CAPA
PONTO DE PARTIDA
Destaques: entrevista c/Ennio Candotti e debate sobre Gestão em Saúde
ENTREVISTA
Ennio Candotti, presidente da SBPC
CRÔNICA
Cláudia Monteiro de Castro
SINTONIA
Slavoj Zizek
BIOÉTICA
Doadores de sêmen devem ser identificados?
DEBATE
O perfil da assistência à saúde no país
COM A PALAVRA
O SUS na percepção do acadêmico de Medicina
CONJUNTURA
Tuberculose. A epidemia através dos anos
MÉDICO EM FOCO
Equipes de médicos salvam nas estradas
HISTÓRIA DA MEDICINA
A história da Faculdade de Medicina paulista
CULTURA
O médico e sua arte: a fotografia
LIVRO DE CABECEIRA
Dicas: pequenas grandes histórias, fantasia e autobiografia
GALERIA DE FOTOS
LIVRO DE CABECEIRA
Dicas: pequenas grandes histórias, fantasia e autobiografia
LIVRO DE CABECEIRA
Pequenas grandes histórias
O livro A Assustadora História das Pestes & Epidemias conta como a varíola, a lepra, a peste, a tuberculose, a malária, a cólera e a Aids provocaram impactos em diferentes tempos e culturas. É um ótimo livro para ir lendo aos poucos. As ilustrações, cuidadosamente selecionadas, apresentam detalhes como a foto de uma múmia egípcia de três mil anos com lesão de coluna por tuberculose, cartazes de doenças e medicamentos do século passado, além de pinturas de vários museus, como a de uma paciente com tuberculose, tratada com sangue de bode. Desde as primeiras evidências da varíola, há cinco mil anos, até a Aids dos dias atuais, a forma como as pessoas interpretavam as epidemias, as curiosas terapias preconizadas, o isolamento e o preconceito são mostrados por meio de casos reais. E nos fazem refletir sobre a antiga descrença na ciência e a atual importância da mesma no controle e cura das doenças.
O livro descreve o pânico causado pela peste negra, o desespero da humanidade frente à doença e as várias teorias para tentar explicá-la, hoje consideradas absurdas, como nuvens de gás pestilento, pragas divinas ou miasmas. Os carregadores de cadáveres eram pessoas poderosas e temidas. As descrições médicas também são curiosas: “a morte instantânea ocorre quando o espírito aéreo que escapa dos olhos do doente para atingir os olhos de uma pessoa saudável que está próxima, olhando para o doente, especialmente quando este agoniza; pois é quando a natureza venenosa daquele membro passa de um para o outro, matando”. Alguns tratamentos corretamente preconizados – populares ou descobertos acidentalmente – eram vistos com descrença e só passaram a ser aceitos muitos anos depois. A leitura é atraente e as pequenas grandes histórias parecem ficção, mas fazem parte da realidade histórica.
Regina Monteiro Peres
Pediatra em Campinas e Paulínia
Fantasia e autobiografia
Dois livros marcaram muito minha vida. Na verdade, foram cinco. Os quatro primeiros livros de J.R.R. Tolkien, O Hobitt e a trilogia de O Senhor dos Anéis – que li bem antes dos filmes, quando tinha entre 19 e 20 anos – abriram-me um grande e gostoso caminho para o mundo da fantasia e da imaginação, marcando meu gosto pela leitura. Até hoje adoro livros de fantasia e ficção. Além disso, a leitura constante de obras sobre diversos povos e culturas tornou-me mais tolerante para com as diferenças. Já como médico, tive a oportunidade de ler Histórias que Curam – Conversas Sábias ao Pé do Fogão (Kitchen Table Wisdom), de Rachel Naomi Remen.
Nessa obra autobiográfica, a dra. Rachel conta as suas histórias e as de seus pacientes e como a aceitação das doenças e dos fatos a elas relacionados são importantes para a cura ou melhora do quadro clínico. A autora é médica e sofre de doença de Crohn, sendo submetida a vários tratamentos e cirurgias durante a vida. Pela sua narrativa, o sofrimento e a aceitação da própria doença foram decisivos para melhorar sua relação com os pacientes, tornando-a mais empática. Atualmente, a dra. Rachel dedica-se à terapia de pacientes terminais. Enfim, entre a fantasia e autobiografia, estas são as minhas sugestões de leitura.
José Antonio Atta
Professor de Clínica Médica da FMUSP e coordenador médico do ambulatório do Hospital das Clínicas