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Nesta edição, um grande debate sobre a propaganda de medicamentos de venda livre


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Conheça um pouco da vida de Camilo Salgado, cultuado como santo popular no Pará


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Debate sobre a propaganda de medicamentos: Sim ou Não?


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Hospital Santa Catarina: dedicação e perseverança desde sua fundação, em 1906


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Não duvide: tem médico à frente de tradicional padaria no Bixiga...


EM FOCO
Vamos rodar pela Transamazônica numa expedição dedicada à saúde?


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Uma visita educativa - virtual - ao Museu da Língua Portuguesa


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José Bertagnon: médico pediatra e artista premiado internacionalmente


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Viaje conosco até o Chile e conheça Puerto Williams e Porvenir. Inesquecíveis!


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Pesquisa Datafolha mostra que a Ser Médico tem 100% de aprovação


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Sugestão de leitura para quem gosta de histórias de terror realista: Colapso...


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A poesia "Civilização Ocidental", de Agostinho Neto, finaliza com brilho esta edição


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Edição 35 - Abril/Maio/Junho de 2006

EM FOCO

Vamos rodar pela Transamazônica numa expedição dedicada à saúde?

Jipeiros da saúde voltam à Transamazônica

Expedição de jovens chega a Fordlândia, cidade abandonada no coração da selva  

Três jovens voltam a fazer, a partir de 15 de julho, um trajeto de quase quatro mil quilômetros, na segunda etapa de uma expedição pela Transamazônica dedicada à saúde.

O estudante de Medicina Ryan Tanigawa e os publicitários Alexandre D´Albergaria e Paulo Lemos realizaram, em fevereiro, a primeira Expedição Brasil Traçado, por meio da ONG Doutores na Estrada, instituição que há dois anos desenvolve ações filantrópicas de saúde. A segunda etapa da viagem, com previsão para durar 15 dias, contará com a presença dos três expedicionários iniciais, além de dois arquitetos e um cineasta.  

Na primeira viagem os jovens visitaram algumas cidades e povoados da Amazônia para fazer um mapeamento da assistência à saúde na região. Eles saíram de São Paulo, atravessando os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, para pegar a Transamazônica no município de Itaituba, no Pará. Seguiram até o município de Humaitá, no Estado do Amazonas, e de lá voltaram por Porto Velho, Rondônia.

Na segunda, o grupo pretende concentrar os trabalhos apenas na região de Fordlândia e junto às comunidades ribeirinhas de Aveiro, às margens do Rio Tapajós, no Pará, já visitado na expedição anterior. Eles também vão levantar dados para elaborar um projeto de construção ou habilitação de área física para uma base médica no local. Além disso, iniciam um documentário em vídeo sobre a região. Na volta a São Paulo, prometem uma mobilização, por meio da ONG parceira, para viabilizar a base médica em Fordlândia.    

“A viagem inicial foi uma aventura pelo desconhecido, a próxima será mais fácil e mais objetiva”, aposta Ryan Tanigawa. Para enfrentar a desolada e acidentada rodovia, os três jovens equiparam um veículo, com tração nas quatro rodas, levando mantimentos e uma maleta de primeiros-socorros.  “Passamos por trechos difíceis, mas a estrada estava melhor do que esperávamos”, afirmou Alexandre D´Albergaria.  

Aventuras e encontros 

Os expedicionários dizem que tiveram oportunidade de conhecer um pouco a vida de caminhoneiros e das populações indígenas que encontraram pelo caminho. Também ficaram impressionados com a misteriosa cidade de Fordlândia, construída em 1927 pelo então dono e presidente da companhia norte-americana Ford Motors, Henry Ford. Erguida no coração da selva para ser um centro de produção de borracha, Fordlândia foi uma das cidades mais modernas da Amazônia e chegou a ter mais de 2,5 mil habitantes na década de 30.

Possuía infra-estrutura impensável para a região, com hospital de ponta, cinemas, água encanada e até um sistema de hidrantes. Mas, nas décadas seguintes, após ataque do fungo Mycrocyclus ulei, (o “mal das folhas”) às seringueiras, aliado à concorrência de países asiáticos na produção de borracha, foi abandonada por praticamente todos os habitantes originários dos Estados Unidos. Ficaram no local os brasileiros que faziam o serviço braçal e as mulheres que trabalhavam nas casas dos norte-americanos, que em geral exerciam cargos de chefes na indústria.  

“Como uma cidade fantasma, parece que seus moradores saíram às pressas deixando tudo para trás”, conta Ryan. Com o passar dos anos tornou-se uma cidade em ruínas, apesar de habitada por cerca de 500 pessoas. “Nas prateleiras da antiga farmácia do hospital, alguns frascos empoeirados de medicamentos resistem intactos. Nas casas em ruínas, móveis também cobertos de poeira ainda guardam louças e livros que foram deixados para trás”, completa o estudante. Localizada à beira do rio Tapajós, Fordlândia está a 330 quilômetros da Transamazônica, acessada por uma estrada conhecida como Transforlândia.

Os municípios mais próximos são Belterra e Aveiro. Para quem não possui um veículo 4x4, o melhor acesso é por barco. “Os moradores de Fordlândia dizem que em caso de doença grave restam duas opções: aqueles que têm dinheiro vão para Itaiatuba, os que não têm ficam curtindo a doença”, conta Ryan. Em praticamente todo o trecho percorrido inexiste serviço de saúde, atestam os jovens. 


Colaborou: Thulio Pompeu  


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