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Nesta Edição
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CAPA

PONTO DE PARTIDA
Editorial, com Isac Jorge Filho


ENTREVISTA
Nosso convidado é Diego Gracia, um dos papas da Bioética na Europa


CRÔNICA
Acompanhe texto bem-humorado de Tufik Bauab, médico radiologista


CONJUNTURA
Uma análise da história da hanseníase no país


BIOÉTICA
A situação sombria das mulheres indianas


MÉDICAS EM FOCO
Marilza Rudge e Mary Ângela Parpinelli contam suas trajetórias profissionais


DEBATE
A quebra das patentes dos medicamentos no Brasil


FOTOLEGENDA
Harold Pinter, prêmio Nobel de Literatura, e a política externa dos EUA


SINTONIA
Hospital expõe fotos tiradas por crianças e adolescentes internados


LIVRO DE CABECEIRA
Totalidade e Infinito - Emmanuel Lévinas


CULTURA
Faculdade de Medicina da Bahia: 1ª instituição do ensino superior do país


TURISMO
O crescimento - prazeroso - do turismo rural no Brasil


HOBBY DE MÉDICO
Quando a partitura se transforma em instrumento de trabalho...


POESIA
Entre o Sono e o Sonho - Fernando Pessoa


GALERIA DE FOTOS


Edição 34 - Janeiro/Fevereiro/Março de 2006

PONTO DE PARTIDA

Editorial, com Isac Jorge Filho



Nesta  edição da Ser Médico destacamos a reportagem sobre os antigos hospitais-colônias de atendimento a hansenianos. Eles ainda abrigam ex-doentes que, por ficarem anos confinados, perderam os vínculos com a sociedade. Felizmente as ex-colônias garantem condições dignas de moradia e assistência médica a essas pessoas. Esses asilos foram criados antes da descoberta da cura para a hanseníase, doença profundamente estigmatizada desde a antigüidade, cujos portadores foram mantidos em situação de confinamento em muitos países do mundo até algumas décadas atrás.

Ainda em relação à hanseníase, o Brasil tem um importante desafio a cumprir até o final deste ano: reduzir o número de casos para menos de um para cada 10 mil habitantes – como recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS), para manter a doença sob controle. A meta deveria ser obtida em 2000, ocasião em que nove países não conseguiram alcançá-la, numa lista encabeçada pela Índia, seguida pelo Brasil. O prazo foi prorrogado para o final de 2005. A Índia anunciou que registra menos de 1 caso para cada 10 mil habitantes, enquanto o Brasil fechou o ano de 2005 com 1,47. Para chegarmos à meta, além de investimentos e empenho em todas as esferas do Governo, é preciso que nós, profissionais de saúde, façamos nossa parte, cobrando resposta das autoridades, alertando-as sobre os índices ainda alarmantes da hanseníase em alguns rincões deste país.     

Também nesta edição, apresentamos um debate sobre patentes de medicamentos, outro nó górdio nacional. O assunto voltou à tona recentemente porque a sustentabilidade do programa nacional de acesso aos anti-retrovirais está ameaçada, devido ao elevado preço dos medicamentos patenteados.

Destacamos, ainda, duas matérias sobre a condição feminina. Na mesma Índia que conseguiu vencer a hanseníase, está em curso um gravíssimo feticídio feminino, gerando um grande descompasso demográfico entre sexos. Os exames de ultra-sonografia, embora proibidos para este fim, aumentaram significativamente os abortos de fetos do sexo feminino. Naquele país, muitas comunidades consideram as mulheres um fardo e cidadãs de segunda classe. Esse crime merece todo nosso repúdio.

No Brasil, os abusos praticados contra a mulher  também são muitos mas, por outro lado, temos uma legislação que garante direitos iguais a homens e mulheres e, aos poucos, avançamos nesta questão. Nesse sentido, apresentamos uma matéria com duas médicas que dirigem instituições historicamente comandadas por homens. Elas fazem revelações interessantes sobre o estilo feminino de comandar.  Ainda nesta edição, estamos veiculando outros assuntos igualmente importantes, como a indignação de um Prêmio Nobel contra a política agressiva de Bush e uma homenagem às escolas médicas brasileiras, apresentando a história da primeira delas, a Faculdade de Medicina da Bahia.  

No entanto, nada mais oportuno para a despedida de um presidente, “caipira” assumido e orgulhoso, do que a matéria O campo abre as porteiras. Neste momento em que me preparo para passar a presidência do Cremesp para o conselheiro Desiré Carlos Callegari, meu vice-presidente e amigo, parceiro, com toda a Diretoria, de intenso e profícuo trabalho realizado nestes quinze meses, espero encontrar abertas as porteiras dos corações de todos aqueles que colaboraram com nossa gestão, dos que me substituíram em Ribeirão Preto nesse período de quase mudança para a capital e dos que sempre nos estimularam e confiaram em nosso trabalho. Até um dia...     



 Isac Jorge Filho
Presidente do Cremesp 


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