compulsivo, que adora exercer essa prática na frente das minhas visitas. Principalmente, as femininas. Quando começa, não para, e eu não sei onde esconder a minha vergonha.

Alguns me aconselharam a castrá-lo, mas acho que, no fundo, como um pai, tenho orgulho das suas travessuras sexuais.

Preocupado com o futuro da sua alma, consultei uma amiga conhecedora de animais e de teo­logia. Ela me disse que masturbação não é mais pecado (pensei nas minhas confissões na infância, quanto tempo perdido...), mas que sexo com camisinha ainda é. O Chico ainda não me pediu para comprá-las.

Nesse ínterim, vi outro documentário, no qual algumas crianças de países do terceiro mundo, ainda hoje, comem o que acham no lixo, para sobreviver.

Acordei no dia seguinte novamente com dores, mas agora com “dores de consciência”. Pensei em mandar o Chico para a China (e vocês podem imaginar o que poderia acontecer...). Com o dinheiro que gasto com ele adotaria uma criança do documentário.

Fiquei sem conversar com o Chico durante alguns dias, mas hoje ele olhou nos meus olhos e chorou. Voltei a ficar preocupado com o céu.  Pobre de mim.
 

*Intervencionista na área da Medicina da Dor, em No­va Iorque, Estados Unidos
 


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