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    16-05-2016

    SUS

    Nova análise do CFM aponta queda de leitos em 19 Estados desde 2010


    Pediatria, psiquiatria e obstetrícia seguem como
    áreas mais comprometidas



    Quase 24 mil leitos de internação, aqueles destinados a pacientes que precisam permanecer num hospital por mais de 24 horas – foram desativados na rede pública de saúde desde dezembro de 2010. Naquele mês, o País dispunha de 335,5 mil deles para uso exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS). Em dezembro de 2015, o número baixou para 312 mil – uma queda de 13 leitos por dia. As informações foram apuradas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde.

    Em números absolutos, os Estados das regiões Sudeste e Nordeste foram os que mais sofreram redução no período. São Paulo perdeu 2.908 leitos de internação, sendo o terceiro mais afetado da região Sudeste, atrás do Rio de Janeiro (-7.052) e Minas Gerais (-3.241). No Nordeste, a Bahia sofreu o maior corte (-2.126).

    Na outra ponta, apenas oito Estados apresentaram números positivos no cálculo final de leitos SUS ativados e desativados nos últimos cinco anos: Rio Grande do Sul (806), Mato Grosso (397), Rondônia (336), Santa Catarina (121), Espírito Santo (115), Amapá (87), Mato Grosso do Sul (56) e Tocantins (15).

    Entre as capitais, foram os fluminenses os que mais perderam leitos na rede pública (-2.503), seguidos pelos fortalezenses (-854) e brasilienses (-807). Nas capitais, 12 delas conseguiram elevar a taxa de leitos.  A cidade de São Paulo teve um acréscimo de  17 leitos SUS de internação, 212 leitos SUS de repouso e observação, porém apresentou um decréscimo (-160) de leitos “não SUS” no período.

    Dentre as especialidades mais afetadas no período, em nível nacional, constam psiquiatria, pediatria cirúrgica, obstetrícia e cirurgia geral. Já os leitos destinados à ortopedia e traumatologia foram os únicos que sofreram acréscimo superior a mil leitos.

    Rede suplementar

    Enquanto os 150 milhões de brasileiros que dependem exclusivamente do SUS perderam quase 24 mil leitos desde 2010, o quantitativo na rede suplementar e nas unidades privadas aumentou em 2,2 mil o número de leitos no mesmo período. Ao todo, 17 Estados elevaram o montante na rede “não SUS” até dezembro de 2015. O Rio de Janeiro e Ceará sofreram decréscimos mais significativos, da ordem de 1.751 e 1.042 leitos a menos. Já o Estado de São Paulo teve um aumento de 373 leitos “não SUS”.

    Leitos de observação e UTI

    O levantamento do CFM apurou ainda os leitos de repouso ou de observação, utilizados para suporte das ações ambulatoriais e de urgência, como administração de medicação endovenosa e pequenas cirurgias, com permanência de até 24 horas no ambiente hospitalar. Nesta categoria, houve um aumento de 14% na quantidade de leitos no período. Também foram apurados pela autarquia os leitos reservados às Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

    Ao contrário dos leitos de internação, essa rede apresentou alta de 23%, passando de 33.425 em dezembro de 2010 para 40.960 no mesmo mês de 2015. Apesar do acréscimo, uma análise detalhada do CFM constatou indícios de que quantidade de leitos de UTI na rede pública (49% do total) ainda seja insuficiente para atender as demandas da população. Leia mais em 86% das cidades brasileiras não possuem nenhum leito público de UTI.

    Abaixo da média mundial

    Embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) não recomendem ou estabeleçam taxas ideais de leitos por habitante, é possível observar que, em relação a outros países com sistemas universais de saúde, o Brasil aparece com um dos piores indicadores.

    De acordo com o relatório de Estatísticas de Saúde Mundiais da OMS de 2014, o Brasil possuía 2,3 leitos hospitalares (públicos e privados) para cada grupo de mil habitantes no período de 2006 a 2012. A taxa é equivalente à média das Américas, mas inferior à média mundial (2,7) ou as taxas apuradas, por exemplo, na Argentina (4,7), Espanha (3,1) ou França (6,4).

    Segundo o relatório, a densidade de leitos pode ser utilizada para indicar a disponibilidade de serviços hospitalares. As estatísticas de leitos hospitalares são geralmente extraídas de registros administrativos de rotina, como as bases do CNES, no caso do Brasil.
     


    Acesse, abaixo, os gráficos do levantamento


    Leitos SUS no Brasil - por regiões

    Leitos de Internação, Repouso e Observação - por Estado

    Leitos de Internação, Repouso e Observação - por capital

    Leitos de Internação - Quantidade SUS por Estado e Especialidade

    Leitos de Internação - Quantidade SUS por capital e Especialidade

    Leitos de Internação - Especialidades detalhadas

     

    Tags: SUSestudolevantamentorede suplementarsaúde públicaleitosEstadoscidadesregiões.

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