CAPA
PONTO DE PARTIDA
Editorial de Isac Jorge Filho: Pequenas Mudanças
POESIA
Miguel Carlos Vitalino, escritor e médico pneumologista
ENTREVISTA
A psiquiatra Carmita Abdo é a convidada especial desta edição
CRÔNICA
Ser filho de médico - José Simão
SINTONIA
Gravidez na adolescência
CONJUNTURA
Medicina Esportiva
DEBATE
Reprodução assistida para portadores de HIV
MEIO AMBIENTE
Compostos químicos e a saúde
COM A PALAVRA
A inveja não é só ruim - Carlos Amadeu Botelho Byington
HOBBY DE MÉDICO
Xadrez - No tabuleiro do doutor
HISTÓRIA DA MEDICINA
Tempo de criação 1951-1956
TURISMO
São Luiz do Paraitinga - Histórica, caipira e festeira
CULTURA
Corpos Pintados: mostra já percorreu 32 museus do mundo
CARTAS & NOTAS
Novo projeto gráfico da sua revista
LIVRO DE CABECEIRA
A Viagem Vertical - Enrique Vila-Matas
GALERIA DE FOTOS
CULTURA
Corpos Pintados: mostra já percorreu 32 museus do mundo
O Corpo como Tela
A simplicidade de corpos nus pintados de acordo com a criatividade de artistas de diversos países é o principal elemento que a exposição multimídia Corpos Pintados apresenta na Oca de 3 de maio a 4 de julho. O projeto chamado Taller Experimental Cuerpos Pintados foi criado pelo fotógrafo e empresário chileno Roberto Edwards, curador da mostra no Brasil. Na exposição de São Paulo os artistas brasileiros Arcângelo Ianelli, Wesley Duke Lee, Paulo Pasta, Ester Grinspum e Luiz Allegretti apresentam seus trabalhos.
Para Edwards, o corpo foi muito castigado pela cultura. “Assim como na natureza, não existe o velho e o feio em se tratando de corpo”.
O apelo sexual é outro valor que Edwards procura quebrar com esse trabalho. “Quando você olha muitos corpos, repetidamente, deixa de ser erótico”.
A Fundação América, instituição sem fins lucrativos estabelecida em Santiago, coordena a iniciativa do Taller. Artistas, fotógrafos e modelos trabalham gratuitamente e toda a renda gerada é revertida para programas socioculturais.
A mostra de São Paulo traz, além das ampliações fotográficas das pinturas corporais, fotografias de caráter antropológico de culturas tradicionais, como os Saddhus, da Índia e do Nepal; e os Karos, da Etiópia. Também apresenta um ensaio fotográfico de 1923 sobre os Selknam, da Patagônia, índios que andavam nus na neve. A Exposição ainda conta com esculturas e tem programadas apresentações de dança durante a sua temporada.
Início do Projeto
Segundo Edwards a idéia surgiu ao ver um livro sobre a tribo africana Nuba, do Sudão. “Eles pintavam os corpos para uma celebração da vida”. A partir desse contato com a pintura corporal, o fotógrafo convidou alguns artistas e propôs que fizessem trabalhos desse tipo e os documentassem em fotos.
O projeto aumentou e agregou artistas de diferentes nacionalidades. As imagens geraram um livro e a exposição Corpos Pintados - 45 Artistas Chilenos que entre 1992 e 2000 percorreu 32 museus das Américas e Europa.
Arte tribal em alta
A arte de culturas e tribos antigas como fonte de expressão de artistas contemporâneos está em alta. De 15 de fevereiro a 29 de maio, os paulistas tiveram a oportunidade de conhecer o trabalho do português José de Guimarães (foto ao lado), um dos mais importantes artistas plásticos da atualidade. Com curadoria de Emanoel Araújo a exposição “O imaginário de José de Guimarães”, realizada na galeria de arte do Sesi, trouxe ao Brasil obras feitas nas três últimas décadas do século XX.
Nascido na cidade de Guimarães, José Maria Fernandes Marques adotou o nome de José de Guimarães como homenagem a sua terra natal. Viveu por sete anos em Angola, onde estudou etnografia africana para se aprofundar na temática da arte negra. Ele também conheceu a arte dos povos indígenas do continente americano e fascinou-se pela expressão cultural dos incas, maias e astecas. No Oriente, além de praticar a meditação conheceu a fundo o grafismo chinês, criando releituras dessas experiências. As maiores influências de José de Guimarães são Miró, Picasso, a Pop Art e as artes africana, mexicana e japonesa.
Guimarães diz que o interesse pelo corpo humano foi despertado quando analisou a arte primitiva africana. “As esculturas africanas representam as figuras com uma certa deformação. Sobretudo procuram tornar expressivas algumas partes do corpo, pés, mãos, seios”. Ele ressalta que não apresenta, em suas obras, “figuras realistas, e sim fragmentos”.
Pinturas como a que recebeu o nome de “2004”, que utiliza técnica mista sobre madeira e cerâmica, e mede 12 metros de largura e 2,50 metros de altura. Ou a tela “Apresentação do retrato de Maria de Médicis a Henrique IV”, feito em 1978, com o uso de cores fortes e vibrantes, como vermelho, preto, verde e azul escuros. Nas esculturas o destaque fica para a “Gioconda Negra" (1975), uma das mais conhecidas internacionalmente que faz parte da série de prismas africanos, feita em madeira, na qual o artista faz uma alusão à célebre obra de Leonardo da Vinci.
Visitação
A mostra fica aberta ao público de 4 de maio até 3 de julho, na Oca- av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Parque do Ibirapuera portão 3, das 10 às 22 horas, e fecha às segundas-feiras. Os ingressos custam R$ 15,00.
Abaixo, apresentação do retrato de Maria de Médici a Henrique IV, 1978.