Pioneirismo e avanços da Medicina paulista

Nesta terceira edição da Ser Médico sob nossa gestão, apresentamos o trabalho de médicos paulistas que entraram para o rol de pioneiros da Medicina, ao realizar o primeiro transplante de útero de doadora falecida, com gestação bem-sucedida. Compõem o tema um debate envolvendo os aspectos bioéticos do procedimento, bem como a opinião de representantes de comunidades religiosas e portadoras da Síndrome de Rokitansky – incluindo a paciente transplantada –, uma das principais indicações ao transplante de útero. Além do debate bioético, suscitam dilemas filosóficos os significados do útero e da maternidade para a mulher. Por isso, nossa linha editorial é clara: não somente apresentar a vanguarda paulista na Medicina, mas promover reflexões a partir desses avanços.

Abordamos também a história da reprodução assistida, seguindo a reformulação da revista, que apresenta o tema de capa em seu passado, presente e futuro. Trata-se, desta vez, de uma história recente, se pensarmos que há apenas 40 anos ocorreu o nascimento de Louise Brown, o primeiro bebê gerado por fertilização in vitro. Desde
então, milhões de bebês vieram ao mundo graças às novas técnicas de reprodução assistida, permitindo que muitas pessoas concretizassem o sonho de ter filhos. As mudanças intensas em tão pouco tempo demandam a discussão constante dos conceitos bioéticos. Assim, detalhamos também as diferentes técnicas de reprodução assistida e as mudanças que o Cremesp propõe para a atualização da Resolução nº
2.168/2017, do Conselho Federal de Medicina (CFM), que regula o tema.

Na entrevista, trazemos mais um exemplo da vanguarda médica paulista em uma nova fronteira da Medicina: a bioimpressão em 3D. Nela, um jovem médico pesquisador
explica seu trabalho em busca da criação, em laboratório, de um coração bioartificial, além de vasos e outras estruturas geradas por técnicas de engenharia de tecidos.

O conteúdo humanístico é retratado na crônica, na forma de ciclo da vida de um médico e a influência que a Medicina tem sobre suas experiências. Certamente, muitos colegas se identificarão com, pelo menos, algumas delas. A resenha trata de um livro escrito por um médico diagnosticado com câncer terminal, o extremo oposto da matéria de capa, fechando o “ciclo da vida”.

Na editoria de turismo, apresentamos um tesouro natural escondido no Estado de São Paulo, o Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira (Petar), com mais de 300 cavernas. O escorpionismo, importante problema de saúde pública, muitas vezes negligenciado, e o trabalho de uma ONG que promove uma missão médica no Benin, país da África assolado pela miséria, são outros temas interessantes, assim
como o conceito de software Open Source, e os de poupança e investimentos, questões importantes em época de reforma da Previdência. A agenda cultural diversifica-se, apresentando mais opções no Interior do Estado. Boa leitura!

*Edoardo Filippo de Queiroz Vattimo
Coordenador da Assessoria de Comunicação