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Ciências humanas na prática médica


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Água pode conter contaminantes endócrinos


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Conheça os processos de revalidação em outros países


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Síria em guerra


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Curiosidades de ciência e tecnologia, história e atualidades


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Médico faz em média quatro grandes viagens por ano


CULTURA (págs. 41 a 43)
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GOURMET (págs. 44 a 47)
Médico prepara jambalaya creole


FOTOPOESIA (pág. 48)
Feliz 2014!


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Edição 65 - Outubro/Novembro/Dezembro de 2013

GOURMET (págs. 44 a 47)

Médico prepara jambalaya creole

“O ato de cozinhar tem de ser agregador”

A afirmação é do médico ginecologista Erik Piva, apaixonado por gastronomia, que apresenta um dos pratos mais típicos das culturas cajun e creole, originárias da região de New Orleans, EUA


Tudo começou durante as pescarias em que acompanhava o pai e um grupo de amigos. Então com apenas 10 anos, o médico ginecologista Erik Piva via os pescadores fazerem a comida “de qualquer jeito” e, já tendo aprendido algumas noções de culinária em casa, resolveu ajudar a preparar pratos práticos, como polenta em panela de pressão e peixe frito, “com mais esmero”, assegura. A inspiração, contudo, veio da mãe, “ótima cozinheira”.  Ela foi sua grande tutora. “Tinha um conhecimento técnico muito grande”, afirma. Daí para o atual reconhecimento de ótimo chef pelos inúmeros amigos foi uma trajetória natural, que passou pelas inevitáveis galinhadas e outros pratos no tempo de república de estudantes.

Hoje, casado com a também ginecologista, Veridiana Monteiro Ramos Piva, e pai de Vitória, de 12 anos, e Sofia, de 8, o médico é um animado protagonista de almoços ou jantares, muitos deles feitos em sua casa, em Valinhos (SP). Os familiares e amigos também ajudam. “A ato de cozinhar tem de ser agregador e colaboracionista. Quem cozinha precisa contar com as demais pessoas, desde a ajuda laboral até a apreciação do prato”, pondera. E, acrescenta, o chef não pode ser vaidoso, pois “o trabalho é bem maior do que o pouco glamour; tem de botar a mão na massa”. A propósito, tem uma frase sobre gastronomia, de autor desconhecido, que considera emblemática: “Pouco poder, um pouco de saber e muito sabor”.

Clube
Além de cozinhar para os familiares e amigos, Erik participa do Clube Gourmet de Campinas, que reúne 30 membros fixos e os “agregados”. A atividade é levada bastante a sério pelos integrantes regulares do grupo, que conta com mais oito médicos, além dele. Eles se reúnem uma vez por mês em um restaurante da cidade de Souzas, na região metropolitana de Campinas, que, nesse dia, é fechado para o clube. A cada reunião, cinco membros cozinham para os demais. No aniversário anual da confraria é rea­lizado um jantar especial e todos vão para o fogão.

Mesmo os jantares mensais são verdadeiros eventos. “Estudamos gastronomia a fundo”, garante o médico. Cada ano é dedicado a um tema. “Em 2013, por exemplo, estamos estudando os chefs contemporâneos”. Teve um ano, conta, que foi dedicado às “comidas de avós”. Procuram conhecer, também, pratos típicos de outras regiões do Brasil e do mundo. Como os integrantes do clube viajam muito, cada vez que voltam trazem ingredientes para preparar iguarias das localidades onde estiveram.

Cozinha cajun-creole
Um dos pratos que Erik mais gosta de fazer quando reúne um grande número de amigos é a Jambalaya, espécie de paella típica da região de New Orleans, nos Estados Unidos. A comida tem duas versões, a cajun e a creole, duas culturas presentes nos Estados de Louisiana, Mississippi e Alabama, que beiram a costa do Golfo do México. A Jambalaya creole ou Red Jambalaya leva tomates entre seus ingredientes. Já a Jambalaya cajun ou Brown Jambalaya é feita sem tomate.


Ambas culturas são fruto da influência de diferentes povos que se instalaram naqueles territórios: franceses, espanhóis, indígenas, italianos, africanos e alemães. A cozinha cajun é tida como “robusta”, por utilizar molhos mais escuros e gordura animal. A creole é mais refinada, à base de cremes, manteiga e tomate. As duas possuem características de cozimento longo e utilizam, como base do tempero, a denominada “trindade” – cebolas, pimentões e salsão – além de cebolinha, salsinha e condimentos típicos da região.

Outra característica culinária daquela região é o one pot meal, preparações de apenas uma panela, como a Jambalaya. É comum um único caldeirão, com diversos ingredientes, ser servido a toda família e/ou convidados, caso seja uma festa.

Para a Ser Médico, Erik preparou uma Jambalaya creole, com um toque de chef: acrescentou milho e ervilhas, dois ingredientes bastante comuns na cozinha norte-americana. Convidou vários casais de amigos, e arrasou mais uma vez. Confira, a seguir, a receita do prato que ele, alegremente, compartilha com nossos leitores.
 


Erik e sua mulher, a ginecologista Veridiana

 





 

Jambalaya creole

Ingredientes (para 10 pessoas)
 

  1 kg de cebola

  500 g de bacon cortado em pequenos cubos

  3 cabeças de alho picado

  1 kg de linguiça calabresa ou portuguesa cortada em rodelas

  ½ garrafa de vinho branco seco

  1 kg de camarão grande (e mais alguns, com casca, para a decoração do prato)

  1 kg de camarão pequeno

  1 kg de arroz parbolizado

  1 kg de tomate picado, sem sementes

  ½ kg de presunto cortado em pequenos cubos

  500 g de lombo de porco (pode ser trocada por frango) cortado em pequenos pedaços

  1 talo grande de salsão

  ½ kg de pimentão verde picado

  ½ kg de milho fresco congelado

  ½ kg de ervilha fresca congelada

  sal a gosto

  Quanto baste de tempero típico creole para Jambalaya. Como é difícil encontrá-lo no Brasil, pode ser substituído por páprica com pimenta. Quanto mais pimenta, mais parecido ao original.


Modo de fazer


Frite a cebola, primeiramente, e depois acrescente o bacon, em uma paellera (frigideira bem grande). Deixe reduzir bastante. Acrescente o alho.

Coloque a linguiça e o lombo de porco (ou frango) e molhe tudo com um pouco do vinho branco.

Acrescente os camarões. Mexendo sempre, espere que junte mais líquido.

Adicione o presunto e, em seguida, o arroz e o tomate. Mexa sempre para não queimar embaixo. Acrescente mais vinho à medida que for necessário. Se preciso, coloque um pouquinho de água, ou mais vinho, até o arroz ficar quase cozido.

Ponha o salsão, o milho, a ervilha e o pimentão e mexa até o arroz terminar de cozinhar. Desligue e cubra a paellera com papel alumínio para o arroz “chegar no ponto”. Enfeite com os camarões com casca, que devem estar fritos. Bom apetite!

 


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