CAPA
EDITORIAL (SM pág.1)
Homenagem especial a José Aristodemo Pinotti
ENTREVISTA (SM pág. 4)
Professora da PUC analisa a vida em sociedade
CRÔNICA (SM pág. 8)
Texto de Tufik Bauab, presidente da Sociedade Paulista de Radiologia
PALAVRA (SM pág. 10)
Saúde e Educação devem ser prioritárias para crianças entre 0 e 6 anos
CONJUNTURA (SM pág. 14)
Neuroética. Ficção científica é passado longínquo...
EM FOCO (SM pág. 16)
"A pílula mudou o status da mulher e da abordagem de saúde" (Rodrigues de Lima)
ESPECIAL (SM pág. 20)
Novas posturas reafirmam nosso compromisso com a comunidade e o meio ambiente
DEBATE (SM pág. 22)
Especialistas da USP avaliam preservação ambiental e sustentabilidade
GIRAMUNDO (SM pág. 28)
Nova coluna estreia com temas interessantes e atuais
HISTÓRIA (SM pág. 30)
Movimentos populares transformaram o modelo de saúde pública no país
LIVRO (SM pág. 35)
Títulos de presença obrigatória em sua estante
CULTURA (SM pág. 36)
Batatais reúne acervo precioso do pintor paulista Cândido Portinari
TURISMO (SM pág. 42)
Ao sul de Minas, uma cidade imperdível para visitar, praticar esportes e descansar
CARTAS (SM pág. 46)
Comentários dos leitores sobre algumas matérias da edição anterior, nº 47
POESIA (SM pág. 48)
Olavo Bilac
GALERIA DE FOTOS
LIVRO (SM pág. 35)
Títulos de presença obrigatória em sua estante
Livro de Cabeceira
A Cidadela, para ler e reler
Renato Azevedo*
Romance clássico sobre a prática médica do começo do século 20, A Cidadela, de A. J. Cronin, é um livro que fala do drama das escolhas éticas por meio da trajetória de Andrew Mason. Ambientado no País de Gales, na década de 30, a história tem impressionante atualidade com nossos tempos ao abordar os conflitos entre a integridade profissional e as tentações movidas por interesses em torno do dinheiro.
Na industrializada Grã-Bretanha, o jovem inicia a carreira como ajudante do velho médico Blaenelly, numa pequena aldeia de mineração. Diante das péssimas condições de trabalho dos mineiros e da saúde da comunidade, o Dr. Mason dedica-se intensamente aos doentes naquele vilarejo onde se multiplicam os casos de febre tifoide.
Casa-se com uma professora que colabora com ele na investigação da silicose, doença respiratória frequente em mineiros. O casal segue para Londres, onde Andrew tem contato com colegas poderosos que se dedicam exclusivamente ao tratamento dos mais ricos.
O idealismo de Mason e seu senso humanitário exacerbado encontram todas as dificuldades para serem mantidos. Ele sofre um choque ao se deparar com a realidade de que dinheiro e posição social são os únicos interesses de alguns médicos. Vê colegas serem marginalizados pela classe por não aceitarem o status quo e tentarem ser bons médicos, sem pensar só em dinheiro. Descobre que em Londres não havia espaço para idealismos.
A vida na alta sociedade, pouco a pouco, vai corrompendo Mason e o faz abandonar seus princípios. Ele passa a medicar com placebo para manter a clientela. Justo ele, que tinha um importante estudo do ciclo da silicose, um trabalho epidemiológico correlacionando a atividade das minas de carvão com a doença ocupacional.
Aos colegas que já leram, recomendo a releitura, pois é obra obrigatória para quem gosta de boa literatura. Aos que ainda não leram, aproveitem para embarcar nesta história fascinante.
* Renato é vice-presidente do Cremesp
Obra: A Cidadela
Autor: A. J. Cronin
Editora: BestBolso
Elogios derramados
A crítica, os colegas da música e da literatura são só elogios para o livro Leite Derramado, de Chico Buarque. No leito de um hospital, um homem centenário narra suas memórias que, supostamente, são registradas em um caderno por quem o ouve. O velho Eulálio Montenegro d’Assumpção conta a trajetória de sua família, de ancestrais portugueses, passando por um barão do Império, um senador até chegar a um garotão carioca. “Chico cutuca e devassa com olhar cortante as mazelas da vida brasileira: a desigualdade obscena; a promiscuidade público-privada”, escreveu o cientista político Eduardo Gianetti, no jornal Folha de S. Paulo.
O autor, que ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de 2003 com o romance Budapeste, mais uma vez confirma a vocação para a unanimidade. Aliás, sobre Budapeste, José Saramago escreveu que “cada página expressa uma interpelação ‘filosófica’ e uma provocação ‘ontológica’’’. E não parou por aí. “Chico Buarque ousou muito, escreveu cruzando um abismo sobre um arame, e chegou ao outro lado”, derramou-se Saramago.
Obra: Leite Derramado
Autor: Chico Buarque
Editora: Companhia das Letras