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Saldiva (na mesa, à direita): "o médico pode ajudar a população a
prevenir-se de várias doenças, assumindo um papel proativo
na divulgação de informações de saúde"
Na noite de 27 de setembro, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) recebeu a visita do médico Paulo Saldiva, diretor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), para uma palestra com o tema "Porque devemos incentivar o médico a envolver-se na promoção de ações em prol da sustentabilidade ambiental".
Mauro Aranha, presidente da Casa, mostrou-se solidário à proposta do diretor do IEA de envolver ativamente os profissionais de Medicina na melhoria das condições de vida no entorno de seu ambiente profissional e na proximidade de hospitais e instituições, o que beneficiaria não apenas os pacientes, mas também a comunidade local.
Saldiva salientou que o sofrimento do planeta e das cidades com o meio ambiente deteriorado vem prejudicando diretamente e de modo assustador a vida das pessoas. "As doenças que ressurgiram do passado e as novas que se manifestam em razão da poluição e do aquecimento global alteraram drasticamente o comportamento das comunidades que vivem nas cidades", alertou o médico. Ele ainda citou estudo recente da Organização Mundial de Saúde (OMS), alertando sobre a poluição crescente do ar, responsável pela morte de mais de 7 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. "O documento propõe medidas urgentes para reduzir as emissões de gases poluentes e afirma que 80% da população urbana vive sob os níveis nocivos da poluição", informou Saldiva.
Para o palestrante, a eclosão de casos de diabetes tipo 2, câncer, obesidade mórbida, depressão, doenças cardíacas e autoimunes, além do crescimento de doenças degenerativas e demenciais associadas ao envelhecimento, está diretamente vinculada à má qualidade de vida nas metrópoles, ao estresse do dia a dia de trabalho, tabagismo, má alimentação e sedentarismo, entre tantos outros fatores ambientais negativos, como a poluição do ar e o aquecimento global. "Acredito que o médico pode ajudar a população a prevenir-se de várias doenças, assumindo um papel proativo na divulgação de informações que auxiliem na prevenção efetiva de várias doenças perfeitamente evitáveis e contribuindo, assim, para a saúde física e mental das pessoas".
Segundo Saldiva, "os médicos não podem deixar escapar a oportunidade de interferir em questões que realmente fazem a diferença na manutenção da qualidade de vida da população", lembrando que a classe têm credibilidade, capilaridade e mecanismos capazes de concretizar mudanças na saúde e ir além, discutindo inclusive questões bioéticas.
Ao pactuar com a ideia do colega, Mauro Aranha lembrou que o papel de discutir temas de saúde pode e deve ser assumido pelos médicos. E finalizou, agradecendo a participação de Saldiva na plenária. "A integração do conhecimento do ser humano com a natureza, e as necessidades de ambos para uma convivência harmoniosa e saudável, é a principal mensagem desta palestra”.
Além dos diretores e conselheiros, a plenária também contou com a participação do vice-presidente do Cremesp, Lavínio Nilton Camarim.
![](http://www.cremesp.org.br/library/modulos/images/noticias/plenaria_paulo_02.jpg)
Nilton Camarim, Mauro Aranha e Paulo Saldiva: visita ilustre
abrilhantou a sessão plenária da Casa
Fotos: Osmar Bustos
Tags: Saldiva, meio ambiente, prevenção, poluição, doenças.
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