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Nesta Edição
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CAPA

PONTO DE PARTIDA (pág. 1)
Renato Azevedo Júnior - presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 4)
Mia Couto, biólogo e jornalista moçambicano


CRÔNICA (pág. 8)
Homenagem a Moacyr Scliar, médico e escritor, falecido em janeiro deste ano


SINTONIA (pág. 10)
Surge um novo conceito de doença e de saúde


CONJUNTURA (pág. 13)
Identificação possível


SAÚDE NO MUNDO (pág. 14)
Saúde Global versus Saúde Internacional


DEBATE (pág. 17)
A qualidade das embalagens comercializadas no país


GIRAMUNDO (págs. 22/23)
Curiosidades da ciência e tecnologia, da história e da atualidade


PONTO COM (pág. 24)
Acompanhe as novidades que agitam o mundo digital


EM FOCO (pág. 26)
Transtornos afetivos na infância


LIVRO DE CABECEIRA (pág. 29)
Confira a indicação de leitura de Caio Rosenthal*


CULTURA (pág. 30)
José Marques Filho*


GOURMET (pág. 36)
Uma receita especial de Debora Handfas Gejer e Geni Worcman Beznos


TURISMO (pág. 40)
A "suíça brasileira" bem ali, na Serra da Mantiqueira...


CARTAS & NOTAS (pág. 47)
Diretores e conselheiros da terceira gestão 2008-2013


POESIA( pág. 48)
Mia Couto em “Raiz de Orvalho e Outros Poemas”


GALERIA DE FOTOS


Edição 55 - Abril/Maio/Junho de 2011

GOURMET (pág. 36)

Uma receita especial de Debora Handfas Gejer e Geni Worcman Beznos

“CHAG SAMEACH”!

Rituais alimentares são marcantes na tradição judaica


A relação entre alimento e religião é intrínseca à cultura judaica, assim como os hábitos de higiene e a simbologia dos pratos. A mesa ocupa lugar de destaque nas celebrações, na qual se realizam muitos dos rituais de comunhão, que reúnem a família e, também, os amigos. Cada celebração sugere o que se deve comer. Algumas são precedidas ou encerradas com uma boa mesa, caso do shabat, dia de cessação do trabalho semanal, que simboliza o descanso de Deus, após os seis de criação do Universo, e tem início ao pôr-do-sol da sexta-feira e termina com o do sábado.

O jejum do Dia do Perdão, Yom Kipur, é precedido e finalizado por um jantar especial. Na Páscoa Judaica, Pessach, que celebra o fim da escravidão pelo Egito, é preparado um jantar onde não se utiliza nenhum alimento fermentado. A maçã e o mel têm significados especiais nos rituais alimentares. Na noite do Rosh Hashaná (Ano Novo), por exemplo, deve-se comer fatias de maçã banhadas em mel, para adoçar o ano que se inicia. Em grande parte das celebrações, não pode faltar o saboroso pão trançado, facilmente encontrado em empórios de produtos judaicos, sendo também muito apreciado por não judeus.

A cultura restringe o consumo de alguns alimentos e usa a expressão kosher (“permitido” ou “bom”) para classificá-los. O consumo de animais que rastejam e alimentam-se de restos é proibido, como o de carne de porco e frutos do mar. Não se misturam utensílios e recipientes de cozinha – os utilizados para o leite não devem ser usados para a carne, por exemplo.


Geni e Debora: as médicas, pediatra e hebiatra, preservam a milenar tradição judaica

Entre as pessoas de ascendência judaica, mesmo entre os não religiosos, muitos desses hábitos são mantidos porque fazem parte da cultura que receberam dos pais. É o caso das médicas Debora Handfas Gejer e Geni Worcman Beznos. Debora coordena o Ambulatório de Especialidades Médicas e o Programa de Adolescência do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus. Geni trabalha no Serviço de Adolescentes do mesmo hospital e é professora aposentada da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Ambas são especializadas em pediatria e hebiatria.

