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Dossiê: Psiquiatria/ História


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Dossiê: Psiquiatria/ Estatísticas


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Fotopoesia


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Edição 86 - Janeiro/Fevereiro/Março de 2019

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Hobby

Amor ao Retrô

O primeiro carro foi um Fusca 1969, nos idos de 1997, ou seja, já bem velhinho. Logo depois, a aquisição foi uma Vespa, também dos anos 60. E, assim, o médico Felipe Cunha Pires Magalhães começou a colecionar veículos antigos, e não parou até hoje. Fazer uma coleção, qualquer que seja, é, segundo ele, um caminho sem volta. Atualmente, aos 37 anos, o seu acervo conta com cinco Kombis e duas Vespas. A escolha por antiguidades automobilísticas foi natural. O médico costuma dizer que nasceu na época errada. “Escuto vinil quase todo dia, gosto de carro antigo, essas coisas mais retrô. Isso sempre foi uma coisa minha”, comenta.

Para organizar todos os veículos, Felipe – morador de Registro, interior de São Paulo, sua cidade natal – tem, além da garagem da sua casa, um galpão para guardá-los. O local abriga não só os seus próprios carros, mas também os de alguns amigos, com quem tem encontros quinzenais para trocar experiências automobilísticas. 

O grupo costuma se encontrar no próprio galpão ou em postos de gasolina da cidade. A turma é composta por um mecânico, um eletricista e um funileiro, que revezam os serviços prestados, ajudando uns aos outros. “O que mais me atrai nesse hobby é a amizade, o companheirismo. É bem divertido”, assegura.

 
Felipe em uma de suas vespas

O médico conta que, além dos encontros frequentes entre os amigos, uma vez por ano eles também fazem um evento de proporções maiores, recebendo pessoas de toda a região para trocar informações e experiências sobre carros antigos, e arrecadando alimentos para doar a instituições.

Hobby e medicina

Diferentemente de outros tipos de coleção, a do médico não é mero objeto de admiração. Ele conta que, por sempre ter tido carros antigos, é natural que os use no seu dia a dia. “Sou o tipo de colecionador que usa os automóveis. Nos finais de semana, pego a Kombi e vou para a praia com a minha família.” Somente há alguns anos Felipe comprou um carro mais novo, apenas porque começou a pegar estrada todos os dias para ir trabalhar.

Justamente por isso, acha que é fácil conciliar o hobby com a sua profissão. “Os veículos não demandam nenhum tempo especial além de utilizá-los no dia a dia para me locomover”, conta. Para ele, não há sentido ter tantos automóveis sem deixá-los circular. “Sempre que posso, vou trabalhar com um deles. São meus meios de transporte. Vou trabalhar de Vespa, de Kombi, de Fusca...”



Sobre o que a Medicina e seu hobby têm em comum, Felipe não hesita: “sempre tento achar um diagnóstico nos meus carros. Alguns já têm problemas de saúde", brinca. "Então a gente faz a manutenção preventiva, que é o que mais fazemos na saúde hoje em dia”.

O interesse do médico pela Medicina foi inspirado pelo pai, Jorcenio Magalhães, oftalmologista. “Sempre tive vontade de ser médico, desde criança  percebia que era a minha vocação”. Em 2009, formou-se pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista. 

Atualmente, atende como clínico geral no Hospital São José, em uma policlínica e, também, trabalha para a Prefeitura de Sete Barras, cidade vizinha a Registro.

Família é fã


A psiquiatra Roberta Airoldi e uma das filhas do casal: família também é fã dos carros antigos

Apesar de ser uma "coisa dele”, a família não fica de fora dessa paixão. Ele conta que a esposa, a psiquiatra Roberta Airoldi, e as duas filhas do casal, adoram a coleção de automóveis. “Minha filha de cinco anos fica contrariada quando me desfaço de algum carro. Minha esposa tem um carro mais novo, mas se for para sair, minhas filhas sempre querem sair nos meus.”

A dica que Felipe dá para quem quer começar o mesmo hobby é ficar atento na hora de comprar os automóveis. “Procurar carros de marcas confiáveis é essencial, além de ter um mecânico de confiança para fazer a avaliação antes da compra.

 E, depois, curtir muito.

No cinema  

Criada nos anos 50 pela Volkswagen, a Kombi, produzida no Brasil de 1957 a 2013, tornou-se um ícone cultural das décadas de 60 e 70. Até hoje, é representante de um estilo de vida antimaterialista e solidário, além de ser o utilitário preferido de viajantes em busca de liberdade.

Pelo seu multiuso, a Kombi é querida não só entre os fãs de carros, mas também no meio cinematográfico. A presença do automóvel no cinema refletiu – e reflete – esse imaginário de ícone da contracultura.

Entre o vasto acervo que apresenta a Kombi como protagonista está Pequena Miss Sunshine, em que o veículo serve de pano de fundo para a viagem da família Hoover ao longo de todo o filme. Além desse, também aparece em filmes como Na natureza selvagem, The Bus Movie, e até nas animações Carros (foto) e Scooby Doo.

O Fusca não fica atrás. Também foi personagem de diversos filmes, entre eles os da série iniciada com Se meu fusca falasse (1968), no qual o famoso carrinho tem o nome de Herbie e personalidade própria. O sucesso foi tanto que rendeu mais cinco filmes.

Colaborou: Júlia Martins


 


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