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CAPA

PONTO DE PARTIDA (pág.1)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág.5)
Marcel de Souza


CRÔNICA (pág.11)
Francisco Assis de Sousa Lima*


EM FOCO (pág.13)
Márcio Melo*


CONJUNTURA (pág.15)
Abuso sexual


DEBATE (pág.18)
Doença negligenciada


GIRAMUNDO (pág.24)
Curiosidades da ciência e tecnologia, da história e da atualidade


PONTO.COM (pág.26)
Informações do mundo digital


HISTÓRIA DA MEDICINA (pág.28)
Tributo a John Snow


HOBBY (pág.31)
Entre o hospital e o hipismo


SUSTENTABILIDADE (pág.34)
Uma casa ecológica


LIVRO DE CABECEIRA (pág.37)
Dicas de leitura da Redação


CULTURA (pág.38)
É DO BRASIL!


MAIS CULTURA(pág.42)
Museu de Arte Contemporânea


CARTAS & NOTAS (pág.43)
Exame do Cremesp agora é obrigatório


TURISMO (pág.44)
Mato Grosso do Sul


FOTOPOESIA (pág.48)
Odylo Costa, filho


GALERIA DE FOTOS


Edição 60 - Julho/Agosto/Setembro de 2012

LIVRO DE CABECEIRA (pág.37)

Dicas de leitura da Redação

“Por que almocei meu pai”

Da redação


   O livro Por que Almocei meu Pai, do jornalista e sociólogo britânico Roy Lewis, é um resumo romanceado e divertido da história de nossos ancestrais pré-históricos. “Um clássico do humor, não obstante o rigor do assunto e a exatidão das reconstruções ambientais”, definiu o jornal italiano La Repubblica. E não exagerou.

Milhões de anos de evolução da espécie humana foram condensados no curto período de uma geração “familiar”, focando, principalmente, o período da descoberta do fogo e o aprendizado de sua dominação, cruciais para a sobrevivência e desenvolvimento do homem das cavernas.

 A história é contada (em apenas 155 páginas), na primeira pessoa, por Ernest, filho de Edward, o líder da tribo, que está sempre em busca do progresso, visando o bem estar dos membros de seu clã e da espécie em geral. O ferrenho e visionário desenvolvimentista está sempre às turras com seu primo Vânya, um conservador que não quer abandonar seus antigos hábitos de homem-macaco. Deslocando-se por árvores e alimentando-se do que a natureza oferece sem muito trabalho, ele morre de medo do fogo e critica acidamente as posições de seu primo. A disputa dos dois preenche algumas das partes mais engraçadas do livro.

Outro trecho hilário é quando o sempre animado Edward decide que os filhos – Ernest, Oswald, Wilbur e Alexander – devem se relacionar com mulheres de outras tribos para o bem da espécie, colocando um ponto final ao incesto. Eles são obrigados a sequestrar, de outras hordas, suas respectivas esposas. As peripécias de cada casal são um capítulo à parte.

Cada filho traz, também, a gênese do que viria a ser diferentes setores da evolução humana. A arte é representada pelos desenhos rupestres de Alexander, que espantam muitos membros do clã, por “roubar” as sombras. Wilbur revela-se como escultor e, posteriormente, empresário. Já Oswald, não demonstra outros talentos além de ser bom caçador. Ernest, ao narrar a história, exibe talento literário. Mas, seu conflito com o pai já seria freudiano? A visão crítica que ele tem do pai pode ser interpretada , também, como a origem de lados obscuros de nossa história. Isto fica a critério dos leitores...

O livro foi escrito na década de 60 e tornou-se cult na Inglaterra. Paulatinamente, segundo a editora, seu número de admiradores foi crescendo até ser redescoberto na França e estourar como best-seller na Itália, onde vendeu mais de 150 mil exemplares.

“Nunca acreditei na versão do Gênesis – Adão, Eva e a maçã –, e então decidi reescrever a evolução a meu modo. Acho que não fiquei muito longe da verdade. Tudo está escorado sobre sólidas bases científicas”, resumiu Lewis. Darwin ia amar...

 



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