As perseguições sofridas em diferentes períodos históricos foram os principais motivos que levaram os judeus a espalhar-se por vários países do mundo, inclusive o Brasil, escolhido pelos pais das duas médicas. “Meu pai nasceu em Varsóvia, na Polônia, e desembarcou no Brasil em 1932, aos três anos. Minha mãe nasceu em Tel Aviv, Israel (na época, Palestina), em 1928, e chegou a São Paulo em 1931. Eles vieram à procura de melhores condições de vida, com a esperança de não sofrer perseguições religiosas, uma vez que, desde essa época no Brasil, perante a lei, todos eram iguais, diferente do que ocorria em algumas regiões da Europa, onde existia forte antissemitismo”, conta Debora.

 A história dos pais de Geni se diferencia. “Sou filha de um imigrante judeu polonês, da cidade de Lodz, que se casou com uma brasileira, filha de imigrantes judeus russos. Meu pai chegou em 1926, com 17 anos, junto a outros imigrantes vindos do Leste Europeu. O Brasil foi escolhido porque o país facilitava a vinda de estrangeiros, garantindo a eles liberdade religiosa”, explica.

“O Brasil recebeu judeus desde que era colônia de Portugal, passando pelo período em que os holandeses ocuparam Pernambuco até os que imigraram no século passado, como os meus pais. Em 2010, comemoraram-se os 200 anos da imigração de judeus marroquinos ao Amazonas”, completou Débora.

Muitos costumes da tradição judaica estão presentes nas vidas das médicas, que participam e organizam festas e reuniões familiares. “Quando eu e meu marido nos reunimos com os filhos, genros e netos, na noite de shabat; e todos pedem pela minha sopa dourada de bolinhas (yoich mit kneidalé), sinto que estou mantendo a educação judaica que recebi e preservando uma tradição de milênios”, diz Geni. Para Débora, “a graça e a alegria das festas é sempre comemorá-las, não só com os filhos e o marido, mas também com os pais, irmãos, sobrinhos e os amigos agregados”.

Geni ainda explica, que “o shabat começa com o acender de pelo menos duas velas, que simbolizam a alegria e o sagrado. Algumas famílias adicionam até mais, uma para cada criança. Quem acende as velas, em geral são as mulheres, que dão as boas-vindas ao shabat, cobrindo os olhos e fazendo uma oração. As velas representam a entrada do shabat e a santificação do dia. “Amigos brasileiros sempre são convidados para nossas festas, adoram conhecer nossas tradições e se deliciam com os pratos típicos”, conta Débora.

Nesta edição, Ser Medico sugere três produtos típicos da cultura judaica que podem ser encontrados ou preparados sem dificuldade, e já fazem parte da mesa de muitos não judeus: a sopa yoich mit kneidalé com legumes e frango, além das bolinhas de farinha de matzá – de sabor extremamente suave e leve; a maçã banhada em mel, que é uma ótima sobremesa; e o pão trançado judaico, feito com farinha de trigo, água morna, óleo, açúcar, fermento seco biológico, ovos, uvas passas, sal e gergelim.

(Colaborou Ligia Neiva)

Yoich mit kneidalé

Caldo
Ingredientes
2 litros de água
1 cenoura
2 mandioquinhas
1 chuchu
1 cebola
2 ramos de salsão de sopa
1 peito de frango
sal a gosto

Modo de preparo
Coloque a água e acrescente o restante dos ingredientes (inteiros ou partidos ao meio) em uma panela grande.
Deixe cozinhar em fogo brando até que tudo fique cozido e macio.
Coe a sopa para separar os legumes do caldo.

Kneidalé
Ingredientes
1,5 litro de água fervente
2 ovos grandes
3 colheres (cheias) de sopa de farinha de matzá

Modo de preparo
Bata bem as claras em neve.
Acrescente as gemas e continue batendo.
Por último, junte a farinha.
Deixe “descansar” por cerca de 30 minutos e então faça as bolinhas, umedecendo sempre as mãos para que não grudem ao enrolá-las.
Cozinhe-as na água fervente com sal por aproximadamente 20 minutos.
Junte-as ao caldo. Sirva bem quente e...

“Chag sameach”! (boa festa)


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