CAPA
EDITORIAL
Ponto de Partida
ENTREVISTA
O cientista Luís Hildebrando Pereira da Silva é o convidado especial desta edição
CRÔNICA
Pasquale Cipro Neto
POLÍTICA DE SAÚDE
Fátima Dinis Rigato
SINTONIA
Cássio Ruas de Moraes
DEBATE
Informações Médicas à Disposição de Todos
EM FOCO
Cultivando Hipócrates
HISTÓRIA DA MEDICINA
Moacyr Scliar
LIVRO DE CABECEIRA
Trindade, o conflito da Irlanda em romance
CULTURA
Noel Rosa
TURISMO
Conheça Bonito, no extremo sul do Pantanal
CARTAS & NOTAS
Elogios, Agradecimentos e Bibliografia
POESIA
Mário Quintana
GALERIA DE FOTOS
EDITORIAL
Ponto de Partida
Ponto de PartidaO acesso que hoje os pacientes têm sobre assuntos antes restritos à comunidade médica, amplia-se cada vez mais na Internet e na imprensa. Como se estabelece a comunicação entre médicos e pacientes diante dessas informações é o tema do Debate desta edição da revista Ser Médico. O tratamento noticioso dado pela imprensa às informações, muitas vezes, geram interpretações reduzidas ou distorcidas sobre os dados em questão. É comum ler ou ouvir que foi “descoberta a cura” para algumas doenças, quando as pesquisas ainda não passaram da fase de testes.
As freqüentes notícias sobre medicamentos e procedimentos revolucionários” geralmente limitam-se aos efeitos benéficos, desconsiderando as situações e as pessoas a quem as pesquisas apontaram contra-indicações. É evidente que há responsabilidades dos cientistas e dos laboratórios interessados em difundir seus produtos, inclusive usando as notícias da imprensa para o “lobby” de aprovação da “descoberta”. Há também necessidade de uma regulação mais efetiva em relação à difusão de procedimentos e medicamentos, de forma a resguardar o paciente de oportunismos e inconseqüências.
Também existem informações de boa qualidade disponíveis, onde os assuntos médicos são tratados de forma abrangente, constituindo uma importante fonte de esclarecimentos sobre doenças e procedimentos para pacientes e médicos. Porém, discutir um assunto que o médico desconhece ser sério ou não, exige muito tato para evitar conflitos quando questionado pelo paciente. Não há nada que o force a indicar uma conduta que considere inadequada, mas desqualificar as informações colhidas pelo paciente requer diplomacia e sensibilidade. O direito de o paciente buscar informações sobre suas doenças e discutir a veracidade das notícias obtidas a respeito deve ser visto como um elemento que qualifica o ato médico. A busca por informações sobre as doenças e procedimentos médicos é salutar ao exercício da autonomia do paciente, importante na hora de aceitar a terapêutica indicada.
Regina Ribeiro Parizi Carvalho
Presidente do Cremesp