William Saad Hossne – ou professor Saad, como era conhecido por alunos e admiradores – sentiu-se mal na manhã de 13 de maio, e chegou a ser levado ao hospital em virtude de problemas cardiológicos que vinham o acometendo há alguns anos e que o levaram à morte.
O velório está marcado para hoje, dia 13 de maio, a partir das 22 horas, no Salão Nobre da Faculdade De Medicina de Botucatu (Av. Prof. Montenegro, s/n – Distrito de Rubião Junior, Botucatu). No dia 14, será também velado na Capital, a partir das 10 horas, no Cemitério São Paulo (à rua Cardeal Arco Verde, n° 1250, Pinheiros, São Paulo), mesmo local em que acontecerá o sepultamento, às 11 horas.
Apesar de seus 89 anos, o professor Saad tinha entre suas características mais marcantes energia inabalável e entusiasmo “de adolescente”: partiram dele, por exemplo, a criação da primeira norma ética sobre participação de seres humanos em pesquisas – Resolução n° 196/1996, do Conselho Nacional de Saúde (CNS) – dando origem à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) da qual foi o 1° e mais longevo coordenador, além da fundação da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB), em 1995, sendo seu 1° presidente. Buscou ainda a inclusão do tema “Bioética” nas diretrizes curriculares das áreas de Saúde.
Nascido em 4 de janeiro de 1927, em Botucatu, SP, o professor Saad formou-se pela Faculdade da Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em 1951. Na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) dirigiu o Departamento de Cirurgia e Ortopedia; foi presidente da Comissão de Ética Médica e membro do Comitê de Ética em Pesquisa; professor livre-docente; professor titular; diretor da faculdade de medicina e do Hospital das Clínicas; responsável pela disciplina de delineamento da pesquisa; e professor emérito, tendo criado também o laboratório de cirurgia experimental que hoje leva seu nome.
Na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) foi diretor científico e vice-presidente do conselho superior. Foi também reitor da Universidade Federal de São Carlos; presidente da Associação Brasileira de Educação Médica; e coordenador do curso de pós-graduação de bioética do Centro Universitário São Camilo.
Publicou mais de 50 trabalhos em revistas científicas nacionais e internacionais nas áreas de cirurgia, ética e bioética. São de sua autoria outros 109 artigos e 18 capítulos em livros. Participou aproximadamente 450 eventos científicos nacionais e internacionais nas áreas de cirurgia, ética e bioética quer como ouvinte, palestrante, moderador ou membro de mesas-redondas. Organizou sete eventos.
Concedeu diversas entrevistas na mídia – confira aqui uma recente, publicada pelo Jornal do Cremesp, na qual defende: “Bioética não é só vedetismo, panfletagem: temos a responsabilidade de formar futuros bioeticistas” – e participou de bancas examinadoras em dezenas de mestrados; doutorados, tendo orientado quase 40 teses de mestrado e doutorado.
Atuou como membro do conselho editorial de periódicos como Revista Interface da Faculdade de Medicina de Botucatu; Acta Cirúrgica. Foi o 1° titular emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo.
Centro de Bioética do Cremesp
Foto: Osmar Bustos
Tags: bioética, Hossne, falecimento.
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