Apresentar os programas de sua gestão na pasta da Saúde ao corpo docente, discente, entidades médicas e gestores públicos e privados, foi o principal objetivo do ministro da Saúde, Ricardo Barros, em encontro realizado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) na manhã desta segunda-feira, 16 de maio. Na ocasião, Barros também recebeu comentários, críticas e sugestões dos presentes relacionados às prioridades de ação do Governo Federal no setor, divulgadas em nota à imprensa no dia 13 de maio.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) esteve representado no evento por seu presidente, Mauro Gomes Aranha de Lima. De acordo com ele, entre os itens prioritários citados pelo ministro, alguns preocupam o Cremesp de maneira relevante e justificam comentários a respeito.
Com relação ao Programa Mais Médicos, Mauro Aranha enfatiza: "embora o Brasil seja reconhecidamente um país hospitaleiro, e os médicos estrangeiros sejam bem-vindos para complementar o atendimento de pacientes no sistema público de saúde, é fundamental que esses profissionais façam o Revalida para, comprovadamente, estarem aptos a atender a população brasileira. Mas é imprescindível, também, priorizar os médicos brasileiros interessados em atuar no Programa, que devem contar com condições dignas de trabalho, remuneração e atendimento".
Outro ponto importante, comentado pelo presidente do Conselho, é a realização das Olimpíadas 2016, no Rio de Janeiro. "O evento preocupa na eventualidade de situações de catástrofe, pois o Estado, praticamente falido na área da Saúde em razão do mau financiamento no setor por gestões anteriores, não tem as mínimas condições de realizar pronto-atendimento em prováveis emergências. É preciso que o Governo Federal estabeleça um plano de contingenciamento capaz de atender com eficiência vítimas nos casos de catástrofes naturais ou provocadas que eventualmente possam ocorrer em eventos de grande porte como as Olimpíadas", completou Mauro Aranha.
Quanto à atenção primária, o presidente do Conselho ressalta a importância de "facilitar a integração dos equipamentos de saúde na área, e destes com a atenção secundária e os equipamentos sociais, mediante o fortalecimento da Estratégia Saúde da Família"
Com relação à abertura de novos cursos de Medicina, Mauro Aranha alerta: "a criação de novas escolas no país é indesejável, pois a qualidade do ensino médico se mostra bastante deficiente em várias delas pelo país, que não oferecem a mínima estrutura exigida para a formação profissional de qualidade".
Em tempo
Nesta terça-feira, 17 de maio, após participar de uma reunião com especialistas e gestores de saúde em Brasília e garantir que "o Estado não tem como assumir todas as garantias previstas na Constituição", Ricardo Barros retificou que "será preciso rever os gastos com a Previdência, mas não o acesso à saúde", contrariamente ao que afirmou no dia anterior (16/05), em entrevista à editora de saúde Cláudia Collucci, do Jornal Folha de São Paulo, quando disse que “em algum momento o país não conseguirá mais sustentar os direitos que a Constituição garante – como o acesso universal à saúde – e que o tamanho do SUS precisaria ser revisto”.
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