

CAPA

EDITORIAL
Análise sobre Urgência e Emergência e entrevista com Tom Zé: destaques desta edição

ENTREVISTA
Tom Zé: "Persistindo os médicos, os sintomas deverão ser consultados"

CRÔNICA
Entre a saudade e a nostalgia - Tebni P. Saavedra

BIOÉTICA
Debate discute pesquisas com seres humanos

ENSINO
Renato Sabbatini aborda a reciclagem profissional de qualidade

SINTONIA
"A Teoria do Caos e a Medicina", por Moacir Fernandes de Godoy

ESPECIAL
Urgência e Emergência: situação crítica no sistema público de saúde

EM FOCO
Memórias de cárceres: Luiz Guedes e Eleonora Menicucci

COM A PALAVRA
Artigo do cardiologista Luiz Carlos Pires Gabriel

LIVRO DE CABECEIRA
Destaques: A Conquista da Felicidade e O Físico

CULTURA
Michelangelo - Lição de Anatomia

HISTÓRIA DA MEDICINA
A Medicina islâmica em Córdoba e Toledo

GALERIA DE FOTOS

LIVRO DE CABECEIRA
Destaques: A Conquista da Felicidade e O Físico
A conquista da Felicidade Escrito em 1930, mas com tema comum a qualquer momento da história da humanidade, A Conquista da Felicidade (Editora Ediouro) é uma espécie de manual de auto-ajuda avant la lettre que contém sábios conselhos para o homem do século XXI.
Com simplicidade e precisão, o matemático e filósofo Bertrand Russell disseca os fatores que contribuem para a infelicidade humana, como a competição, a inveja, o tédio, a excitação, a fadiga, o sentimento de pecado, a mania de perseguição e o medo da opinião pública. Isso feito, o autor passa a analisar os elementos que podem tornar possível a felicidade – o entusiasmo, o afeto, a família, o trabalho, os interesses impessoais, o esforço e a resignação.
O leitor constata que os tempos podem ser outros, mas que a civilização anterior à Segunda Guerra Mundial, alheia à ameaça nuclear, à tecnologia de ponta e ao estresse, já vivenciava problemas muito comuns nos dias de hoje. Verá ainda que Bertrand Russell, com seu estilo franco, freqüentemente polêmico e por vezes irônico – mas sempre cortês – estava à frente de seu tempo. Uma prova de que o ser humano, nas últimas décadas, pode ter se superado em todas as áreas – da ampliação dos direitos civis à conquista do espaço; dos avanços da medicina às garantias trabalhistas das ges-tantes; da mecanização do trabalho à inovação dos métodos pedagógicos – mas manteve sempre a busca de seu bem mais precioso.
Com erros e acertos, como mostra Russell, em meio à luta pela sobrevivência, por status e riqueza, o homem moderno ainda procura o caminho que o levará a fruir desse sentimento de valor inestimável. Mas, como alerta o autor, que ninguém pense ser este um
presente dos deuses. A felicidade é, antes de tudo, um bem a ser conquistado.
Luiz Henrique Paschoal
Dermatologista, diretor da Faculdade de Medicina do ABC
O Físico
Ainda que a edição brasileira tenha cometido um grave erro de tradução no título do livro (o correto seria “O médico”), esta obra de Noah Gordon (Editora Rocco) congrega importantes aspectos da vocação e da prática médica a uma rica e detalhada revisão histórica das civilizações ocidentais e orientais no século XI.
Gordon, autor de diversos best-sellers nos Estados Unidos, através de uma narrativa rica e empolgante, descreve a epopéia de Rob Cole, homem dotado do poder quase místico de sentir, através do toque, se as pessoas enfermas iriam ou não sobreviver. Cole, inicia-se na Inglaterra, como aprendiz de um barbeiro-cirurgião, o qual prontamente descobre os dons do novo aprendiz. Ambicioso e ávido por novos conhecimentos, Cole deixa a Inglaterra, então dominada pelo obscurantismo e pela brutalidade nos costumes, e parte em busca dos ensinamentos do Oriente, que vivia a idade de ouro da civilização árabe e judaica. Ao saber da existência de uma ótima escola médica na Pérsia, parte decidido a ser aprendiz de um famoso médico que lá ensina. Como cristão, sabia que não teria acesso às universidades muçulmanas. Resolve, então, assumir a identidade de um judeu, tendo por isso que viver ricas e curiosas aventuras.
Nesse contexto, o autor nos permite descobrir e conhecer importantes aspectos da cultura, da vida, da
religião e dos rituais do povo judeu, num passeio histórico ao mesmo tempo leve e detalhado.
Além de uma rica viagem pelo mundo antigo, “O Físico“ trata, sobretudo, da vocação e da arte no exercício da Medicina e de como era exercida a prática Médica na ausência quase total de recursos técnicos. Em resumo, parafraseando a escritora Belva Plain, “O Físico” é a história da aventura de um desses raros homens que nasceram para serem médicos.
Carlos Alberto Garcia Oliva
Pediatra, São Paulo