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CAPA

Ponto de Partida
Revista completa 5 anos


Entrevista
Oswaldo Sevá


Crônica
Ruy Castro


Conjuntura
Nanomedicina. Diagnóstico e tratamento molecular possíveis


Sintonia
Tolerância Zero. Engano e Violência


Debate
Hospitais Universitários


Em Foco
Assédio Moral


Política de Saúde
Deficiência. O Respeito às Diferenças


Gourmet
A arte de degustar bons vinhos


História da Medicina
Vacinas e Soros Nacionais


Cultura
Gaudi. Fantasias talhadas em pedra


Livro de Cabeceira
Leveza Cotidiana e Descobertas da Medicina


Poesia
Duelo de Imagens


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Edição 20 - Julho/Agosto/Setembro de 2002

Ponto de Partida

Revista completa 5 anos

Nesta edição em que a revista do Cremesp completa cinco anos, sinto-me honrado em dar continuidade ao compromisso de informar e discutir, sob diferentes pontos de vista, problemas como, por exemplo, o tratado no Debate deste número: o conflito entre gestores do SUS, corpo diretivo e docentes dos hospitais ligados às universidades. O SUS exige a absorção dos casos de alta complexidade pelos hospitais universitários. Porém, o corpo docente vê essa interferência como nociva à missão de ensino e pesquisa das universidades, além de comprometer a recente ênfase à formação integral. No outro extremo, os gestores do SUS apontam resistência dos hospitais a adequar-se ao modelo de saúde adotado no país.

Conjugar ensino e assistência é possível, mas a equação é delicada e exige responsabilidade de todos. Por um lado, o exercício da medicina sofreu gradativa e silenciosa distorção que culminou no modelo hospitalocêntrico, de ênfase à superespecialização e eventuais deslumbramentos com a tecnologia. Por outro, os hospitais universitários são respeitados centros de excelência. E qualidade tem preço.

Essa aparente dicotomia reflete a falta de sintonia entre as esferas ministeriais, dissociação da educação e saúde como áreas estratégicas para solidificar o desenvolvimento de um país, despreparo de muitos gestores e, também, receio em mudar o que está estabelecido academicamente. Em geral, os envolvidos no problema reconhecem as falhas estruturais, o problema crônico de financiamento, mas são defensores do SUS.

O foco do conflito entre os hospitais e o SUS parece não estar no modelo, mas na condução das mudanças. É responsabilidade dos gestores capacitar o nível primário e secundário de assistência para, inclusive, permitir que os alunos aprendam fora do hospital. O ensino não pode ser refratário ao deslocamento para o aprendizado das disciplinas básicas, resguardado a cara estrutura hospitalar para complexidades. A boa comunicação de um sistema integrado de assistência-ensino acabará por racionalizar recursos. A conciliação dos interesses qualificará o profissional para a realidade condizente com o modelo de saúde adotado no país.

Gabriel David Hushi
Presidente do Cremesp

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