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CAPA

EDITORIAL
Ponto de Partida


ENTREVISTA
O cientista Luís Hildebrando Pereira da Silva é o convidado especial desta edição


CRÔNICA
Pasquale Cipro Neto


POLÍTICA DE SAÚDE
Fátima Dinis Rigato


SINTONIA
Cássio Ruas de Moraes


DEBATE
Informações Médicas à Disposição de Todos


EM FOCO
Cultivando Hipócrates


HISTÓRIA DA MEDICINA
Moacyr Scliar


LIVRO DE CABECEIRA
Trindade, o conflito da Irlanda em romance


CULTURA
Noel Rosa


TURISMO
Conheça Bonito, no extremo sul do Pantanal


CARTAS & NOTAS
Elogios, Agradecimentos e Bibliografia


POESIA
Mário Quintana


GALERIA DE FOTOS


Edição 23 - Abril/Maio/Junho de 2003

EDITORIAL

Ponto de Partida

Ponto de Partida

O acesso que hoje os pacientes têm sobre assuntos antes restritos à comunidade médica, amplia-se cada vez mais na Internet e na imprensa. Como se estabelece a comunicação entre médicos e pacientes diante dessas informações é o tema do Debate desta edição da revista Ser Médico. O tratamento noticioso dado pela imprensa às informações, muitas vezes, geram interpretações reduzidas ou distorcidas sobre os dados em questão. É comum ler ou ouvir que foi “descoberta a cura” para algumas doenças, quando as pesquisas ainda não passaram da fase de testes.

As freqüentes notícias sobre medicamentos e procedimentos revolucionários” geralmente limitam-se aos efeitos benéficos, desconsiderando as situações e as pessoas a quem as pesquisas apontaram contra-indicações. É evidente que há responsabilidades dos cientistas e dos laboratórios interessados em difundir seus produtos, inclusive usando as notícias da imprensa para o “lobby” de aprovação da “descoberta”. Há também necessidade de uma regulação mais efetiva em relação à difusão de procedimentos e medicamentos, de forma a resguardar o paciente de oportunismos e inconseqüências.

Também existem informações de boa qualidade disponíveis, onde os assuntos médicos são tratados de forma abrangente, constituindo uma importante fonte de esclarecimentos sobre doenças e procedimentos para pacientes e médicos. Porém, discutir um assunto que o médico desconhece ser sério ou não, exige muito tato para evitar conflitos quando questionado pelo paciente. Não há nada que o force a indicar uma conduta que considere inadequada, mas desqualificar as informações colhidas pelo paciente requer diplomacia e sensibilidade. O direito de o paciente buscar informações sobre suas doenças e discutir a veracidade das notícias obtidas a respeito deve ser visto como um elemento que qualifica o ato médico. A busca por informações sobre as doenças e procedimentos médicos é salutar ao exercício da autonomia do paciente, importante na hora de aceitar a terapêutica indicada.

Regina Ribeiro Parizi Carvalho
Presidente do Cremesp


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