CAPA
PONTO DE PARTIDA (pág. 1)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (págs. 4 a 9)
Robert Gallo
CRÔNICA (págs. 10 e 11)
Fabrício Carpinejar*
ESPECIAL (págs. 12 a 17)
Violência e saúde pública
SINTONIA (págs. 18 a 21)
A saúde do adolescente preocupa OMS
EM FOCO (págs. 21 a 23)
Tchekhov
SOLIDARIEDADE (págs. 24 a 28)
Médicos na Amazônia
LIVRO DE CABECEIRA (pág. 29)
Dica de Alfredo de Freitas Filho*
GIRAMUNDO (págs. 30 a 31)
Curiosidades & Novidades
PONTO COM (págs. 32 a 33)
Informações do mundo digital
HISTÓRIA DA MEDICINA (págs. 34 a 36)
Cardano, o visionário do Renascentismo
HOBBY (págs. 37 a 39)
Correr (fora do dia a dia...) também é esporte de médico!
TURISMO (págs. 40 a 43)
Descobrindo terras e sabores peruanos
CULTURA (págs. 44 a 47)
Salvador Dalí em Sampa
FOTOPOESIA (pág. 48)
Paulo Bomfim
GALERIA DE FOTOS
SINTONIA (págs. 18 a 21)
A saúde do adolescente preocupa OMS
OMS pede atenção à saúde do adolescente
Cigarro, depressão e álcool são alguns dos problemas enfrentados por jovens de 10 a 19 anos
Trânsito, Aids e suicídio, nessa ordem, são as principais causas de morte entre adolescentes, segundo ampla pesquisa feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), intitulada Health for the world’s adolescents. Divulgado em maio último, o estudo ressalta que, apenas em 2012, 1,3 milhão de adolescentes morreram no mundo. A depressão é a principal causa de enfermidade e incapacidade.
O estudo foi elaborado com base em avaliações de políticas de saúde e entrevistas realizadas com jovens de 10 a 19 anos, de 109 países. Cigarro, consumo de álcool e drogas, saúde mental, nutrição, saúde sexual e reprodutiva, e violência são os outros fatores que afetam a mortalidade e a incidência de enfermidades nesses jovens.
“A atenção prestada à saúde dos adolescentes em todo o mundo é insuficiente”, alerta a subdiretora geral da OMS para a Saúde da Família, da Mulher e da Criança, Flavia Bustreo. “Esperamos que essa pesquisa contribua para chamar a atenção das autoridades e acelere a adoção de medidas relacionadas às necessidades de saúde dessa faixa etária”, acrescenta.
O relatório reúne, pela primeira vez, um conjunto de orientações da OMS sobre todas as questões que afetam os jovens dessa idade. Principal responsável pelo estudo, a pesquisadora do Departamento de Saúde da Mãe, do Recém-nascido, da Criança e do Adolescente da organização, Jane Ferguson, defende a importância da manutenção da saúde na adolescência, uma vez que nessa fase muitos sintomas de doenças crônicas podem se agravar ou se manifestar. “Se os problemas e comportamentos não são corrigidos logo cedo – como o consumo de tabaco e álcool, hábitos alimentares e exercícios físicos, o sobrepeso e a obesidade –, podem ter graves consequências, assim como efeitos devastadores quando esses jovens se tornarem adultos”, observa.
Além de ser a principal causa de morte entre os adolescentes, o trânsito é a segunda causa de doenças e incapacidade. A taxa de mortalidade nesse quesito é três vezes maior entre os homens do que entre as mulheres. Para reduzir o índice de óbitos causados por acidentes no trânsito, a OMS destaca a importância de transporte público seguro e de qualidade, para incentivar os jovens a deixar de lado o automóvel, diminuindo as chances de dirigirem após beber.
Em relação ao suicídio e à depressão, a pesquisa ressalta que uma em cada duas pessoas que desenvolvem transtornos mentais apresentam os primeiros sintomas aos 14 anos. Daí a importância de se oferecerem recursos de saúde mental para jovens e adolescentes, aponta o estudo.
Enquanto em outras faixas etárias da população a morte por Aids vem diminuindo, entre os adolescentes ela representa a segunda causa de óbito, principalmente na África.
Sedentários
A saúde física dos jovens também está comprometida. Os países que fizeram pesquisas recentes nessa área indicam que menos de um, em cada quatro adolescentes, faz exercícios físicos o suficiente. A OMS recomenda pelo menos uma hora de exercício diário, de intensidade moderada a elevada. Em muitos países, uma em cada três pessoas é obesa.
Morte materna entre adolescentes caiu 37% na África
Em contrapartida, algumas tendências de comportamento dos adolescentes relacionado à saúde estão melhorando, como, por exemplo, o consumo de cigarros, que está diminuindo em países de alta renda e, mesmo, em alguns de baixa renda.
Desde 2000, o número de adolescentes que morreu por complicações sofridas durante o parto ou durante a gestação tem diminuído consideravelmente mesmo em áreas que apresentam altas taxas de mortalidade materna. Estima-se que nas regiões do Sudeste da Ásia, a parte Oriental do Mediterrâneo e a África, monitoradas pela OMS, o número de mortes caiu 57%, 50% e 37%, respectivamente. Mesmo assim, a mortalidade na gestação ou no parto continua sendo a segunda causa de morte entre as adolescentes de 15 a 19 anos, ficando atrás apenas do suicídio.
A vacinação na infância reduziu a mortalidade relacionada ao sarampo nessa faixa etária. Porém, as doenças infecciosas comuns, como a diarreia e infecções das vias respiratórias inferiores, são, atualmente, a segunda e a quarta causas de morte entre os adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. Juntamente com a meningite, tais doenças são responsáveis por 18% de todas as mortes nessa faixa etária.
Para a OMS, o ideal seria que os países seguissem o exemplo da Índia, que adotou nova estratégia para a saúde do adolescente, abordando uma gama ampla de questões envolvendo a saúde mental, a nutrição, o consumo de substâncias, a violência, doenças não transmissíveis e a saúde sexual e reprodutiva.
Acesse o relatório completo da OMS, em inglês, no endereço: http://apps.who.int/adolescent/second-decade/
(Colaborou: Fátima Lopes)