Os médicos residentes do Hospital São Paulo fizeram uma greve de 10 dias, reivindicando melhores condições de trabalho. O movimento, que durou de 23 de junho a 3 de julho, pedia a manutenção e o retorno do funcionamento adequado do hospital universitário, que pertence à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
As reivindicações dos grevistas não foram atendidas, mas após a publicação de um novo parecer do conselho gestor, os residentes deram um voto de confiança à instituição, segundo o presidente da Ameresp, Diego Ferreira de Andrade Garcia.
De acordo com os residentes, o atendimento à população tem sido prejudicado com o corte do repasse de verbas feito pelos governos federal, de 47%, e estadual, de 10%. O comando da greve foi formado por representantes das diversas especialidades médicas.
“A greve na Unifesp foi um alerta dos médicos residentes de que a Residência e o sistema de Saúde no Brasil estão sob forte risco de entrar em colapso”, define Diego Garcia. “Essa restrição financeira começa a gerar uma deficiência acadêmica no aprendizado desses residentes e, por consequência, está gerando um déficit assistencial na Saúde”, explica.
Durante a greve, o Hospital São Paulo, que é conhecido como referência em casos de alta complexidade, informou que recebeu as solicitações dos médicos residentes, mas que está trabalhando para atender os pacientes e confirmou que, caso necessário, irá reforçar a equipe médica.
Comitê de greve reúne-se com Cremesp
Representantes do Comitê de Comando de Greve dos Residentes do Hospital São Paulo estiveram na sede do Cremesp, no dia 24 de junho, juntamente com o presidente da Ameresp, Diego Garcia, para discutir a legalidade da paralisação e aspectos das reivindicações da categoria.
O presidente do Cremesp, Bráulio Luna Filho, e os conselheiros, Krikor Boyaciyan e Nívio Lemos Moreira Júnior, receberam os residentes e endossaram o ponto de vista da legalidade do ato. “Eles estão cumprindo carga-horária nos prontos-socorros, realizando cirurgias de urgência e emergência”, garantiu Garcia, destacando a importância da orientação dos representantes do Conselho. “Recebemos respaldo ético e legal, o que, para nós indica que estamos no caminho certo”, enfatizou.
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