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Edição 70 - Janeiro/Fevereiro/Março de 2015

GIRAMUNDO (págs. 26 a 27)

Curiosidades & Novidades

Genes amigos

   A julgar pelas pesquisas, somos reféns de nossos genes nos mais diversos aspectos da vida. E (será?) eles influenciam até os amigos que escolhemos. Pelo menos é o que diz o estudo publicado, recentemente, na revista Pnas, por Nicholas Christakis e James Fowler.

Após analisarem 1.367 pares de amigos, eles concluíram que nossas amizades têm mais chances de compartilhar variantes genéticas do que estranhos, como um primo de quarto grau. E a tendência, acrescentaram os pesquisadores, é escolhermos amigos com sistemas imunológicos diferentes, o que poderia trazer vantagens evolutivas, pois a convivência permitiria um “compartilhamento de imunidades”.

 

Energia solar


 

A cidade de Campinas, em São Paulo, abriga a maior usina solar do Brasil. Desde 2013, a eletricidade usada pelos moradores da região é composta, em parte, pela energia fotovoltaica, proveniente da luz solar. A usina foi construída pela Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), com o apoio da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que realiza pesquisas no local, buscando fazer melhorias técnicas e comerciais.

 

Matemática dos hormônios

Estudo indica que, durante a gestação, baixos níveis do hormônio tiroxina, produzido pela glândula tireóide da mãe, influenciam negativamente o desempenho de uma criança em matemática nos seus primeiros anos na escola. A conclusão é dos cientistas liderados por Martijn Finken, da VU University Medical Centre, de Amsterdã, Holanda. Eles registraram o nível desse hormônio em mulheres na 12ª semana de gestação, e depois, acompanharam 1.197 crianças, do nascimento até os cinco anos. Porém, não houve diferença nas notas em línguas.

 

Pobreza e cognição

Pessoas com menor renda possuem tendência a exibir comportamentos que as mantêm em estado de pobreza porque problemas financeiros capturam a atenção com pensamentos intromissivos, reduzindo o aprendizado. O estudo, realizado por psicólogos e economistas das universidades Harvard e Yale, dos EUA, foi publicado pela revista Science, recentemente. Quando a decisão envolvia pouco dinheiro, todos apresentaram performance parecida. Porém, quando envolvia somas maiores, as pessoas de menor poder aquisitivo tiveram resultados piores no teste de cognição.

 

Medula óssea e raças

 A doação de medula óssea no Brasil sofre carência de doadores negros, indígenas e asiáticos, segundo Lúcia Silla, presidente da Sociedade Brasileira de Transplantes de Medula Óssea (SBTMO). O alerta ocorre porque a chance de encontrar um doador de medula compatível dentro da própria raça é maior. E, apesar de 70% das pessoas que precisam do transplante encontrarem um doador, grande parte é branca, população que não é maioria no País. Dados revelam que a possibilidade de existir compatibilidade entre irmãos é de apenas 25%. Entre pessoas de raças diferentes, a possibilidade é ainda menor.

 

Ibogaína X crack

Pesquisa conduzida pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revela que a ibogaína, medicamento obtido da raiz de Iboga – planta encontrada em países africanos –, pode interromper a dependência de crack e outras formas de vício, por pelo menos um ano, em 72% dos casos. Publicado no Journal of Psychopharmacology, da Inglaterra, o estudo liderado por Dartiu Xavier mostra que a substância possui maior eficácia se comparada aos tratamentos convencionais e deve ser considerada como uma alternativa para os casos mais graves de dependência química. A ibogaína ainda não está regulamentada no Brasil.

 

Nanoarte

Ciência e arte podem caminhar lado a lado nas lentes de poderosos microscópios. É o caso do aparelho eletrônico de varredura do Centro Multidisciplinar de Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos, em São Carlos, financiado pela Fundação Estadual Paulista para a Pesquisa (Fapesp). As imagens produzidas pelo aparelho – que custou R$ 2,5 milhões e pesa uma tonelada – já estiveram em exposições nos EUA e na Europa. Outro financiador, o CNPq (órgão federal de fomento), criou até um concurso de fotografia científica, cuja última edição premiou Osvaldo Cintho, da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Para fazer “nanoarte”, os cientistas colorem as imagens. O resultado é surpreendente.

 

Estresse oxidativo e câncer de pele

Pacientes com diagnóstico prévio de câncer de pele não melanoma (CPNM) já submetidos à retirada da lesão mostraram elevado estresse oxidativo – desequilíbrio entre a maior produção de radicais livres no organismo em detrimento da produção de substâncias antioxidantes –, revela tese de doutorado de Betânia Freitas, produzida na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, orientada pela professora Patrícia Moriel. Os parâmetros de estresse oxidativo avaliados apresentaram concentrações mais elevadas nesses pacientes, mas com aumento significativo somente quanto às concentrações de isoprostano (p=0,007). O estudo sugere que a idade e o F2 isoprostano podem ser marcadores de risco para o CPNM.

 

(Colaborou: Rodrigo Carani)

 


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